Idioma EN
Contraste

Dia de Antonio Candido

Ciclo de atividades

Relacionado à exposição Antonio Candido em Poços de Caldas

Quando

14 de março de 2020, sábado, às 14h

Entrada gratuita

Lugares limitados. Mais informações em Como participar.

IMS Poços

Auditório
Rua Teresópolis, 90
Poços de Caldas/MG

Antonio Candido e Gilda com a neta, Dora Vergueiro, no pátio interno da casa. Poços de Caldas, década de 1970

No dia 14 de março (sábado), a partir das 14h, o IMS Poços apresenta um ciclo de atividades dedicado à vida e obra do intelectual Antonio Candido. O evento, que é gratuito, inclui também o lançamento do livro A formação de Antonio Candido, uma biografia ilustrada, de Ana Luisa Escorel. A atividade integra a programação da mostra Antonio Candido em Poços de Caldas, em cartaz no centro cultural até 22 de março.

O evento começa às 14h, com uma conversa na galeria com Laura Escorel, curadora da exposição, e Sérgio Roberto Montero Aguiar, professor de literatura brasileira.

Em seguida, às 15h15, haverá uma mesa sobre o memorialismo em Antonio Candido, com a presença de Ana Luisa Escorel, autora do livro lançado durante o evento, e o pesquisador Rodrigo Cerqueira. Escorel falará sobre a nova publicação, abordando a relação de Candido com Poços de Caldas. Já Cerqueira tratará de um ensaio escrito por Candido sobre a anarquista Dona Teresina, que viveu em Poços de Caldas.

Às 17h, a programação inclui uma mesa com Luis Jackson, professor do departamento de sociologia da USP, e o pesquisador Max Gimenes sobre a militância em Antonio Candido. Às 18h15, acontece o lançamento do livro A formação de Antonio Candido, uma biografia ilustrada, de Ana Luisa Escorel.


Sobre os participantes

Ana Luísa Escorel é uma designer e escritora brasileira. Formada pela Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) do Rio de Janeiro. É autora do livro A formação de Antonio Candido, uma biografia ilustrada.

Laura Escorel é designer e editora. Especialista em Bens Culturais pela FGV e mestra em história da arte pela Unifesp, é curadora da exposição Antonio Candido em Poços de Caldas e coordena o projeto de organização do arquivo pessoal de Antonio Candido e Gilda de Mello e Souza no IEB-USP.

Luiz Carlos Jackson é professor do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, na qual obteve os títulos de mestre, doutor e livre-docente em sociologia. É autor do livro tradição esquecida: Os parceiros do Rio Bonito e a sociologia de Antonio Candido (Editora da UFMG, 2002).

Max Luiz Gimenes possui bacharelado e licenciatura em ciências sociais e mestrado em sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). É doutorando em sociologia pela mesma instituição e atua nas áreas de história intelectual, sociologia da cultura e pensamento político brasileiro.

Rodrigo Cerqueira é bacharel em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia. Mestre pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, com dissertação sobre a inserção de elementos memorialísticos na crítica de Antonio Candido. Doutorou-se na mesma Universidade em 2013, com uma tese sobre a primeira fase da produção romanesca (1844-1855), de Joaquim Manuel de Macedo.

Sérgio Roberto Montero Aguiar é Graduado em Letras Espanhol pela Universidade de São Paulo (1986) e Mestrado em Letras (Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana) pela Universidade de São Paulo (1992). É mediador do projeto Panorâmicas Literomusicais, do Clube de Leitura e Salve o compositor popular do IMS Poços.


Sobre o livro

A formação de Antonio Candido, uma biografia ilustrada
De Ana Luisa Escorel

Em A formação de Antonio Candido, uma biografia ilustrada, embora num primeiro momento estivesse prevista apenas a edição de fotos com legendas, no correr do processo acabou se introduzindo um texto longo – que atravessa o livro do começo ao fim – na intenção de conferir mais detalhe aos dados biográficos.

Nesse sentido, as anotações deixadas pelo próprio Antonio Candido, referentes à fase da infância, foram de inestimável utilidade para a montagem do primeiro capítulo.

O resto do texto contou menos com esse recurso, embora tenha se buscado um tom que pudesse reforçar a impressão da presença de Antonio Candido entre nós, a partir de pequeno trechos desses registros, deixados nos inúmeros cadernos nos quais anotou, ano atrás de ano, as impressões da vida toda.

Como em 1929, no adeus melancólico à Santa Rita de Cássia, a cidadezinha da primeira infância:

E assim acabou o período da Casa de Cima que lá ficou com seu pé de laranja toranja no quintal pequeno. Então viraram passado os empregados – Anésia, Ana, Zé Grosso. Os rachadores de lenha seu Carioca e Cipriano. O José Gabriel que matava os porcos lancinantes. Os mendigos repulsivos ou amenos, os tipos populares – João Bonito e sua boca torta, Chico Fumo, dândi patético escrevendo nas carteiras de cigarro, Ilídio passando soturno pelo meio da rua, calado, impenetrável. E o cavalo Presente, que morava no pasto de meu padrinho e vinha para ser lavado e escovado debaixo da laranjeira. E os motoristas que levantavam nuvens de poeira fina, ou derrapavam na grossa lama; motoristas que nos levavam para passear nas fazendas: seu Osório, calado, bem composto; Vicente Silveira, de gravata de borboleta, parente de meu pai; Benedito, pobre como Jó, casado com a alemã Frida, com uma quantidade de filhos. E ainda havia os carreiros, enquanto o prefeito Luciano de Mello Batista não proibisse a entrada dos carros de boi na cidade, anos depois: o imenso Custódio com bigodes compridos e pés de um tamanho inverossímil; e o Paulo, com sua risada alegre. E o violeiro Eugênio Ferrador, com o bengalão em saca-rolha; e seu Chico Heliodoro, de olhos doces e barba grisalha, sempre descalço, que achava [meu irmão] Roberto parecido com nosso bisavô João Candido; e seu Carrinho Salgado, que gostava tanto de mim; e o padeiro Antonio Leão, inventor do “pão da noite”, macio e adocicado, que ele ia vendendo de porta em porta depois do jantar.

Ainda na etapa preliminar da edição de A formação de Antonio Candido, o teor do impresso – uma fotobiografia – foi sugerido por Laura Escorel, principal responsável pelo processo de transferência para o IEB – Instituto de Estudos Brasileiros da USP – dos acervos documentais e iconográficos de Gilda e Antonio Candido de Mello e Souza doados à instituição por Laura de Mello e Souza, Marina de Mello e Souza e por mim.

Esse processo, cujo início data de 2017 e, à frente do qual além de Laura Escorel esteve também Elisabete Marin Ribas – na ocasião Supervisora do Arquivo do IEB –, foi financiado pelo Itaú Cultural a partir de um planejamento que tornou possível o registro, a descrição e a higienização, os reparos e a catalogação em brevíssimo tempo, de 50 mil itens do acervo documental e 5 mil itens do acervo fotográfico que, dessa forma, deverão estar acessíveis ao público e à pesquisa ainda no correr de 2020.


Como participar

Quando
14 de março de 2020, sábado, às 14h

Entrada gratuita. Evento sujeito à lotação do espaço.
Distribuição de senhas 30 minutos antes do evento. Limite de 2 senhas por pessoa.


Exposição relacionada


Mais eventos

Mais IMS