Em cartaz até dia 22 de outubro no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, a exposição J.Carlos: originais apresenta a rica contribuição do cartunista, caricaturista, chargista e ilustrador carioca para a história da crônica visual do país. Agora, uma parte dessa história também está disponível no recém-lançado livreto criado para acompanhar a mostra, e que revela, de maneira breve e informativa, as principais características da vasta obra do artista. Com texto do caricaturista Cássio Loredano, um dos curadores da exposição, ao lado de Julia Kovensky, coordenadora de Iconografia do IMS, e de Paulo Roberto Pires, o livreto pincela a longa trajetória de J.Carlos desde sua entrada na imprensa, em 1902, aos 18 anos, até sua morte, em outubro de 1950, consagrado como um dos mais completos artistas brasileiros, reconhecido pelo elegante traço art déco que marcou sua produção.
Para ajudar a contar essa história, diversos desenhos foram selecionados entre os 290 que compõem a mostra em cartaz na Galeria Marc Ferrez do IMS Rio – desde 2015 o instituto abriga um acervo de mil originais que integram a coleção Eduardo Augusto de Brito e Cunha, filho de J.Carlos. Por eles o público pode conferir toda a versatilidade do artista que, com humor e sensibilidade, estampou em jornais e revistas diversas facetas da sociedade, seus costumes, os políticos, as guerras. Como na exposição, alguns dos desenhos do livreto (que está sendo vendido por R$ 9,50 exclusivamente na recepção e na loja do IMS Rio) são mostrados inacabados ou em várias fases do processo de criação. Dessa forma, o conjunto proporciona uma visão mais precisa do trabalho de J. Carlos, também autor de delicadas e requintadas aberturas e ilustrações para textos de escritores publicados na imprensa da época. Uma pequena mostra do grande artista que foi, acima de tudo, um “servo da linha elegante”, nas palavras igualmente precisas de Loredano.