“Este ano não vai ser igual àquele que passou”, diz o verso de abertura da marchinha Até Quarta-Feira, cantada há décadas, ano após ano, em bailes e blocos de carnaval. Sinal de que nem tudo muda muito na brincadeira desde o início do século XX, quando a festa passou a incorporar ao Entrudo – folguedo tipicamente português em que as pessoas atiravam água, farinha e fuligem umas nas outras – elementos do carnaval de Veneza até ganhar identidade nacional com o surgimento de cordões, ranchos, blocos e escolas de samba. Não tem mais o bonde, que nos carnavais cariocas circulava como um carro alegórico apinhado de foliões fantasiados, os salões perderam definitivamente a batalha de confete para as ruas, mas a tradição de homens vestidos de mulher, por exemplo, permanece há um século. Claro que de maneira cada vez mais ousada, basta comparar a foto de Augusto Malta enquadrando o grupo As Marrequinhas no Clube dos Democráticos, em 1913, com flagrantes de Maureen Bisilliat colhidos na Banda de Ipanema dos anos 1960/70.
Neste ensaio, um pouco dos carnavais que passaram pelas lentes de alguns dos grandes nomes da fotografia com acervo sob a guarda do IMS. Evoé Momo!
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