Idioma EN
Contraste

Thomaz Farkas


Cronologia (1924-2011)

Texto elaborado por Andrea C.T. Wanderley

 

“Fotografia: para mim, é o melhor jeito de aproveitar a vida”

 

1924 – Em 17 de setembro, em Budapeste, na Hungria, nasce Thomaz Jorge Farkas, filho único de Desidério Farkas (1890-1960) e Tereza Hatschek (1895-1953).

1930 – Thomaz imigra para São Paulo com seu pai e sua mãe.

Desidério reassume sua parte na sociedade da Fotoptica, uma das lojas pioneiras na venda de equipamentos de fotografia no Brasil, que havia fundado quando esteve em São Paulo nos primeiros anos da década de 1920. A família de Thomaz já possuía na Hungria lojas e laboratórios fotográficos fundados por Nándor Hatschek (18?-19?) e Béla (Adalberto) Farkas (1888-1944), irmão de Desidério, a Hafa. Seu avô materno, Emil Hatschek (1853-1940), também possuía um estabelecimento fotográfico. Curiosamente, Nándor e Emil não eram parentes. Segundo Thomaz : “No meu sangue corre hipossulfito de sódio” [hipossulfito é uma substância usada na revelação de negativos].

1932 – Ganha de seu pai sua primeira máquina fotográfica.

1933-1934 – Devido à escalada do antissemitismo, sai da Escola Alemã, onde estudava desde 1931, e ingressa no Liceu Rio Branco, onde se forma no curso fundamental em 1940.

1936 – Fotografa o voo do dirigível Zeppelin por São Paulo.

Em torno deste ano, no Pacaembu, onde os Farkas moravam, começa a fotografar gatos, sua família, a “esquadrilha invencível” – um grupo de garotos que, montados em suas bicicletas, percorriam as ruas do bairro – e a construção e a inauguração do estádio do Pacaembu, em 1940.

1937-1938 – Passa a trabalhar no balcão da Fotoptica. Sua mãe cuidava do caixa e o pai, das vendas.

1941 Ingressa no Colégio Universitário da Universidade de São Paulo (USP), que cursa até 1942.

No Foto Clube Bandeirante, Farkas exibe filmes cinematográficos que “evidenciaram o bom gosto de seu autor”. Devido ao sucesso da exibição, a diretoria da associação decide criar a seção de Cinema-Amadorismo.

Participa da Primeira Exposição de Arte Fotográfica de Santos, e recebe na categoria Paisagem uma menção honrosa por sua foto Contemplação.

No Suplemento em Rotogravura de O Estado de S. Paulo, da primeira quinzena de julho, é publicada a reportagem “São Paulo sob a chuva”, de autoria de Farkas.

1942 – Associa-se formalmente ao Foto Clube Bandeirante, futuro Foto Cine Clube Bandeirante, que já frequentava desde sua fundação, em 1939. É considerado o berço da fotografia moderna no Brasil.

“Lembramo-nos perfeitamente de quando o jovem Thomaz, mal saído dos seus 15 anos, apresentou-se, timidamente, na sede do Bandeirante, munido de competente autorização paterna para ingressar em nosso quadro social. No Clube fez Farkinha seu aprendizado, revelando-se, desde cedo, uma das promessas da arte fotográfica brasileira.”1

Também foram associados ao clube, entre outros, Eduardo Salvatore (1914-2006), Geraldo de Barros (1923-1998), German Lorca (1922-2021) e José Yalenti (1895-1967). Assim como Farkas, eles estavam afinados com as vanguardas europeia e norte-americana e lançaram a pedra fundamental da fotografia moderna brasileira, rompendo com a linguagem predominantemente pictorialista e acadêmica. Buscavam, a partir de enquadramentos anticonvencionais e ângulos insólitos, uma nova estética para a fotografia.

Participa, em outubro, do I Salão Paulista de Arte Fotográfica, do Foto Clube Bandeirante, recebendo menção honrosa pelas fotos A partida e Arquitetura.

1943 – Ingressa na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, onde se forma em engenharia mecânica e elétrica em dezembro de 1947.

No II Salão Paulista de Arte Fotográfica, promovido pelo Foto Clube Bandeirante, ganha o primeiro lugar na categoria Arquitetura com Obras humanas. Na categoria Natureza-Morta, conquista o segundo lugar com Rosas do passado; e, na categoria Composição, recebe uma menção honrosa por Caçador precoce. Participa de salões de fotografia até 1954.

