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O corpo no cinema

28 de março de 2022

Depois de exatos dois anos, estamos reabrindo a partir de 1o de abril as salas de cinema do Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro, no bairro da Gávea, e em São Paulo, na avenida Paulista, observando a pandemia e o Brasil. Nesse tempo vivido, o papel dos cinemas em todo o mundo tem sido reavaliado, seja como espaço de segurança sanitária e convívio ou como meio de difusão, numa época que viu o streaming virar fenômeno social de acesso às imagens. O Brasil convulsiona, a vida social parece recuperar-se, e as imagens seguem vivas. Queremos mostrá-las.

Cena de Movimento, de Gabriel Martins, produzido para o IMS Convida

 

Fruto da pandemia, o programa IMS Convida foi criado como reação a esse período de confinamento. O instituto comissionou mais de 150 obras em diversos suportes a artistas brasileiros de todas as frentes, que foram apresentadas on-line no site do IMS durante o período.

Desejamos – ao longo de todo o ano – programá-las de forma criativa nas duas salas de cinema, como as obras inventivas e urgentes que são. Neste primeiro mês, acompanham longas brasileiros e do cinema mundial que selecionamos para a nossa programação.

Cena de República, de Grace Passô, filme premiado produzido originalmente para o programa IMS Convida

 

A nossa programação de abril de 2022 já traz uma mudança de procedimento em relação à forma como as coisas eram vistas pré-pandemia. A maior parte dos filmes apresentados já se encontra disponível legalmente em plataformas digitais no Brasil. É um novo desafio, norteado pela certeza de que os filmes que defendemos poderão ser descobertos na tela grande e no espaço coletivo.

Há um outro elo que une esses filmes deste mês: o corpo. Ele está presente em Madalena, de Madiano Marcheti; Vitalina Varela, de Pedro Costa; Vaga carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.; Sete anos em maio, de Affonso Uchôa; Fortaleza Hotel, de Armando Praça; e Pequena mamãe, de Céline Sciamma.

Cena de Titane

 

O "corpo" ganha extensão ainda na união entre Titane, de Julia Ducournau, e Christine, o carro assassino, de John Carpenter, uma programação casualmente interessante no momento em que uma nova crise de combustíveis surge no mundo. Por fim, o festival parceiro É Tudo Verdade, em sua 27ª edição, reabre as salas no início do mês em formato presencial.

As sessões presenciais retornam em 1o de abril, e a programação completa dos filmes exibidos no IMS Paulista e no IMS Rio estará disponível no site a partir de 31/3.

  • Kleber Mendonça Filho é cineasta e coordenador de cinema do IMS