Edição 2023
Em nome do vazio. Fotografia, conquista e colonização de Estado no âmbito da Marcha para o Oeste.
Fotografias de Alice Brill, José Medeiros, Henri Ballot e Marcel Gautherot
Inscrição: 7 de março a 7 de maio de 2023.
As inscrições para esta edição estão encerradas.
A seleção ocorreu em 13 de junho de 2023, e o resultado foi divulgado em 19 de junho.
Para a quinta edição da Bolsa foram avaliados 35 projetos, a maior parte dos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Amazonas, além do Distrito Federal. As pesquisas deveriam ter como objeto um conjunto de imagens pertencentes ao acervo do IMS, de autoria da fotógrafa Alice Brill e dos fotógrafos José Medeiros, Henri Ballot e Marcel Gautherot. Os dois projetos selecionados foram:
Bananal sob feitiço: a visão Inỹ do contato com os não indígenas em suas aldeias na Ilha do Bananal
Tamiris Maia Gonçalves Pereira (Goiânia, GO)
Tem por objetivo analisar como a cosmovisão indígena Inỹ (Karajá e Javaé) construiu, interpretou e percebeu o contato dos não indígenas com suas aldeias na Ilha do Bananal entre as décadas de 1930 e 1980. Por meio de entrevistas com anciões das atuais comunidades Inỹ Karajá e Javaé de Goiás e Tocantins e da análise de relatos, imagens e documentos registrados nas mídias impressas, nos acervos imagéticos e materiais da FUNAI, do MA-UFG e do IMS, a pesquisadora propõe identificar e entender as narrativas, ferramentas simbólicas e construções cosmogônicas que surgiram a partir dos próprios indígenas para explicar as transformações advindas do contato com o Estado e seus agentes na Ilha do Bananal. Tamiris se autodeclarou parda e venceu na categoria da bolsa dedicada a pesquisadores negros ou indígenas.
Tamiris Maia Gonçalves Pereira
Arqueóloga e licenciada em História, mora em Goiânia (GO). É doutora em História pela Universidade Federal de Goiás e mestre em História pela PUC-GO. Trabalhou como arqueóloga em projetos de consultoria e pesquisa em diversos municípios de Goiás. Foi professora colaboradora no Curso de Educação Intercultural – Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena - UFG, entre 2015 e 2020 e no curso de Arqueologia da PUC-GO em 2018. Entre os temas centrais de suas pesquisas estão a história da alimentação indígena e as práticas tradicionais e contemporâneas do povo Javaé.
Imagens e narrativas dissidentes: as fotografias da “Marcha para o Oeste” no Brasil e suas possibilidades interpretativas
Gil Vieira Costa (Marabá, PA)
Propõe investigar imagens e narrativas dissidentes, não oficiais, nas fotografias produzidas nas ações da Fundação Brasil Central, na Amazônia Oriental e na bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia, dois dos principais focos da ação expansionista da "Marcha para o Oeste", por meio dos cruzamentos entre as fotografias, o discurso a elas atrelado em revistas e jornais de época e as experiências e percepções dos sujeitos residentes nos locais impactados, que incluem as memórias familiares do pesquisador. Um dos eixos da proposta é a discussão das fotografias com os povos Asurini do Tocantins, Gavião Parkatêjê e Mebêngôkre (Kayapó), cujas aldeias estão situadas no Pará. O projeto estudará as imagens da Estrada de Ferro Tocantins, do garimpo na bacia Tocantins-Araguaia e da extração de castanha em Marabá, atividades que geraram o surgimento de povoados, grandes conflitos e contribuíram para uma imagem de “terra sem-lei” dos sertões tocantinos e araguaianos. Gil venceu na categoria ampla concorrência.
Gil Vieira Costa
Professor Adjunto na Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), na Faculdade de Artes Visuais em Marabá, vinculado ao Instituto de Linguística, Letras e Artes. Mora em Marabá (PA). É bacharel e licenciado em Artes Visuais, mestre em Artes pela UFPA e doutor em História pela mesma instituição. Suas pesquisas são centradas na história da cultura visual, a contemporaneidade e as visualidades produzidas na Amazônia e em lugares não hegemônicos. Em seus trabalhos discute a relação entre arte, imagem e ideologias de exploração da Amazônia. É autor do livro Espaços em trânsito: múltiplas territorialidades da arte contemporânea paraense (2014).