1945 – Registra, no centro de São Paulo, as comemorações pelo fim da Segunda Guerra Mundial.

Várias fotos de sua autoria foram publicadas na reportagem “O esporte e a fotografia – Um estudante de engenharia de S. Paulo encontra nos estádios uma fonte inesgotável de motivos artísticos”, publicada em O Globo Sportivo, em 10 de agosto de 1945.

1946No Rio de Janeiro, torna-se amigo de José Medeiros (1921-1990), um dos mais importantes fotojornalistas do Brasil, e do artista plástico Sansão Castello Branco (1920-1956). Passa a frequentar a Sociedade Fluminense de Fotografia, onde conhece o fotógrafo José Oiticica Filho (1906-1964).

Fotos de sua autoria são publicadas na edição de julho da revista Rio, no artigo “Sol e sombra”. Até 1949, tem fotos publicadas em algumas edições da revista.

Entre 1946 e 1949, fotografa o balé Yara, montado pelo Ballet Russe no Theatro Municipal de São Paulo; as coreografias dos Ballets des Champs-Elysées, como La Création e Le Jeune homme et la mort; e o Balé da Juventude, ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à Federação Atlética de Estudantes (FAE), no Rio de Janeiro.

Inicia uma correspondência com o importante fotógrafo norte-americano Edward Weston (1886-1958).

1947 – Em torno deste ano, com colegas da Politécnica e amigos, dentre eles os irmãos Edmundo (1920-2011) e Vinicio Callia (1923-1994), Luiz Andreatini (1921-2001) e Marcello Grassmann (1925-2013), produz fotos com composições surrealistas. Segundo Farkas, esse tipo de fotografia servia “apenas como meio a divagações psicológicas vividas e exteriorizadas por um ‘grupo’ mergulhado numa atmosfera de livres e urgentes interpretações”.

1948 – Torna-se membro da Comissão de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).

Viaja pela primeira vez para os Estados Unidos. Visita Edward Weston, na Califórnia, e, em Nova York, encontra-se com Edward Steichen (1879-1973), diretor do Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna (moma), e com a cineasta Maya Deren (1917-1961).

1949 – Escreve, em janeiro, uma carta para Steichen informando que havia enviado via correio fotos de sua autoria que haviam interessado a ele. Posteriormente, as sete fotos passam a fazer parte do acervo permanente do moma.

Casa-se, em 5 de março, com Melanie Rechulski (1929-2021), com quem vive até o início da década de 1980. Terão quatro filhos: Beatriz (1951-), Pedro (1953-), João (1955-) e Kiko (1957-).

Em 21 de julho, é inaugurada sua primeira exposição individual, Estudos fotográficos, no MAM-SP. É a primeira exposição de fotografia como manifestação artística realizada em um museu de arte no Brasil.

Com o fotógrafo Geraldo de Barros, projeta e instala, a pedido de Pietro Maria Bardi (1900-1999), o primeiro laboratório de fotografia do Museu de Arte de São Paulo (Masp), entregue no ano seguinte.

Em 26 de dezembro, naturaliza-se cidadão brasileiro.

1950 – Thomaz e Luiz Andreatini, autores do curta-metragem Estudos, definido como “uma pesquisa estética de rostos e gestos”, ganharam a Taça A Gazeta como o prêmio especial no I Concurso Cinematográfico Nacional para Amadores, uma promoção do Foto Cine Clube Bandeirante. A única cópia do filme foi perdida.

Thomaz passa a frequentar os estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo (sp), onde conhece o cineasta Alberto Cavalcanti (1897-1982) e o fotógrafo inglês Henry Edward Fowle (1915-1995), o Chick, dentre outros.

1951 – Participa da exposição Abstração em fotografia, realizada no moma, com curadoria de Edward Steichen.

Inicia uma correspondência com o documentarista holandês Joris Ivens (1898-1989), de quem se torna amigo.

Dá aulas no curso de fotografia realizado no laboratório fotográfico do Masp.

Projeta e instala o Laboratório Fotográfico de Física da Escola Nacional de Engenharia do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro.

1953 – Comemoração dos 30 anos de fundação da Fotoptica, na churrascaria A Estância, com a presença de Desidério, Thomaz e de Alberto Arroyo, sócios da empresa.

