Indumentárias negras em foco
Mali Twist
Malick Sidibé. Fondation Cartier/Xavier Barral, 2017
Assim como Seydou Keïta, Malick Sidibé também oferece uma pesquisa imersiva sobre Bamako, capital do Mali banhada pelo rio Níger.
No estúdio fotográfico situado em Bagadadji, um dos bairros da cidade, as lentes de Malick retrataram uma série de jovens posando sozinhos ou em grupos, às vezes acompanhados de acessórios particulares que contam as suas histórias pessoais; fotografias de festas, que nos transportam para a cena noturna da época, na qual jovens dançavam ao som do twist, estilo musical inspirado em melodias do rock and roll. Aliás, o título da publicação, Mali Twist, é o mesmo da famosa canção de Boubacar Traoré, conhecido também como Kar Kar, que foi a mais tocada nas rádios de Bamako na metade do século passado. Em boa parte, a edição traz imagens das festas dos clubes noturnos da região, importantes locais de sociabilidade, construção de identidade e de modas negras. As fotografias ao ar livre, relativamente menos conhecidas, exibem cenas na margem do rio Níger, por exemplo, ou em piscinas e povoados locais.
Na página 195, vemos a fotografia de um jovem casal a dançar – ele vestindo terno e camisa de cores claras, com gravata mediana e sapatos mocassim, e ela com tranças finas, vestido rodado acima dos joelhos e ajustado à cintura, bem à moda das décadas de 1950 e 1960. Os dois dançam um possível passo de twist, em uma noite do Natal de 1963. Seriam eles da família de Sidibé?
Apelidado de “o olho de Bamako”, o fotógrafo narrou visualmente o constante movimento da população de sua cidade natal, nos anos 1950, 1960 e 1970.
Outros livros que fazem parte da exposição
Photographs: Bamako, Mali 1948-1963, de Seydou Keïta
Gentlemen of Bacongo, de Daniele Tamagni
Conflict and Costume: The Herero Tribe of Namibia, de Jim Naughten
África: moda, cultura e tradição, de Maureen Bisilliat
Moda e história: as indumentárias das mulheres de fé, de Pierre Verger e Raul Lody
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