Apresentação

É conhecida a afinidade intelectual e de personalidade entre Maria Julieta e o pai. Se não foi poeta, iniciou carreira literária aos 17 anos, quando publicou a novela A busca, em 1946. Maria Julieta desempenharia, por mais de 30 anos, um admirável trabalho a favor das letras brasileiras na Argentina, país para o qual se mudou ao casar com o escritor e advogado portenho Manuel Graña Etcheverry, em 1949. Dessa união, ela teria três filhos: Carlos Manuel, Luis Maurício e Pedro Augusto.

Seu comprometimento em divulgar a literatura e cultura brasileiras naquele país seria reconhecido ao receber a homenagem de Personalidade do Ano, dada pela Universidade de Buenos Aires, em 1980, e, no mesmo ano, o Prêmio de Melhor Divulgação da Literatura Brasileira na Argentina, dado pela Associação Paulista de Críticos da Arte (APCA), no Brasil.

Sem nunca se distanciar do Brasil, em 1977 passou a colaborar semanalmente no jornal O Globo, escrevendo crônicas, contos e memórias. Publicou também entrevistas, entre as quais a célebre conversa que teve com o pai, gravada na sala de jantar da casa do poeta numa tarde de 1984. Seus textos, compostos com graça e boa dose de humor, e marcados pela observação atenta do cotidiano, seriam reunidos em duas antologias: Um buquê de alcachofras, de 1980, e O valor da vida, do ano seguinte. Em 1985, sob o título Diário de uma garota, Carlos Drummond de Andrade, sem consultar a filha, publicou o caderno de férias da menina escrito aos 13 anos, quando ela já demonstrava sensibilidade e simplicidade para o público infantil: em 1986, Maria Julieta publicou Loló e o computador e, no ano seguinte, Gatos e pombos.

Maria Julieta Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, em 5 de agosto de 1987.

No IMS

O Acervo Maria Julieta Drummond de Andrade chegou ao Instituto Moreira Salles em 2011. É formado de biblioteca com cerca de 1.500 itens, ainda não catalogada; e de arquivo com correspondência, cadernos, agendas e documentos pessoais.