Em dezembro, é lançado o periódico Novidades Fotoptica, mistura de catálogo da loja Fotoptica e jornal. Traz informações culturais e técnicas para os interessados, nos ramos de fotografia, cinema e óptica. Sua publicação é interrompida entre 1967 e 1970, quando passa a chamar-se Revista Fotoptica. Circula até 1987.

1954 – Torna-se diretor do Departamento de Intercâmbio da Associação Paulista de Cinema (APC).

Fotografa as celebrações do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo e, com uma filmadora Kodak Special, registra em preto e branco e sem tomada de som um show de Alfredinho Flautim (1884-1958), Almirante (1908-1980), Benedito Lacerda (1903-1958), Donga (1889-1974), Jacob Palmieri (?-19?), João da Baiana (1887-1974) e Pixinguinha (1897-1973), realizado no parque do Ibirapuera, em 25 de abril. O filme fica perdido por cerca de 50 anos – Farkas o encontra por acaso. Em janeiro de 2004, o material é sonorizado pelo Instituto Moreira Salles e pela Cia de Áudio e Imagem. O trabalho pode ser visto no filme Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba (1954-2006), premiado no 39º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, em 2006.

Projeta e instala o Laboratório Fotográfico do Instituto de Eletrotécnica da Universidade de São Paulo.

É inaugurado o novo laboratório cinefotográfico da Fotoptica.

1955 – Durante os primeiros meses do ano, viaja para dez países europeus, onde visitou diversas fábricas de lentes e câmeras fotográficas.

É um dos representantes da área de Fotografia em uma exposição de arte brasileira organizada pelo diplomata Vladimir Murtinho (1919-1990), no Museu de Etnografia de Neuchâtel, na Suíça.

1957 – Projeta e instala o Laboratório Fotográfico do Instituto de Polícia Técnica de São Paulo.

1958 – Participa da exposição Fotografias da coleção do museu, realizada no moma, com curadoria de Edward Steichen.

1959 É diretor-tesoureiro da Associação Profissional da Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo.

1960 - Em torno deste ano, o arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), o apresenta a um círculo de pessoas ligadas ao cinema, dentre eles Vladimir Herzog (1937-1975), Geraldo Sarno (1938-2022) e Maurice Capovilla (1936-2021), que participam, ainda na década de 1960, do projeto de Farkas de realização de documentários.

Fotografa a inauguração de Brasília, em 21 de abril, para onde havia viajado algumas vezes nos últimos anos da década de 1950, registrando as obras da cidade. Produz várias fotos que resultam em uma importante série de imagens do Núcleo Bandeirante, das obras e do nascimento da cidade e de suas cidades-satélites, privilegiando o tema dos trabalhadores e suas moradias na periferia da cidade. Evidencia-se seu viés humanista e seu interesse pela linguagem do fotojornalismo.

Falece seu pai, Desidério Farkas, em 29 de agosto. Thomaz assume a direção da Fotoptica.

1963 – Conhece os cineastas argentinos Edgardo Pallero (1936-1992) e Fernando Birri (1925-2017), integrantes da Escola Latino-Americana de Documentários de Santa Fé.

É sócio-fundador do novo MAM-SP.

1964-1965 – Com seus próprios recursos, Farkas começa a produzir documentários de curta e média-metragens. São duas séries de filmes: os primeiros produzidos nestes anos e, os outros, entre o final da década de 1960 e o início da de 1970. Neles, o denominador comum é retratar aspectos da realidade brasileira. Muitos recebem prêmios em festivais nacionais e internacionais de cinema. A iniciativa pioneira, um marco formal e temático na história do cinema brasileiro, forma uma geração de documentaristas.

Na primeira série de filmes, produz Memória do cangaço (1964), dirigido por Paulo Gil Soares (1935-2000); Subterrâneos do futebol (1965), dirigido por Maurice Capovilla; Nossa escola de samba (1965), dirigido por Manuel Horácio Gimenez (19?-?); e Viramundo (1965), dirigido por Geraldo Sarno. São reunidos no longa-metragem Brasil verdade (1968).

Neste período, Farkas escreve artigos sobre fotografia para a Folha de S.Paulo.

É presidente da Associação Brasileira de Comércio e Indústria de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico.

1966 – Assina a coprodução e parte da fotografia da série Carnets brésiliens, quatro documentários produzidos para a televisão francesa e dirigidos por Pierre Kast (1920-1984).

1967 – Torna-se membro do conselho do Foto Cine Clube Bandeirante.