Comissão de seleção
Kênia Gonçalves Costa, geógrafa, doutora em Geografia, professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território da Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Edson Kayapó, historiador, doutor em História, escritor e ativista no movimento indígena, professor do Instituto Federal da Bahia e da Universidade Federal do Sul da Bahia
Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles
Ileana Pradilla Ceron, responsável pelo Núcleo de Pesquisa em Fotografia do IMS
A Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia foi criada em 2018 com a intenção de estimular o estudo crítico da fotografia no Brasil. A iniciativa soma-se a diversas ações empreendidas pelo IMS nos últimos anos, em busca da requalificação de seus acervos e da ampliação do alcance de suas iniciativas, para contemplar uma maior representatividade de vozes e de identidades. Desde a quarta edição o IMS concede duas bolsas, sendo pelo menos uma delas oferecida a pesquisadores que pertençam a grupos historicamente silenciados. O valor total de cada bolsa será de 30 mil reais para a realização de projetos inéditos sobre eixos temáticos propostos pelo instituto.
Ao término do projeto, cuja duração máxima é de um ano, os pesquisadores deverão apresentar um relatório final, um artigo de conclusão do trabalho e uma palestra aberta ao público sobre os resultados alcançados. Para concorrer, é recomendável ter o título de mestre ou, em sua ausência, ter graduação universitária e comprovação de pelo menos três anos de experiência na realização de projetos de pesquisa em Ciências Humanas ou Sociais, a partir de fontes documentais, orais e iconográficas, cujos resultados tenham sido publicados em meio impresso ou digital. Em caso de candidatos estrangeiros, é necessário residir no Brasil há um ano, no mínimo.
Objetivos
a) Contribuir para a capacitação de pesquisadores que desejem investigar a história da fotografia no Brasil;
b) Fomentar pesquisas que contribuam para promover e disseminar o conhecimento sobre autores, obras, conjuntos, coleções de natureza fotográfica e arquivos documentais sobre a fotografia, sob a guarda do Instituto Moreira Salles e de outras bibliotecas, coleções, instituições arquivísticas e museológicas brasileiras;
c) Estimular a realização de estudos críticos sobre o lugar da fotografia na formação de representações históricas, sociais e culturais no Brasil.
Para a quinta edição da Bolsa serão escolhidos dois projetos de pesquisa sobre um conjunto de imagens do acervo do IMS, de autoria da fotógrafa Alice Brill e dos fotógrafos José Medeiros, Henri Ballot e Marcel Gautherot, realizadas no âmbito do processo de colonização da região central brasileira, lançado pelo presidente Getúlio Vargas em 1938, conhecido popularmente como a Marcha para o Oeste, que teve como órgão executor a Fundação Brasil Central (FBC). Busca-se promover a construção de diálogos entre essa produção fotográfica e o processo de ocupação e transformação de territórios considerados pelo Estado como vazios e incivilizados, tencionando interrogar a forma como diversos olhares construíram identidades e documentaram habitantes do Brasil Central e seus modos de vida dissonantes do padrão “moderno” que o programa oficial buscou impor.
Serão bem vindos projetos que tenham como propósito resgatar e valorizar pontos de vista e narrativas das e sobre as pessoas fotografadas, sejam elas pertencentes aos povos indígenas invadidos ou a outras populações que lá habitavam, ou que lá chegaram com a promessa de uma vida melhor, e que também sofreram as consequências do processo de ocupação pela FBC, como as pertencentes a comunidades quilombolas, seringueiras, castanheiras e de trabalhadores arregimentados em diversos lugares do Brasil para participar dessa empreitada.
A bolsa estimulará, ainda, o estudo das fotografias do ponto de vista da construção de gênero, pois a FBC e suas ações de caráter militar foram projetos masculinos por excelência. Apesar do número significativo de imagens que retratam mulheres indígenas, sem atribuição de identidades, ressaltando sua nudez e por vezes em situações que parecem lhes causar constrangimento, as fotografias, salvo poucas exceções, parecem enfatizar o protagonismo masculino. São bem vindos, portanto, projetos que busquem investigar o lugar que as mulheres ocuparam nessas construções visuais e quais as narrativas que lhes foram atribuídas.
Algumas das fotografias desse conjunto, diretamente aquelas ligadas aos povos que hoje integram o Parque Nacional do Xingu, participam atualmente da exposição Xingu: Contatos, no IMS Paulista (até 9/04/23), iniciativa que iniciou a revisão da história dessas imagens e contou com a colaboração de pesquisadores e lideranças indígenas, por meio da identificação de pessoas, locais e situações retratadas.
Em nome do vazio. Fotografia, conquista e colonização de Estado no âmbito da Marcha para o Oeste.
Nesta edição, as duas bolsas serão destinadas a pessoas pesquisadoras nascidas ou residentes, que desenvolvam pesquisas sobre e/ou que tenham como local de trabalho e pesquisa as regiões afetadas pela ação da Fundação Brasil Central: Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará, sul do Amazonas e Distrito Federal. A fim de ampliar seu alcance para contemplar maior representatividade de vozes e de identidades de grupos historicamente silenciados, uma das bolsas será prioritariamente ofertada a pesquisador ou pesquisadora negra ou indígena.
