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Cineasta que se iniciou no ofício dirigindo ficção e escrevendo roteiros para colegas como Leon Hirszman e Eduardo Escorel, Eduardo Coutinho (1933-2014) acabou por ter o seu nome perenemente associado àquilo que fez de melhor em sua carreira: a realização de documentários. Falar de Coutinho é falar do documentário brasileiro, a começar por Cabra marcado para morrer (1984), o mais citado em qualquer lista dos melhores do gênero no país, considerado um marco no cinema brasileiro e mundial. A ele juntam-se títulos como Santo forte (1999) Edifício Master (2002), O fim e o princípio (2005), Jogo de cena (2007), entre muitos outros. "O som mais bonito que existe é o da voz humana", disse certa vez. Talvez por isso tenha deixado, como assinatura marcante, a escuta atenta e o respeito a seus personagens, em produções nas quais sobressai a austeridade.

O acervo de Eduardo Coutinho está desde janeiro de 2019 sob a guarda do Instituto Moreira Salles. São cadernos com anotações, decupagens de filmes, roteiros de projetos que nunca saíram do papel, objetos. Um dos documentos mais sedutores é certamente o roteiro original de Cabra marcado para morrer, que o IMS oferece agora ao público, totalmente digitalizado e gratuito.


E-book com o roteiro original de Cabra marcado para morrer


Cronologia

Conhecer a trajetória de Eduardo Coutinho é conhecer também momentos importantes da história do Brasil. Nascido em São Paulo, em 1933, onde chegou a cursar Direito, ele estudou cinema no prestigioso Institut des Hautes Études Cinématographiques, o Idhec, em Paris, graças a um prêmio obtido num programa de TV em que respondia sobre Charles Chaplin. Participou do Centro de Cultura Popular (CPC) da UNE, a União Nacional dos Estudantes – e estava filmando para o CPC Cabra marcado para morrer quando o golpe militar de 1964 interrompeu o projeto. Trabalhou por dez anos da TV Globo antes de voltar ao cinema, área em que concebeu e dirigiu alguns dos mais aclamados documentários brasileiros, entre eles a nova versão de Cabra, lançada em 1984.


Por dentro dos acervos


Vídeos


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Ana Cristina Cesar, Otto Lara Resende, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade
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