Don Diego de Zama, um oficial da coroa Espanhola, nascido na América do Sul, aguarda uma carta do rei outorgando-lhe a transferência para um destino mais prestigioso. Enquanto isso, aceita, submisso, cada tarefa encomendada pelos sucessivos governadores. Mas a carta nunca chega. Quando perde as esperanças, junta-se a um grupo de soldados para capturar um perigoso bandido.
Zama é uma adaptação do romance homônimo, de 1956, de Antonio di Benedetto. Sobre o trabalho de realizar uma adaptação, comenta Lucrecia Martel em entrevista ao portal Omelete:
"O pior prêmio dado em várias competições ligadas ao cinema, aquele que melhor expõe a estupidez humana, é o de melhor roteiro adaptado. E eu te digo isso agora, muito antes de saber o que vai acontecer como Zama. Mas, se fosse premiada nessa categoria, me recusaria a receber o prêmio, a menos que fosse um prêmio em dinheiro. Aí, nesse caso, eu terei mil argumentos para me arrepender dessa bravata. É impossível adaptar um romance. A literatura não pode ser adaptada para o cinema. O que acontece é algo de uma outra ordem, digamos, médica, que se processa da seguinte forma:
"Dia 1 - O sujeito lê um romance, como, por exemplo, Zama, que é uma obra-prima;
"Dia 2 - Infectada pela beleza do livro, o sujeito se transforma, revira na cama incapaz de dormir, sedento por fazer parte do mundo ali retratado;
“Dia 3 – Apaziguada a febre, o sujeito se dá conta da enorme estupidez que é fazer um filme baseado em uma obra-prima. E, geralmente, o sujeito se dá conta também que mais estúpido ainda é fazer um filme de que ninguém precisa;
“Dia 4 – A cólica volta e também a febre, porque o romance revelou ao sujeito aspectos do mundo que ele não conhecia, revelando fendas abertas na realidade. Ele se dá conta da doença e dorme com ela.
“Dia 5 - Começa humildemente a escrever um script cuja premissa é assassinar o romance que leu, pois, só assim, pode sobreviver.”
Não há sessões previstas para esse filme no momento.
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