Alfredo da Rocha Vianna Filho nasce no Rio de Janeiro em 1897. Seu pai, funcionário dos correios e flautista amador, promovia reuniões musicais em casa, frequentada por grandes chorões da época. Com a música à sua volta, o menino aprendeu cavaquinho com os irmãos Léo e Henrique, passou a acompanhar o pai nos bailes, e compôs sua primeira música, o choro Lata de leite, em torno de 1908. Entre 1919 e 1922, com seu conjunto Oito Batutas, apresentou-se com grande sucesso pelo país e conquistou o público em Paris e Buenos Aires. Ainda em 1922, o grupo participou da primeira transmissão de rádio feita no Brasil. Depois de alguns anos com dificuldades financeiras e problemas de saúde, Pixinguinha morreu aos 75 anos, em 1973, na igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, durante o batizado do filho de um amigo. O arquivo pessoal do genial compositor, instrumentista, arranjador e maestro está sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2000.
1897
Alfredo da Rocha Vianna Filho nasce no bairro da Piedade, no Rio de Janeiro. A data consagrada é 23 de abril, mas levantamento feito pelo músico e pesquisador Alexandre Dias aponta para 4 de maio.
1908
Filho de flautista amador, ele começa a tocar cavaquinho e flauta. Estuda música.
1911
Ganha do pai uma flauta da fábrica italiana Barlassina & Billoro. A convite de seu professor, Irineu de Almeida, entra para o conjunto Choro Carioca. Começa, aos 14 anos, a trabalhar em bares e teatros. E a beber, costume que se tornará vício.
1914
Registra pela primeira vez uma composição sua, o tango “Dominante”. Assina “Alfredo da Rocha Vianna (Pizidin)”. O apelido teve muitas grafias até se firmar como Pixinguinha.
1919
Forma a Orquestra Típica Oito Batutas, que faz sucesso tocando na sala de espera do Cinema Palais. Patrocinado por Arnaldo Guinle, o grupo viaja pelo país apresentando-se e catalogando ritmos regionais.
1922
Custeados por Guinle, os Oito Batutas tocam por seis meses no dancing Shéhérazade, em Paris. No final do ano, viajam para a Argentina.
1926
Conhece Albertina Nunes Pereira, a Betty (de pronúncia Betí), com quem viveria por 46 anos. Fornece a Mário de Andrade informações para o romance Macunaíma.
1929
É contratado como arranjador pela RCA Victor. Começa a dar a sambas e canções carnavalescas o que elas ainda não tinham: uma sonoridade brasileira.
1931
Os Oito Batutas chegam ao fim. Pixinguinha, Donga e João da Baiana criam o Grupo da Guarda Velha.
1935
Pixinguinha e Betty adotam um menino e lhe dão o nome Alfredo da Rocha Vianna Neto.
1937
O cantor Orlando Silva lança disco com “Carinhoso” de um lado e “Rosa” de outro.
1939
Tem furtada a flauta que seu pai lhe dera. Compra outra da marca Barlassina & Billoro.
1940
Em 7 de agosto, ao lado de Cartola, Donga e outros, grava a bordo do navio Uruguay com o maestro inglês Leopold Stokowski. Das 40 músicas, 17 são lançadas nos EUA, no disco Native Brazilian Music.
1942
Desiste da flauta, alegando não tocar mais como gostaria. As mãos trêmulas por causa do alcoolismo podem ter contribuído. Adota o sax-tenor. O flautista Benedito Lacerda propõe um duo, e o acordo prevê que as músicas de Pixinguinha que fossem gravadas por eles passariam a ter os dois como autores. Com um adiantamento conseguido por Benedito na RCA Victor, Pixinguinha paga suas dívidas.
1946
Começam a ser lançados os discos do duo. Os contrapontos de Pixinguinha no sax abrem novos caminhos para o choro.
1947
O cantor e radialista Almirante estreia na Rádio Tupi o programa “O Pessoal da Velha Guarda”, que ficará cinco anos no ar. Pixinguinha é o diretor musical e um dos instrumentistas.
1955
Lança os primeiros dos discos de dez polegadas que fará até 1958 na gravadora Sinter.
1963
Compõe com Vinicius de Moraes a trilha do filme Sol sobre a lama, de Alex Viany.
1968
Grava com Clementina de Jesus e João da Baiana o LP Gente da antiga.
1971
Faz suas últimas gravações no disco Som Pixinguinha.
1972
Em 7 de junho, morre Betty, aos 73 anos.
1973
Em 17 de fevereiro, sofre um infarto fatal na igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, onde fora batizar o filho de um amigo.