Blog do Cinema
Vamos fugir
Em tempos de sufoco pode vir a calhar um bom filme escapista, como Cidade perdida. A atualização de uma fórmula consagrada se dá pela caracterização da sociedade contemporânea, com seus magnatas excêntricos, seu culto às celebridades e aos “influenciadores”, sua cultura do imediatismo e seu consumo descartável.
Melanina política
Medida provisória, de Lázaro Ramos, em cartaz nos cinemas do IMS, é um pequeno fenômeno de público. É um acontecimento cultural e político, mais do que cinematográfico. Em outras palavras: é um filme mais importante do que bom. As boas intenções acabam por cercear e sufocar as possibilidades de criação cinematográfica.
Japão em transe
Chega aos cinemas outro ótimo filme japonês, A mulher de um espião, de Kiyoshi Kurosawa, thriller de espionagem misturado com drama amoroso. Ambientado em 1940 na cidade portuária de Kobe, o filme ganhou o prêmio de direção em Veneza e tem como um dos roteiristas o diretor de Drive My Car.
Fuga para as montanhas
A felicidade das pequenas coisas, filme do Butão que ganhou visibilidade com a indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, está chegando finalmente ao streaming. O filme evita o exotismo e o sentimentalismo sem perder a ternura pelos personagens nem fechar os olhos para a beleza majestosa do Himalaia.
Tio Vânia em Hiroshima
Está entrando em cartaz um dos grandes filmes do ano, o japonês Drive my car, de Ryûsuke Hamaguchi, premiado em Cannes e no Bafta e concorrente ao Oscar em quatro categorias: melhor filme, direção, roteiro adaptado e produção estrangeira. O roteiro é baseado em contos de Haruki Murakami.
Um mundo hostil
Entraram em cartaz em streaming dois filmes curiosamente complementares, ambos de diretores brasileiros estreantes em longas. Madalena (foto), um dos filmes mais originais e interessantes da nova safra, que trata do assassinato de uma mulher trans no interior do país, e Valentina, também protagonizado por uma garota trans.