Idioma EN
Contraste

Luciano Carneiro


Apresentação

Em 1948, ingressou na equipe da revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro. Entre 1947 e o início dos anos 1950, a produção fotográfica de O Cruzeiro sofreu uma consistente inflexão em direção a um fotojornalismo mais humanista e engajado. Foi concretizada por fotógrafos como Luciano Carneiro, José Medeiros, Flávio Damm, Luis Carlos Barreto, Henri Ballot e Eugênio Silva, que passaram a integrar a equipe da revista nesta época, trazendo para as fotorreportagens de O Cruzeiro uma maior ênfase na objetividade e no caráter documental e jornalístico. 

Luciano Carneiro atuou como correspondente internacional de O Cruzeiro, realizando reportagens sobre a Guerra da Coreia, a vida no Japão e na Rússia, a África de Albert Schweitzer, o Egito de Nasser, a Iugoslávia de Tito, a Revolução Cubana de Fidel etc. Além disso, realizou matérias no Brasil sobre jangadeiros, posseiros, a seca no Nordeste, a herança do cangaço, as lutas estudantis, entre outras, e diversas matérias reunidas, em que revelava suas influências e modelos associados à fotografia humanista do pós-guerra praticada por fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, Robert Doisneau e W. Eugene Smith, entre outros. Essas matérias da seção “Do arquivo de um correspondente” funcionavam, de certa maneira, como páginas de opinião – em função do caráter autoral de seu trabalho fotográfico –, e podem inclusive ser vistas em contraponto à coluna de duas páginas na revista O Cruzeiro de David Nasser, expoente de uma escola de jornalismo de viés sensacionalista, à qual Luciano Carneiro se opunha frontalmente.

Um dos mais destacados e destemidos fotógrafos daquele período, piloto, paraquedista, correspondente de guerra, Luciano Carneiro sempre pareceu orientar sua fotografia pela máxima de Robert Capa: “Se suas imagens não ficaram boas, é porque você não se aproximou o suficiente de seu assunto”. Em muitas de suas matérias, ele foi também autor dos textos, característica que passaria a ser cada vez mais frequente dentro de O Cruzeiro ao longo da década de 1950.

A trajetória de Luciano Carneiro foi interrompida abruptamente em dezembro de 1959, aos 33 anos de idade. Morreu em um acidente de avião próximo à cidade do Rio de Janeiro quando retornava de um trabalho singelo em Brasília: fotografar o primeiro baile de debutantes da nova capital, às vésperas da inauguração.

Luciano Carneiro foi um dos grandes nomes do fotojornalismo no Brasil, e, graças à generosidade de sua família, que disponibilizou um relevante conjunto de fotografias originais, hoje incorporadas ao acervo do IMS, podemos atualmente realizar uma leitura significativa da obra de vertente humanista desse profissional ainda pouco conhecido.

OUTROS ACERVOS

MAIS IMS

Programação

Nenhum evento encontrado.