O ano de 1891, quando foi demarcada uma área de 14 mil km² no planalto central para a transferência da futura capital do Brasil, pode ser considerado um marco inicial da chamada colonização do interior do país. Como política de Estado, ela tomaria forma em 1943, com a instituição da Fundação Brasil Central, cujas atividades foram encerradas em 1967. Conheça aqui datas importantes deste processo.
O projeto de colonização do interior do Brasil idealizado por Getúlio Vargas foi muito documentado por fotógrafos, entre os quais Alice Brill, José Medeiros, Henri Ballot e Marcel Gautherot, que têm seus acervos sob a guarda do IMS.
(Colônia, Alemanha, 1920 - São Paulo, 2013)
Filha do pintor Erich Brill e da escritora e jornalista Marte Brill viveu em Hamburgo até os 13 anos. Em 1934 chegou ao Brasil com seu pai, morando por seis meses com ele na Ilha de Paquetá. Sua mãe já se encontrava em São Paulo e Alice somente a reencontrou após o carnaval do ano seguinte, quando passou a morar com ela na capital paulista. Aos 14 anos já empunhava sua primeira máquina fotográfica, presente de seu pai. Ainda em idade escolar, trabalhando na livraria Guatapará para ajudar nas despesas familiares, conheceu os pintores Aldo Bonadei e Paulo Rossi Osir, integrantes do Grupo Santa Helena, que se tornaram seus professores. Entre 1946 e 1947 ganhou uma bolsa para estudar artes na University of New Mexico, em Albuquerque, e na Art Student's League, em Nova York, nos Estados Unidos. Ao retornar ao Brasil, continuou estudando, desta vez gravura, com Poty e Yolanda Mohaly.
No final dos anos 1940 começou a trabalhar como fotógrafa, desenvolvendo especial interesse em temáticas de arte, arquitetura e paisagem urbana. Realizou fotografias para a revista Habitat, editada por Lina Bo Bardi, e, entre 1953 e 1954, a convite do marido da arquiteta, Pietro Maria Bardi, fundador do Museu de Arte de São Paulo, elaborou uma série sobre a cidade de São Paulo, para comemorar o IV centenário da cidade, que se tornou um dos seus trabalhos mais célebres. Também fotografou as cidades de Salvador, Rio de Janeiro e Ouro Preto.
Em 1975 Brill iniciou seu trabalho como crítica de arte, tendo publicado com certa regularidade ensaios no jornal O Estado de São Paulo. Seu livro Samson Flexor: Do Figurativismo ao Abstracionismo foi premiado como melhor publicação de arte pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 1991. Além dessas atividades, dedicou-se à pintura e à vida acadêmica, alcançando o título de doutora pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo em 1994.
(Teresina, 1921 - L'Aquila, Itália, 1990)
Filho mais velho de Zenaide Medeiros e do fotógrafo amador Francisco Medeiros. Entre seus quatro irmãos, destaca-se o cenógrafo e figurinista Anísio Medeiros. Em 1939 a família se mudou para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, José começou a trabalhar como funcionário público, na Companhia de Correios e Telégrafos e no Departamento Nacional do Café. Paralelamente, trabalhava como freelancer, fotografando para as revistas Tabu, Rio e Sombra e fazendo retratos para artistas, num estúdio montado em sua residência. Em 1946, o fotojornalista Jean Manzon conheceu Medeiros e o apresentou para a equipe da revista O Cruzeiro, periódico com a maior tiragem da época. Com uma reportagem sobre as festas regionais de Alagoas, Medeiros conquistou espaço na redação, tornando-se fotógrafo da revista até 1962. Em suas inúmeras reportagens registrou o cotidiano, artistas e figuras políticas, eventos esportivos, festas e manifestações culturais, populações indígenas, tendo um olhar especial para assuntos considerados na época à margem da sociedade. Uma de suas reportagens mais discutidas foi As noivas dos deuses sanguinários (O Cruzeiro, 15 de setembro de 1951), que tornou público um ritual secreto de iniciação no Candomblé na Bahia. As fotografias realizadas foram publicadas mais tarde em seu livro Candomblé, o primeiro sobre a religião no Brasil. Como repórter fotográfico viajou por diversos países da Europa, África e América. Em 1962, após sua saída da revista, criou a agência fotográfica Imagem, em parceria com seu colega Flávio Damm, que manteve até 1965. Em seguida, dedicou-se à fotografia de cinema, assinando nessa função curtas e longas metragens como A Falecida (1965), Xica da Silva (1976) e Memórias do Cárcere (1983). No final da década de 1980, trabalhou como professor de fotografia na Escola Internacional de Cinema de San Antonio de Los Baños, em Havana, Cuba.
