Agora, uma parte da história de J. Carlos também está disponível no recém-lançado livreto criado para acompanhar a mostra em cartaz no IMS Rio, com texto de Cássio Loredano, e que revela, de maneira breve e informativa, as principais características da vasta obra do artista.

J. Carlos dedicou parte de sua obra ao carnaval, festa que o fascinava, apesar de ele ser um artista sisudo. Cássio Loredano comenta, em apresentação saborosa, esse aparente contra-senso e seleciona 11 músicas citadas nos desenhos de J. Carlos.

Os desenhos de J. Carlos têm na voz de Mario Reis sua mais perfeita trilha sonora. Melindrosas no traço do artista, as mulheres agora estão empoderadas, mas o estilo macio do cantor não envelhece, afirma Joaquim Ferreira dos Santos.

Cartunista, caricaturista, chargista e ilustrador, J. Carlos botou sua arte a serviço da notícia e da crônica visual em 49 anos de trabalho, quase todos em redações de jornais e revistas. Para iluminar o caminho inteligente e elegante da linha na obra de um dos mais completos artistas brasileiros, mestre do traço art déco, o IMS apresenta a exposição J. Carlos: originais.

Um dos maiores cronistas visuais do Rio de Janeiro no século XX, J. Carlos é lembrado pelos traços elegantes, limpos, que faziam saltar das páginas melindrosas encantadoras, caricaturas arrasadoras de políticos, letras e iluminuras de requintada carpintaria gráfica. Teve também um lado menos celebrado, embora igualmente caprichado: o de autor para crianças.

Nos próximos dez anos, o IMS fará higienização, catalogação, digitalização e divulgação do acervo de um dos mais importantes desenhistas brasileiros, o carioca J. Carlos (1884-1950). Seu filho, Eduardo Augusto de Brito e Cunha, dedicou-se a reunir originais do pai e encadernar volumes de revistas em que ele atuou. O trabalho no IMS tem a consultoria de Cássio Loredano, que há 20 anos publica livros sobre a obra do artista.