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2023 de muitas exposições no IMS

23 de dezembro de 2022 | Equipe IMS
Enterro do poeta Pablo Neruda no Cemitério Geral de Santiago, Chile, 25.09.1973. Foto de Evandro Teixeira/ Acervo IMS

O primeiro semestre de 2023 será de muitas inaugurações no IMS. Só o IMS Paulista abrigará três novas exposições: as de Evandro Teixeira (1935), um dos principais fotojornalistas brasileiros, Helena Almeida (1934-2018), consagrada artista portuguesa cuja obra investiga as relações entre corpo e imagem, e a escultora e artista brasileira Iole de Freitas (1945). Além disso, o instituto apresenta ainda a mostra em celebração aos 10 anos da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS, realizada em parceria com o Pivô, espaço cultural localizado no Edifício Copan, no centro de São Paulo. A exposição, que será exibida no Pivô, reunirá obras dos artistas contemplados pela bolsa de fomento à produção de arte contemporânea, criada pelo IMS em 2013. Vale lembrar que o IMS Rio não abrigará nenhuma nova exposição pois estará fechado ao público, a partir de abril, para obras de restauro da casa e ampliação das reservas técnicas. As exposições no Rio acontecerão em espaços de instituições parceiras. Até 26 de março, é possível ver no IMS Rio a mostra Miguel Rio Branco. Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas.

A primeira individual de Evandro Teixeira no IMS acontecerá de março a julho de 2023, três anos depois da chegada de seu acervo ao instituto. O foco da mostra serão os registros feitos por ele no Chile, pouco depois do golpe militar de 11/9/1973, quando viajou ao país enviado pelo Jornal do Brasil, onde trabalhou por quase cinco décadas. Entre os eventos registrados pelo fotógrafo, está o enterro de Pablo Neruda (foto no alto desta página), primeira grande manifestação contra o regime do general Augusto Pinochet e, para Evandro, um dos momentos mais importantes de sua trajetória no fotojornalismo. A exposição, que tem curadoria de Sergio Burgi com assistência de Alessandra Coutinho Campos, exibirá as imagens que Evandro produziu na capital chilena, com destaque para os registros do enterro de Neruda. Em diálogo, serão exibidas fotografias feitas por Evandro durante o regime militar brasileiro, evidenciando a importância do fotojornalismo para a liberdade de expressão e o testemunho da realidade.

 

Glass Pieces, Life Slices, 1975. Sequência fotográfica [detalhe], 24 x 30 cm. Obra de Iole de Freitas/ Acervo da artista

 

Em maio, inaugura a individual Imagem como presença/ A obra de Iole de Freitas nos anos 1970.  A mostra fica em cartaz até setembro, com um recorte da obra da artista mineira pouco visto pelo público brasileiro. São fotos e filmes Super 8 e 16 mm produzidos nos anos 1970, período em que Iole viveu em Milão e Nova York, num momento em que era parte ativa, na Itália, de um ambiente político de grande efervescência política e cultural.

A mostra traz também instalações que a artista realizou no período, como as que apresentou em Milão, no Studio Marconi, e em Paris, na Bienal Jovem de 1975. Esses primeiros trabalhos, de uma artista então na casa dos 20 anos, são pela primeira vez apresentados ao público brasileiro num conjunto amplo, abrangente e representativo da produção de Iole naquela década. A curadoria é de Sônia Salzstein, com assistência de Leonardo Nones.

 

Seduzir, de Helena Almeida, 2002. Coleção Helga de Alvear, Madrid, Cáceres. Em junho no IMS Paulista

 

A exposição Fotografia habitada, antologia de Helena Almeida, 1969-2018 será a primeira individual da importante artista portuguesa no Brasil. Com curadoria de Isabel Carlos, curadora de arte contemporânea e historiadora da arte, a mostra com abertura em junho de 2023 apresentará uma seleção de obras que têm como suporte a fotografia e o desenho, realizadas entre 1969 e 2018. Os trabalhos abordam temas recorrentes na produção de Almeida, como a interrogação dos gêneros e dos processos artísticos e a autorrepresentação da artista e da mulher. Em sua produção, mais do que um gênero artístico ou documental, a fotografia é um suporte conceitual das ideias e dos processos da criação. Essa subversão dos limites das definições da obra de arte, além da constante reiteração da sua condição de mulher artista, confere atualidade ao trabalho de Helena Almeida, confirmando a relevância histórica do seu papel numa geração que abriu novos caminhos e processos nos modos de pensar e articular a relação entre a arte e a vida.

 

Retrato Falado, 2020. Caixa de madeira (tampa com imagem impressa em papel de arroz, caixa com imagem impressa em papel de algodão). 19 x 14 cm. Obra de Eustáquio Neves, um dos vencedores da Bolsa Zum em 2019. Coleção de Fotografia Contemporânea/ Acervo IMS

 

Também no primeiro semestre, de abril a julho, o IMS apresenta a mostra em celebração aos 10 anos da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS, realizada em parceria com o Pivô, espaço cultural localizado no Edifício Copan, no centro de São Paulo. A exposição reunirá obras dos artistas contemplados pela bolsa de fomento à produção de arte contemporânea, criada pelo IMS em 2013. A coletiva inaugura uma parceria entre as duas instituições, reunindo obras inéditas em foto, vídeo e outros suportes para oferecer um panorama da arte produzida no Brasil recentemente. Estarão presentes na exposição obras sobre a história da escravidão, a imigração transatlântica, o racismo, os papéis sociais e de gênero, os limites da loucura, o acesso às cidades. Os artistas participantes são: Aleta Valente, Aline Motta, Bárbara Wagner, Castiel Vitorino, Célia Tupinambá, Coletivo Garapa, Coletivo Trema, Dias & Riedweg, Dora Longo Bahia, Eustáquio Neves (obra abaixo), Helena Martins-Costa, Igi Ayedun, João Castilho, Letícia Ramos, Rafael BQueer, Sofia Borges, Tatewaki Nio, Tiago Sant́Ana, Val Souza e Vijai Patchinelaam. A curadoria é de Thyago Nogueira, Daniele Queiroz e Ângelo Manjabosco. As obras da exposição pertencem à Coleção Contemporânea do IMS.

Enquanto a sede do Rio estiver fechada (a previsão é de quatro anos a partir de abril de 2023), o IMS pretende assegurar sua presença na capital com programação cultural. Para isso, está fazendo parcerias com instituições da cidade para realizar exposições e eventos. Entre as parcerias já estabelecidas, está a com o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, que apresenta até 27 de março de 2023 a retrospectiva Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, exibida em 2022 no IMS Paulista. Após passar pelo CCBB RJ, a mostra segue para a sede do CCBB em Brasília.

O IMS Poços, por sua vez, está fechado atualmente, também para reformas de suas instalações. As obras incluem a instalação de um elevador e a remodelação do auditório, que passará a ser utilizado como sala de cinema, além de adaptações de acessibilidade e segurança. A próxima exposição que o centro cultural apresentará, quando for reaberto aos visitantes, será a Ocupação Eduardo Coutinho. A mostra aborda os principais aspectos da vida e obra de Eduardo Coutinho (1933-2014), um dos nomes mais importantes do documentário no Brasil. A ocupação é resultado de uma parceria do Itaú Cultural com o IMS, que detém o acervo do cineasta.