“O argumento foi estabelecido pelo Ministério da Educação com a intenção de aumentar a produção de arroz” ‒ conta o diretor ao falar sobre seus filmes à revista japonesa Kinema Junpô, em janeiro de 1954. Encomendado pelo governo japonês, o filme apresenta dois garotos que cresceram no campo: um deles não pode terminar os estudos primários, e o outro acaba de voltar da cidade.
“A canção da terra natal constrói-se sobre uma oposição cidade/campo, denunciando os problemas que se abateriam sobre toda a sociedade japonesa caso não fosse estancado o movimento migratório em massa do campo para a cidade ‒ e, diga-se a este respeito, o filme tinha um objetivo propagandístico concreto [...]. Estes objetivos explicam a simplicidade da estrutura de oposições montada por Mizoguchi”, discorre Luís Miguel Oliveira no livro As folhas da Cinemateca ‒ Kenji Mizoguchi.
Único filme silencioso apresentado neste ciclo, e exibido pela primeira vez no Brasil, A canção da terra natal foi recentemente restaurado pelo National Film Center (NFC), em Tóquio, que recuperou as cores originalmente realizadas com técnicas de tingimento da película. O trabalho foi possível graças a uma cópia em nitrato da época de seu lançamento doada ao NFC. Apesar de muito deteriorada, as cores ainda estavam preservadas em pequenos trechos, o que permitiu a recuperação completa de sua estética original.
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