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Contraste

Os amantes crucificados

Chikamatsu Monogatari

Direção

Kenji Mizoguchi

Informações

Japão
1954. 100min. 12 anos

Formato de exibição

35mm

Sinopse

Quioto, final do século XVII. Ishun, um senhor abastado, acredita que sua esposa, a jovem Osan, está tendo um relacionamento com Mohei, um de seus empregados. Para escapar à punição de execução por adultério, Osan e Mohei fogem juntos.

O roteiro foi inspirado em uma peça de bunraku, uma forma de teatro de bonecos japoneses intitulada Koi Hakke Hashiragoyomi. Nas palavras do cineasta português Paulo Rocha (Os verdes anos), Os amantes crucificados “é uma adaptação do Chikamatsu, um gênio, que recriava a forma do teatro de marionetes, na época uma forma popularíssima de Osaka. Havia muitos suicídios, e o público gostava muito dessas coisas de faca e alguidar. Por exemplo, uma gueixa apaixonava-se e depois matava-se: dois ou três dias depois, publicavam uma balada ou um poema, vendiam pelas ruas, e passada uma semana aquilo estava no teatro. O público ia para lá chorar. Depois havia o coro que contava a história de uma maneira mais lírica, os bonecos mimavam a cena, tornavam todas as cenas muito realistas, e a primazia era do narrador, que cantava e chorava. Ora bem, o Mizoguchi, em Os amantes crucificados, pega, portanto, numa história já elaboradíssima e expõe aquilo que se passa num ambiente de burguesia semicapitalista da época ‒ o dono do negócio é um homem que tem o privilégio de ser o único tipógrafo no Japão a poder imprimir os calendários. Estabelecer o calendário era uma função de poder, com um valor quase religioso, e o governo tinha que autorizar, portanto dava imenso dinheiro. [...] Os argumentistas marxistas aproveitam para fazer uma descrição minuciosíssima sobre as estruturas do poder económico. Levam em conta os novos estudos históricos, todas as pistas da historiografia oficial marxista, e, portanto, este é provavelmente um dos argumentos mais solidamente escritos de toda a história do cinema de qualquer país. É um prodígio de carpintaria teatral, de síntese histórica etc. É um prodígio de luz, de construção de décors, mas vai muito mais longe, naquelas cenas no lago com o barco aparece um pouco o ‘amour fou’, o lado voluntarista para além da existência normal. O marxista comum não teria coragem de ir tão longe! Em que medida isso é uma espécie de reacção espontânea, poética, pessoal, política do Mizoguchi? O que é certo é que ele consegue colocar a câmara no set, pegar num assunto violentíssimo, e torná-lo mais aceitável para a sociedade japonesa.”

Íntegra do depoimento de Paulo Rocha para Luís Miguel Oliveira


Programação

Não há sessões previstas para esse filme no momento.


Ingressos

Os ingressos para as sessões de cinema do IMS são vendidos nas bilheterias dos centros culturais e no site ingresso.com. 
 
As bilheterias vendem ingressos apenas para as sessões do dia. No site, as vendas são semanais: a cada quinta-feira são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.
 
IMS Paulista
R$4 (inteira) e R$2 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 10h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
IMS Rio
R$4 (inteira) e R$2 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.

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