(Paris, França, 1910 - Rio de Janeiro, 1996)
Com 15 anos de idade, Gautherot ingressou na École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs sediada em Paris, para estudar arquitetura. Em 1936 participou da construção do Museu do Homem, na mesma cidade, e, no processo de documentação das peças que integrariam o museu, surgiu seu interesse pela fotografia. No mesmo ano, com uma carta de recomendação da instituição, viajou ao México para fotografar artefatos do Museu Nacional do México e a fazenda Tetlapayac, local em que o filme Que Viva Mexico! de Serguei Eisenstein, foi ambientado. Essas fotos foram publicadas em 1938 nas revistas Cahiers d’Art e Voilà e conferiram a Gautherot uma inicial notoriedade como fotógrafo, inclusive despertando o interesse de Pablo Picasso. A partir da leitura de Jubiabá, romance de Jorge Amado, Marcel Gautherot se interessou pelo Brasil e viajou para a região amazônica brasileira em 1939, fixando-se no Rio de Janeiro em 1940. Travou contato com intelectuais e artistas modernistas e, desde então, realizou trabalhos de documentação fotográfica em diversos locais do país para o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e se aproximou de arquitetos brasileiros como Lúcio Costa e de intelectuais como Rodrigo Melo Franco de Andrade. Gautherot produziu um numeroso conjunto de registros sobre a arquitetura colonial e moderna brasileira, algumas junto com seu conterrâneo Pierre Verger. Em 1947 estreou na revista O Cruzeiro como freelancer ao publicar fotografias de carrancas em embarcações no Rio São Francisco, viagem em que também registrou pessoas e festas populares. A partir de 1948 colaborou com o folclorista Edison Carneiro em um projeto da Comissão Nacional de Folclore, criada em 1947, documentando manifestações culturais como bumba-meu-boi, reisado, círio de Nazaré, carnaval, entre outras. Entre suas atividades, também colaborou com revistas nacionais e internacionais, participou de exposições, fotografou obras de arte e publicou os livros Pernambuco: Recife - Olinda (1970), Congonhas do Campo (1973) e Bahia, Rio São Francisco, Recôncavo e Salvador (1995). Um de seus trabalhos mais conhecidos é a documentação da construção de Brasília na década de 1960, a pedido do arquiteto Oscar Niemeyer, que o tinha como fotógrafo predileto.
Mais sobre Marcel Gautherot no acervo do IMS ►
Conjuntos fotográficos de Marcel Gautherot no IMS
Estrada de Ferro Tocantins ►
Primeiro contato com o povo Asurini do Tocantins ►
Garimpo de diamantes no Rio Tocantins ►
Ilha do Bananal ►
(Pelotas, 1921 - São José, 1997)
Filho de mãe brasileira e pai francês, Ballot nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, e se mudou para a França aos dois anos de idade, passando sua infância e adolescência na região de Charente. Participou da Segunda Guerra Mundial como piloto integrante das Forças Aéreas Francesas Livres (FAFL), e foi abatido pelos alemães em 1945, em território sob comando norteamericano. Passou dois anos em recuperação num hospital em Denver, onde teve um contato inicial com a fotografia, pois seu colega de convalescência era fotógrafo amador. Em 1949, Ballot se mudou para São Paulo e iniciou sua carreira como fotógrafo na revista O Cruzeiro, onde trabalhou por vinte anos. De acordo com sua viúva Carmen Judy Chateaubriand, gostava de reportagens que ofereciam algum grau de ação e aventura. Entre os trabalhos relevantes que Ballot realizou para a revista estão Cocaína (1952), 250 mil operários de braços cruzados - Greve em S. Paulo (1953), Antártida, silêncio branco (1957), Sete dias sem fronteira. Líbano: a morte em cada esquina (1958). Cobriu ainda as Copas do Mundo de 1958 e 1962. Em 1961, produziu Novo recorde americano: miséria (1961), matéria que expõe a pobreza e a desigualdade em Nova York, escrita em resposta à matéria Freedom’s Fearful Foe: Poverty, centrada na pobreza da favela da Catacumba no Rio de Janeiro, publicada na revista Life naquele mesmo ano. Depois de sair da Cruzeiro, trabalhou no jornal Última Hora por alguns anos. No início da década de 1970 se mudou com a família para Ilha Grande, no Rio de Janeiro, e retomou o hobby de pilotar aeronaves, ao adquirir um ultraleve. Após 19 anos na região, se mudou para Santa Catarina, onde faleceu.