Deixa na régua está em cartaz no IMS Rio até 1o de outubro.
Do mesmo diretor de A batalha do passinho (2012), Deixa na régua investiga o cotidiano de três barbearias: uma em Piabetá, na Baixada Fluminense, e duas na Zona Norte do Rio de Janeiro. Nelas, dezenas de jovens fazem filas debaixo do sol quente para ter um corte milimetricamente desenhado pelos barbeiros Belo, Deivão e Ed, mas também para colocar em dia os assuntos com os amigos.
“A ideia de fazer o Deixa na régua“, conta o diretor Emílio Domingos, “surgiu durante o processo de filmagem de A batalha do passinho, no final de 2011. Percebi que um dos assuntos mais frequentes dos dançarinos era a ida ao salão. Eles me mostraram que existe uma grande vaidade por parte dos rapazes da periferia representados pelos seus novos cortes de cabelo, unhas pintadas e sobrancelha. Por trás de inúmeros cortes geométricos e detalhistas esconde-se toda uma preocupação com a afirmação das suas individualidades, revelando uma nova construção da masculinidade em favelas e bairros do subúrbio do Rio de Janeiro nos tempos atuais. A barbearia sempre foi um espaço de sociabilidade, e a relação próxima entre barbeiro e cliente possibilitou que diversos assuntos mais íntimos fossem debatidos e filmados, como família, violência e sexualidade, dentre outros. Deixa na régua é a segunda parte de uma trilogia sobre o corpo jovem da periferia do Rio de Janeiro. Mais do que um filme que revela uma nova estética do homem da favela e do subúrbio, é um documentário sobre o que os frequentadores e seus barbeiros pensam, é uma imersão nesses espaços.”