A documentação do movimento negro brasileiro por fotógrafos negros: uma homenagem a Januário Garcia
Conversa
Quando
Evento online e gratuito
Entre abril e dezembro de 2020 o IMS comissionou 171 artistas, individuais e coletivos, para que produzissem projetos para o IMS Convida, um programa de incentivo à criação artística no âmbito da fotografia, do cinema, da música, da literatura, das artes visuais e do desenho gráfico. Um vasto acervo de trabalhos está disponível no site e nas redes sociais da instituição, constituindo um documento significativo dos tempos de pandemia. A intenção é apresentar um painel representativo também de questões essenciais de diversidade e identidades de raça, gênero, região e contexto social e cultural do Brasil contemporâneo.
Agora o Convida é objeto de uma série de encontros online de reflexão e discussão crítica, o IMS Convida para Conversar, iniciado no dia 4 de maio de 2021.
No dia 16 de novembro, às 18 horas, Lázaro Roberto, contemplado pelo programa, e três convidados, Raquel Barreto, Vilma Neres e Julio Cesar Tavares, debaterão a relevância da obra de fotógrafos negros para a história do Movimento Negro Unificado e, de forma ampla, para a urgente reconstrução de uma nova história brasileira, mais crítica e inclusiva.
O foco da discussão serão os ensaios publicados em 2020 com imagens do Zumví Arquivo, mantido por Roberto, e o de Januário Garcia, ambos recortes do levante de ativistas do movimento negro contra as comemorações oficiais do Centenário da Abolição, em 1988. Garcia faleceu em 1 de julho deste ano por complicações da covid-19. Este 9º encontro da série é, portanto, também uma homenagem à grande trajetória do fotógrafo.
A mediação do encontro será feita por Rachel Rezende, pesquisadora da área de Fotografia do IMS.
Transmissão ao vivo com interpretação em Libras pelo YouTube e opção de legendas automáticas para quem assistir pelo Facebook.
Lázaro Roberto
Fotógrafo e arte-educador, Lázaro Roberto é mantenedor do Zumví Arquivo Fotográfico, acervo que reúne suas próprias fotos e outras oito coleções. Comprometido com o registro dos movimentos político e artístico negros baianos ao longo de três décadas, o trabalho de Lázaro reflete de forma aguda as consequências históricas do pós-abolição em Salvador.
Zumví Arquivo Fotográfico, trabalho no Programa Convida ►
Januário Garcia (in memoriam)
Fotografou afrodescendentes nas dimensões social, política e cultural de suas vidas no Brasil, em outros países da América do Sul e na África. Formado em comunicação visual pela International Cameraman School, atuou como presidente do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN) e foi membro do Conselho Memorial Zumbi.
A anticomemoração de um centenário, trabalho no Programa Convida ►
Julio Cesar de Souza Tavares
Professor titular no Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense, é especialista em, dentre outras linhas de pesquisa, diáspora africana no Brasil e nos EUA e em relações étnico-raciais. De 2015 a 2019 foi membro-consultor da Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão, do Conselho Federal da OAB. Foi fundador do MNUCDR e, em 1988/90, dirigiu o IPCN, no Rio de Janeiro, com Januário Garcia e Romão. Com Januário escreveu Diásporas africanas na América do Sul (2008) após jornada etnográfica pela América do Sul, e com ele colaborou no livro Vinte e cinco anos do movimento negro no Brasil −1980-2005 (2008), idealizado e organizado por Garcia. Foi Professor Visitante na Escola de Comunicação na Universidade da Florida e na Universidade de Witwatersrand na África do Sul. Atualmente é também professor na Universidade Andina Simón Bolivar, em Quito, Equador e dirige o LEECCC/UFF - Laboratório de Etnografia e Estudos em Comunicação, Cultura e Cognição, além do LEN /PACC-UFRJ - Laboratório Estudos Negros.
Raquel Barreto
Historiadora e pesquisadora. Atualmente, no doutorado, desenvolve pesquisa a respeito do Partido dos Panteras Negras e as relações entre visualidade, política e poder, na UFF. Seu mestrado concluído tem como título Enegrecendo o feminismo ou feminizando a raça: narrativas de libertação em Angela Davis e Lélia Gonzalez. Participou do projeto de publicação independente dos livros das pensadoras Lélia González e Beatriz Nascimento, produzidos pela União dos Coletivos Pan Africanistas de São Paulo, e prefaciou a edição brasileira do livro Angela Davis, uma autobiografia. Já dividiu mesas com Angela Davis e Patricia Hill Collins, em outubro de 2019, em São Paulo. É também cocuradora das exposições Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros, no IMS Paulista, e Vazar o invisível, na OM.art RJ.
Vilma Neres
Fotógrafa, pesquisadora e jornalista. Mestra em relações étnico-raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, na linha de pesquisa Campo Artístico e Construção de Etnicidades, e bacharela em comunicação social com habilitação em jornalismo pelo Centro Universitário Jorge Amado. Tem experiência em docência (nível superior e em projetos sociais), fotojornalismo, direção e produção audiovisual, pesquisa cinematográfica, educomunicação e assessoria de comunicação. É autora da dissertação Trajetórias e olhares não convexos das (foto)escre(vivências): condições de atuação e de (auto)representação de fotógrafas negras e de fotógrafos negros contemporâneos e do livro A escrita com a luz das fotoescrevivências negras.
Rachel Rezende
Pesquisadora da imagem, é graduada em jornalismo e mestra em história social da cultura pela PUC-Rio, com especialização em antropologia da imagem pelo NAI-UERJ (2002). Atua há 20 anos na realização de projetos documentais no campo das artes e do audiovisual. No Instituto Moreira Salles desde 2009, trabalha na curadoria, pesquisa e desenvolvimento de projetos da Fotografia.
Quando
16/11/2021, terça, às 18h
Evento online
Grátis, não é necessário se inscrever antecipadamente.
Transmissão ao vivo com interpretação em Libras pelo YouTube e opção de legendas automáticas para quem assistir pelo Facebook.
Vacine-se. Use máscara sempre, lave as mãos e use álcool em gel. Evite aglomerações.
Lançado pelo Instituto Moreira Salles em abril de 2020 em resposta aos danos causados à produção das artes pela pandemia, o programa Convida disponibilizou R$ 1,5 milhão em suas três fases para comissionar 171 artistas, individuais e coletivos, apresentados no site e nas redes sociais do instituto.
Os projetos tiveram afinidades com as áreas de programação e acervos do IMS (fotografia, cinema, música, literatura, artes visuais e desenho gráfico), mas não seguiram formatos fixos ou rígidos. Solicitou-se aos criadores apenas que respeitassem todas as medidas de proteção sanitária adotadas pelas organizações de saúde nos territórios onde vivem e trabalham.