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1976. 111min. 14 anos
Formato de exibição
Parte da retrospectiva
O tema principal do filme é uma das regiões mais pobres e remotas de Portugal em processo de despovoamento, por conta do êxodo dos homens adultos para a capital ou para outras cidades europeias. Oferece um panorama das milenares formas de vida no campo em contraste com o destino a que estão condenadas pelo progresso: a extinção.
“Não são apenas certas espécies naturais que se extinguem ou massacram – e não há só espécies naturais […]. Claro que, entretanto, os ‘nossos’ etnógrafos não dormiram... Mas dormem os milhares e milhares de fichas e fotografias nos arquivos de metal, enquanto as paredes de xisto tombam sem ruído, os telhados de colmo apodrecem – e os homens partem. Passa-se a bibliografia especializada e comunicações de Congresso um estilo de vida, já tão erodido como as terras. No ano 2000 (dizem), saber-se-á como os transmontanos... ou no ano 3000 etc. Assim nos sensibilizam os insetos fossilizados no âmbar do Báltico. Irá mais longe o cinema do que os ficheiros? Será a sua película outro âmbar? […] A propósito da Arquitetura do Nordeste, ocorre-nos o Nanouk e a Terra sem pão – réplicas impossíveis, mas documentos pertinentes e anzol na carne. […] A hemorragia da imigração, a desagregação, solta as pedras uma a uma até à derrocada. Pelo menos postigo, cercado de caliça antiga, lobrigam-se olhos curiosos: mas são de velhos e crianças. Vulgarmente, a pedra do moinho, no centro da lareira, só tem cinzas antigas, sem histórias e lobisomens. […] Os jogos dos velhos e das crianças, que dialetizam na ponte da vida. A própria magia, obscura, lúdica, rescaldo, será integrada neste poema antiquotidiano e... quotidiano.” (António Reis)
“Existe algo crucial no filme e é o fato de que o lírico está sempre ameaçado. Inclusive quando as crianças se divertem no rio, descobrem a morte com a truta gelada. A grande casa empoeirada ou os mortos, ou a criança que se diverte com um pião (que é a que vai para a mina), vivem sempre num mundo ameaçado. Acho que o filme está sempre em metamorfose. A parte final deve ser como um bumerangue. É necessário que os espetadores sejam compensados pelo espaço e o tempo líricos da primeira parte para suportar o que segue. Quando o ferreiro se queixa que as pessoas vão embora das vilas, isso se refere justamente às crianças mutiladas e aos mortos das guerras coloniais: são eles. São os que virão para Lisboa, para a Europa, para os vilarejos, para as fábricas etc. É a razão pela qual tratamos essas crianças com tanta intensidade. Se você vai lá, vai ver: não tem nenhum naturalismo, são um pouco anjos ainda.” (AR)
IMS Paulista: sessão do dia 8/10, terça, às 21h, terá apresentação de João Fernandes, diretor artístico do IMS.
Sinopse elaborada pelo programador do ciclo, Manuel Asin, originalmente em espanhol. Parte dos depoimentos está em sua versão original, em português lusitano.
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IMS Paulista: sessão do dia 8/10, terça, às 21h, terá apresentação de João Fernandes, diretor artístico do IMS.
Não há sessões previstas para esse filme no momento.
Os ingressos para as sessões de cinema do IMS são vendidos nas bilheterias dos centros culturais e no site ingresso.com.
As bilheterias vendem ingressos apenas para as sessões do dia. No site, as vendas são semanais: a cada quinta-feira são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.
IMS Paulista
Ingresso: R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 10h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
IMS Rio
Ingresso: R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.
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