1969 – Farkas retoma a produção de documentários em 16 mm e som direto, mas agora a maioria é feito em cores. Realiza, até 1971, 19 filmes da série A condição brasileira. Ele coordena equipes que viajavam pelo Brasil para documentar aspectos da vida da população nordestina. Participaram dessas equipes Affonso Beato (1941-), Eduardo Escorel (1945-), Geraldo Sarno, Maurice Capovilla, Paulo Gil Soares e Sérgio Muniz (1935-2023), dentre outros.

Os filmes da série são A cantoria (1969-1970), A mão do homem (1969-1970), A morte do boi (1970), Beste (1970), Casa de farinha (1970), Engenho (1969-1970), Erva bruxa (1970), Frei Damião: trombeta dos aflitos, martelo dos hereges (1970), Jaramataia (1969-1970), Jornal do sertão (1969-1970), O homem do couro (1969-1970), Os imaginários (1970), Padre Cícero (1971), Rastejador, substantivo masculino (1970), Região Cariri (1970), Vaquejada (1970), Visão de Juazeiro (1970), Viva Cariri (1969-1970) e Vitalino Lampião (1969).

Passa a lecionar no Departamento de Cinema e Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Por motivos políticos, seu contrato não é renovado em 1972. Volta a lecionar em 1979.

1970 – Em junho, organiza a I Exposição de Fotografia Jornalística no Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP, realizada na Cidade Universitária.

Projeta e coordena a instalação do Laboratório e Arquivo Fotográfico da ECA-USP.

Fica preso durante uma semana no doi-codi, acusado pelo regime militar de promover a união Brasil-Cuba pela venda de binóculos militares para Cuba, que só eram vendidos aos exércitos pelos próprios fabricantes.

1971 – É o responsável pela direção, pela fotografia e pelo roteiro do documentário Paraíso, Juarez.

1972 – Durante a 24ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, realizado em julho, na USP, são exibidos os quatro filmes que compuseram o longa-metragem Brasil verdade e dos 19 filmes da série A condição brasileira.

No Cinema I, no Rio de Janeiro, é exibido o longa-metragem Herança do Nordeste, produzido por ele e dirigido por Geraldo Sarno – segmento Casa de farinha e Padre Cícero –; Sérgio Muniz – segmento O rastejador –; e Paulo Gil Soares – segmento Erva bruxa e Jaramandaia.

1974 Estreia do primeiro longa-metragem de ficção produzido por Farkas, O pica-pau amarelo (1973-1974), adaptação do livro de Monteiro Lobato (1882-1948) dirigida por Geraldo Sarno. No ano seguinte, Farkas ganha pelo filme o prêmio de Melhor Produtor do Prêmio Governador do Estado de São Paulo.

Em julho, por seu trabalho na Fotoptica, recebe o Prêmio Comerciante do Ano, entregue pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em associação a entidades patronais do comércio paulista.

1975 – Convidado pelo compositor e zoólogo Paulo Vanzolini (1924-2013), participa com Geraldo Sarno de uma expedição científica ao rio Negro. Os negativos das filmagens de Farkas com Geraldo estragam no percurso de volta da viagem – o gelo usado para conservá-los derrete. Suas fotografias, em Kodachrome, sobrevivem.

1977 – Após muitos anos sem participar de uma exposição fotográfica, é um dos integrantes de uma mostra coletiva realizada na Galeria de Arte Modular, em São Paulo, quando exibe registros da inauguração de Brasília.

Defende sua tese de doutorado, Cinema documentário: um método de trabalho, tornando-se doutor em comunicações pela USP.

1978 – Coproduziu o filme Coronel Delmiro Gouveia, dirigido por Geraldo Sarno.

Conclusão do filme sobre imigração italiana, Andiamo in’Merica (1977-1978), dirigido por Sérgio Muniz e produzido por Farkas e pela Embrafilme.

1979 – Em outubro, com a arquiteta e curadora Rosely Nakagawa (1954-), inaugura a Galeria Fotoptica, especializada em fotografia, na rua Bela Cintra, 1465, com a exposição Fotojornalismo das revistas IstoÉ e Veja. Torna-se um importante centro de discussão e conversas sobre a imagem, onde são realizados seminários, encontros, lançamentos de livros, concursos e exposições individuais e coletivas.

1980 – Produz o filme Certas palavras com Chico Buarque, dirigido pelo argentino Mauricio Berú (1927-).

