Considerando o sucesso de Tempo de Erico Verissimo em 2017, o IMS fará evento novamente, em 2018, com enfoque nas relações do autor com a América Latina, a partir de estudos inéditos em desenvolvimento. Acontece dia 18 de janeiro, quinta-feira, das 11h às 17h25, na sala de aula do IMS Rio.
► Vagas esgotadas
O encontro é gratuito, aberto ao público e com vagas limitadas. As inscrições podem ser feitas a partir de 10 de janeiro pelo email [email protected] e devem ser preenchidas da seguinte maneira:
Assunto: Tempo de Erico Verissimo
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Profissão:
Data de nascimento:
Telefone para contato:
Às 11h: Erico Verissimo e a América Latina – Maria da Glória Bordini
As relações entre o autor e a América de fala espanhola são pouco conhecidas, bem como as interações que estabeleceu entre Estados Unidos e os países latinos durante sua estada na União Pan-Americana como diretor do Departamento de Assuntos Culturais. A palestra traz dados inéditos extraídos de alguns de seus discursos pan-americanos, resultantes de pesquisas do Acervo Literário de Erico Verissimo.
Maria da Glória Bordini é professora aposentada da UFRGS e colaboradora convidada de seu Programa de Pós-Graduação em Letras. É pesquisadora do CNPq e ex-coordenadora dos Acervos de Escritores Sulinos, quando docente da PUCRS, ocasião em que fez a organização inicial do Acervo Literário de Erico Verissimo. É autora de Criação Literária em Erico Verissimo e Poética da Cidade em Erico Verissimo (online), dentre outros.
12h15 às 14h: Almoço
Das 14h às 15h: A literatura infantil de Erico Verissimo – Paula Ramos
Os livros infantis e infantojuvenis ocupam lugar especial na produção literária de Erico Verissimo desde seu ingresso na Livraria do Globo, de Porto Alegre, em 1931. Com o selo Biblioteca de Nanquinote, surgiram, nesse período, vários títulos, alguns flertando com personagens históricos, como A vida de Joana d´Arc, outros com caráter formativo, a exemplo de Aventuras no mundo da higiene. É a vocação de Erico Verissimo para a literatura infantil, no seu aspecto gráfico e textual, que será apresentada pela premiada professora Paula Ramos.
Paula Ramos é historiadora e crítica de arte, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; autora de A modernidade impressa – artistas ilustradores da Livraria do Globo – Porto Alegre, Prêmio Jabuti 2017.
Das 15h às 15h30 – Coffee break
15h30 às 16h30: Mesa 1 – Beatriz Badim de Campos, José Antonio Klaes Roig, Marcela Miller
1) Beatriz Badim de Campos: A hora do sétimo anjo, de Erico Verissimo: o livro em apocalipse
A apresentação que se pretende realizar no encontro Tempo de Erico Verissimo II visa a uma abordagem inédita e em fase de pesquisa do livro inacabado de Erico Verissimo A Hora do Sétimo Anjo (1966-1975), parte do corpus de estudo de tese de doutorado iniciada em agosto de 2017. O material, que conta com três cadernetas e um dossiê com 175 folhas, está disponível no Acervo Literário de Erico Verissimo, no IMS, e foi tema de dois artigos escritos por mim para o Blog da Editora Companhia das Letras em setembro de 2017. O objetivo geral deste estudo se centra em refletir sobre o processo de criação literária de Erico Verissimo e sua raiz de inacabamento, constituindo uma escrita em devir, que se faz pela (re)criação da escrita dentro da arquitetônica de seu projeto literário. Deste modo, identificamos o procedimento da saga não como gênero textual, mas como recurso composicional de seu projeto, uma vez que ele se faz pelo desdobramento de uma narrativa em outra, configurando, assim, uma obra que se enreda nas teias de uma construção orgânica.
Beatriz Badim de Campos é doutoranda do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Autora do livro Caminhos Cruzados e Um Lugar ao Sol: o projeto literário de Erico Verissimo (EDUC, 2016).
2) José Antonio Klaes Roig: A estética do espelho em Erico Verissimo: tempo, espaço e imaginação
A significativa obra de Erico Verissimo possui uma “Estética do Espelho”. Amparado em tese de doutoramento e no referencial teórico da Fenomenologia, de Gaston Bachelard, da Teoria do Imaginário, de Gilbert Durand, e da Filosofia da Composição, de Edgar Allan Poe, foi possível compreender, enquanto construção literária: o tempo mitológico, o espaço simbólico e a narrativa imaginante do escritor gaúcho. A análise da bibliografia do escritor em paralelo com o desenrolar da história de sua família, estado natal, país e mundo, durante o século XX, promove no leitor crítico a percepção do criativo jogo de espelhos entre ética e estética, política e poética. Erico, o Narciso que se debruçou sobre a realidade para refletir além do tempo e do espaço, valendo-se do ferramental simbólico e imaginário.
José Roig é doutor em Letras (área: História da Literatura), programa de Pós-Graduação em Letras da FURG, Universidade Federal do Rio Grande (Rio Grande, RS).
3) Marcela Miller: Reflexões interamericanas: questões identitárias nos relatos de viagem de Erico Verissimo pelo continente americano
Entre as décadas de 1940 e 1950, Erico Verissimo publicou três relatos baseados em suas viagens pelo continente americano nesse mesmo período. EV é um observador preocupado em compreender “o outro” para além dos estereótipos, das convenções e das conveniências ditadas pelas circunstâncias, priorizando o reconhecimento da diferença como abertura de um espaço para reflexões críticas acerca de questões ligadas à diversidade cultural, suas tensões, interações e mesclagens. Esta apresentação pretende destacar os momentos dos três relatos em que as questões identitárias se problematizam para EV, de forma a marcar toda a sua produção literária a partir de então.
Marcela Miller é doutoranda em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Das 16h45 às 17h25: Mesa 2 – Maria Cristina Ferreira dos Santos, Tatiana Zismann
1) Erico Verissimo e a poética do esquecimento – Maria Cristina Ferreira dos Santos
Muitos estudiosos e críticos literários se dedicaram a analisar as obras de Erico Verissimo sob os mais variados enfoques. Entretanto, a questão do olvido, que é constante em seus romances, tornando-se uma verdadeira poética do esquecimento, nunca foi objeto de estudos. O tema do esquecimento é recorrente na obra de Erico Verissimo. Pretende-se mostrar como o olvido, almejado por diversas personagens do romance desse escritor, opera nos enredos e os transforma.
Maria Cristina Ferreira dos Santos é doutoranda em Estudos Literários pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
2) As fontes de A fonte – Tatiana Zismann
Ao iniciar temporalmente O tempo e o vento com o capítulo A fonte, cuja ação narrativa começa em 1745, Erico Verissimo integra a experiência das missões jesuítico-guaranis à história do Rio Grande do Sul, o que não era consensual na época. O levantamento de fontes historiográficas relacionadas à história colonial, possivelmente acessadas por Erico Verissimo, pode lançar interessantes problematizações sobre a representação desse período histórico e de seus atores sociais em O tempo e o vento.
Tatiana Zismann é doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O Tempo de Erico Verissimo é um evento organizado pelo IMS para celebrar o aniversário do escrito Erico Verissimo (17 de dezembro de 1905). O projeto foi lançado em 2017 pelo IMS Rio e a programação do ano passado pode ser consultada através dos links abaixo.