Entre o interior e a capital paulista na década de 1970, durante a ditadura militar, Stefania Bril produziu imagens de pessoas negras que fogem aos estereótipos visuais correntes desde princípios do século XX. Seu interesse por esse segmento da população lhe permitiu ver e criar um repositório visual cuja presença negra é, antes de tudo, diversa. Em suas imagens, Bril vê os trabalhadores braçais em ação ou em descanso, as famílias negras, as mães e suas crianças, e os artistas negros da Feira de Arte da República. Nesta conversa na galeria, o antropólogo e crítico Alexandre Araujo Bispo, baseado em seu texto para o catálogo da exposição, irá pensar como a fotógrafa “enquadrou” pessoas (para usar um termo caro à fotografia e banalizado pela ditadura), arquivando a multiplicidade de sua aparência para o futuro.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Crítico e curador independente. Cientista social, mestre e doutor em antropologia pela USP, foi professor da Unilab e da Unifai e pesquisador-bolsista do MAM-SP. Pesquisa práticas de memória de pessoas “comuns” e as conexões entre raça, gênero, cultura urbana, construção e consumo de imagens. É membro da ABCA, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UFSB e pesquisador do Coletivo ASA – Artes, Saberes, Antropologia da USP.