Conclusão do filme Todomundo (1978-1980), dirigido e roteirizado por Farkas.

1981 – Produz o documentário Jânio a 24 quadros, dirigido por Luís Alberto Pereira (1951-).

1982 – O filme Hermeto campeão (1981), dirigido e roteirizado por ele, recebe o prêmio de Melhor Documentário em Curta-Metragem, na xi Jornada Brasileira de Curta-Metragem, em Salvador (BA).

Farkas recebe a Medalha Comemorativa dos 30 Anos de Fundação do Santos Cine Foto Clube.

1983 – Passa a viver com a pedagoga Marly Angela Mariano (1948-2021).

1984 – Coordena com o fotógrafo Cristiano Mascaro (1944-) a mostra Autorretrato do brasileiro – Cidade e campo, uma das salas especiais da exposição Tradição e ruptura, na Fundação Bienal de São Paulo, com a exibição de fotografias de brasileiros produzidas pelo próprio homem brasileiro.

1985 – É o homenageado da xiv Jornada de Cinema da Bahia. O cineasta Guido Araújo (1933-2017), com quem havia trabalhado no filme A morte das velas do Recôncavo (1976), o definiu como o “primeiro produtor privado a acreditar no filme cultural”.

1987 – Torna-se conselheiro da Fundação Bienal de São Paulo.

1989 – Torna-se sócio honorário do Foto Cine Clube Bandeirante.

1990 – Passa a integrar o conselho deliberativo da Coleção Pirelli/Masp.

1992 – Torna-se presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade ligada à Cinemateca Brasileira.

1993 – Assume a direção da Cinemateca Brasileira.

1994 – Em comemoração aos seus 70 anos, é homenageado na mostra O cinema cultural paulista, com a exibição de seus filmes e com uma exposição de fotos de sua autoria, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP).

1995 – É o presidente do Conselho da Cinemateca Brasileira.

1997 – Rosely Nakagawa realiza a curadoria da exposição Thomaz Farkas, fotógrafo, exibida no Masp, que revela sua imensa produção fotográfica. Na ocasião, é lançado o livro homônimo.

Em julho, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, é inaugurada a mostra A Caravana Farkas: documentários de 1964-1980, com a exibição de 39 filmes, sob a curadoria de Sérgio Muniz, e a realização de mesas-redondas e debates. Segundo o cineasta Eduardo Escorel:

“Antes da Caravana Holiday que Carlos Diegues consagrou em Bye bye, Brasil houve outra que partiu de São Paulo para esquadrinhar o Nordeste. Foi a Caravana Farkas, fruto da generosidade de Thomaz Farkas”.

A rede de lojas Fotoptica é vendida, e Thomaz deixa a direção da empresa.

1998 – Passa a integrar o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan como representante da sociedade civil. Fica no cargo até 2006.

2000 – Fotografa Brasília para o Caderno especial comemorativo dos 40 anos da fundação da capital do Brasil – Brasília, publicado pelo jornal Correio Braziliense, em 20 de abril.

É agraciado com a Medalha da Ordem do Mérito Cultural, outorgada pelo presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (1931-).

2002 – Em junho, é inaugurada no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro a exposição individual retrospectiva Fotografias de Thomaz Farkas, sob a curadoria de Rosely Nakagawa. Na ocasião, é lançado um portfólio com tiragem limitada e numerada, com dez fotografias em preto e branco selecionadas pelo fotógrafo.

É inaugurado o Cineclube Thomaz Farkas, pelo Centro Universitário das Faculdades Integradas Alcântara Machado Fiam-Faam, em São Paulo.

2003 – Recebe o Prêmio ABC de Cinematografia, concedido pela Associação Brasileira de Cinematografia, em São Paulo. Em seu discurso de agradecimento, declara: “Considero este prêmio uma homenagem a cinco gerações de cineastas e fotógrafos da minha família”.

2004 – Em 12 de abril, pré-estreia, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, do filme Thomaz Farkas, brasileiro, realizado por Walter Lima Jr. (1938-).

Em comemoração aos 80 anos de Farkas, o MIS-SP inaugura uma exposição individual de suas fotografias, com exibição de seus filmes e a realização de debates em torno de sua obra.

2005 – Na Pinacoteca do Estado de São Paulo, é realizada a exposição Brasil e brasileiros no olhar de Thomaz Farkas, com fotografias coloridas e inéditas do Norte e do Nordeste do Brasil produzidas entre os anos 1960 e 1970.

