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Caderno de erudito: Paulo Mendes Campos

Estudioso disciplinado, Paulo Mendes Campos era o tipo que se dedicava a aprender a língua de um país antes de empreender uma viagem. Foi assim com o russo, minuciosamente anotado num caderno que levou em visita à União Soviética (na foto, ele está à esquerda, com as mãos para trás, no museu Hermitage), Polônia e China em 1956. (Elvia Bezerra).


Caderno de aforismos e de versos: Paulo Mendes Campos

Paulo Mendes Campos era um pesquisador consistente. Seus cadernos estão repletos de estudos, mas também de versos que “colecionava”, de listas variadas, como a de bêbados famosos, e aforismos. “Sou um erudito sem erudição. Tenho todos os instrumentos da erudição, mas a boemia não deixou”, escreveu num deles (ao lado). (Elvia Bezerra)


Caderno do LSD: Paulo Mendes Campos

No fim dos anos 1950, Paulo Mendes Campos se viu fascinado pelo LSD. Suas pesquisas minuciosas foram tema de quatro colunas na revista Manchete e recheiam um de seus cadernos sob a guarda do IMS. Depois de tomar a droga, em 1962, com acompanhamento médico, relatou suas sensações na longa crônica “Uma experiência com ácido lisérgico”. (Elvia Bezerra)


A estreia de Paulo Mendes Campos na imprensa

Estreias costumam ser trepidantes, mas nem sempre marcam tão profundamente quanto a de Paulo Mendes Campos, quase menino quando publicou “Raul de Leoni – poeta enganador”, seu primeiro artigo na imprensa, em 1939. Trinta anos depois, ele diria sobre o episódio: “Uma vez, e só uma vez conheci a glória”. (Elvia Bezerra)


Caderno da fuga: Paulo Mendes Campos

Aos 11 anos, Paulo Mendes Campos fugiu de casa, acompanhado de dois amigos e municiado do revólver da mãe, Maria José (à direita na foto), que garantiria, pensava ele, a segurança da empreitada. A aventura foi narrada num caderno escolar, sob a guarda do IMS, e foi tema de uma crônica, “A fuga”. (Elvia Bezerra)


‘Bleu blanc rouge’

Amante dos vinhos, Paulo Mendes Campos escreveu, em francês, um pequeno e saboroso texto, “Bleu blanc rouge”, em que associa tipos diferentes da bebida à obra de poetas, pintores e músicos. Um Chablis pode ser “nervoso como a cidade fantasma de Baudelaire”, e um Malvoisie, “suave como as crianças de Renoir”. (Elvia Bezerra)


Caderno da Grota do Jacob: Paulo Mendes Campos

Paulo Mendes Campos amava o campo, e seu gosto pela natureza se reflete num dos cadernos de seu acervo. Nele, o grande cronista anotou informações minuciosas sobre o sítio da Grota do Jacob, na região serrana do Rio, onde viveu momentos importantes com a família (na foto, o escritor com o filho Daniel e as cadelas Bobinha e Jacobina, em 1973). (Elvia Bezerra)


Leituras do acervo

Atento à situação de fragilidade em que se encontram trabalhadores da cultura, o Instituto Moreira Salles lançou um novo programa de fomento à produção artística: o post Leituras do acervo inaugura a #IMSdeCasa comissionando atores e estudantes de teatro convidados a registrar em áudio poemas e crônicas dos acervos do Instituto.


Caderno da solidão: Paulo Mendes Campos

Na adolescência, Paulo Mendes Campos (foto) preencheu três cadernos com trechos pinçados de suas leituras de poesia e prosa. Cada um deles tinha um tema, e o terceiro era dedicado à solidão. Elvia Bezerra conta mais. (Foto de Alécio de Andrade/Acervo IMS)


Poesia fora do papel

Numa crônica de 1954, Paulo Mendes Campos diz amar cada vez mais os poemas que acontecem na vida, fora do papel, e cita o desencontro entre Mário Quintana e Manuel Bandeira. Conta que o poeta gaúcho, no ano em que viveu no Rio, nunca teve coragem de falar pessoalmente com o Poeta de Pasárgada. No arquivo de Quintana no IMS, porém, há um mapa (imagem) para a casa de Bandeira, indicando que a visita foi desejada, conclui Elvia Bezerra. Se ela ocorreu, são outros versos.