Ganha o Prêmio Especial Porto Seguro de Fotografia.

2006 – É lançado o livro Thomaz Farkas, que integra a Coleção Senac de Fotografia.

Na Pinacoteca de São Paulo, a Cosac Naify lança o livro Thomaz Farkas: notas de viagem.

2007 – Um acordo de parceria foi estabelecido, em 12 de dezembro, entre Thomaz Farkas e o Instituto Moreira Salles, que assumiu a guarda e a preservação de sua obra fotográfica, composta por mais de 34 mil imagens produzidas entre os anos 1940 e 1990.

2008 – Com a presença de Farkas, a DBA Editora lança, no estádio do Pacaembu, o livro Thomaz Farkas, Pacaembu.

2010 – Na Cinemateca Brasileira, a VideoFilmes lança o Projeto Thomaz Farkas/ documentários – sete dvds com a obra de Farkas.

2011 – É realizada no Instituto Moreira Salles de São Paulo e do Rio de Janeiro a exposição individual Thomaz Farkas – Uma antologia pessoal, com o lançamento do livro homônimo.

Thomaz Farkas falece, aos 86 anos, em 25 de março, em São Paulo.

2014 – Na Luciana Brito Galeria, em São Paulo, é realizada a exposição individual Memórias e descobertas, com o lançamento de um livro homônimo. Na mostra, além de fotografias produzidas entre as décadas de 1940 e 1970, são exibidos trechos de filmes de Farkas selecionados por José Carlos Avellar (1936-2016).

2016 – Depois de temporadas em cidades europeias, a exposição Modernidades fotográficas, 1940-1964 – com trabalhos de Farkas e dos fotógrafos José Medeiros, Marcel Gautherot (1910-1996) e Hans Gunter Flieg (1923-2024) – chega ao Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. É eleita uma das cinco melhores exposições do mundo para serem visitadas. A curadoria é de Ludger Derenthal (1964-) e de Samuel Titan Jr. (1970-).

É realizado o documentário Improvável encontro – Frente e verso, de Lauro Escorel (1950-), sobre as trajetórias de Farkas e de José Medeiros.

2018 – Farkas e o fotógrafo Gaspar Gasparian (1899-1966) têm trabalhos expostos na mostra The Shape of Light – 100 Years of Photography and Abstract Art, na Tate Modern, em Londres.

Seu neto, o cineasta Guilherme Farkas (1989-), cria o Canal Thomaz Farkas, para difundir a produção cinematográfica do avô.

2019 – É realizada a exposição individual Estudos fotográficos: 70 anos de memória, no mis-sp. Na ocasião, é lançado o livro Estudos fotográficos, Thomaz Farkas, em comemoração aos 70 anos da primeira exposição individual da obra fotográfica de Farkas.

Em outubro, na Embaixada do Brasil em Tóquio, no Japão, é realizada uma exposição de fotografias de Farkas, com curadoria de seus filhos, o designer Kiko Farkas e o fotógrafo João Farkas.

2020 – Pela primeira vez, suas fotografias são exibidas na Hungria, na exposição Thomaz Farkas – O ritmo da luz, no Robert Capa Contemporary Photography Center, em Budapeste, com curadoria da holandesa Claudia Küssel (1975-). Um portfólio de fotografias de Farkas é adquirido pelo Museu de Belas-Artes de Budapeste.

2021 – No moma, obras de Farkas são exibidas na exposição coletiva Fotoclubismo: fotografia moderna brasileira e o Foto Cine Clube Bandeirante, 1946-1964.

É o homenageado do 17° Paraty em Foco, Festival Internacional de Fotografia.

2024 Na 29ª edição do festival de cinema documental É Tudo Verdade, Farkas é homenageado com a realização de uma retrospectiva de sua obra cinematográfica.

Para celebrar seu centenário de nascimento, são realizadas três exposições: Thomaz Farkas: pictóricos, coloridos e modernos, na Luciana Brito Galeria, em São Paulo; Thomaz Farkas: a beleza diante dos olhos, no Museu da Imagem e do Som Chico Albuquerque, em Fortaleza (CE); e Thomaz Farkas todomundo, no Instituto Moreira Salles de São Paulo.

...

1 Catálogo do Foto Cine Clube Bandeirante, jul. 1949. Disponível em: https://fotoclub.art.br/wp-content/uploads/2019/12/039_boletim_julho_1949_vol_04.pdf