Miguel Rio Branco (Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, 1946) é um fotógrafo com atuação ampla na fotografia e audiovisual brasileiros desde a década de 1970. Sua formação em desenho, pintura e fotografia desdobrou-se em uma escrita visual característica que articula procedimentos próprios de cada técnica.
Em sua produção, investiga temas como sexualidade, violência, dor e solidão, por meio de cortes abruptos, jogos cromáticos, edição e sequenciamento de imagens. Interessado em delinear uma identidade local, usa a fotografia para produzir um arquivo de cenas e personagens brasileiros, voltando seu olhar para os indivíduos que habitam as cidades, como as prostitutas da comunidade do Maciel, no Pelourinho (Salvador, BA) e os boxeadores da Academia Santa Rosa, na Lapa (Rio de Janeiro, RJ).
Colaborou com a Agência Magnum entre 1978 e 1982. Publicou mais de 30 fotolivros, entre eles Dulce Sudor Amargo (1985) e Maldicidade (2014). Recebeu prêmios pela fotografia e direção de diversos filmes, entre eles Memória Viva (1987), de Octávio Bezerra, com a direção de fotografia premiada no Festival de Cinema do Brasil de 1988 e Nada levarei quando morrer aqueles que mim deve cobrarei no inferno (1981), curta contemplado pelo Prêmio da Crítica Internacional no XI Festival Internacional de Documentários e Curtas de Lille (França, 1982). Realizou diversas exposições coletivas e individuais, entre elas Beauty, the Beast, no The Art Institute of Boston (2003) e Teoria da cor, na Estação Pinacoteca (São Paulo, SP, 2014).
O arquivo sob guarda do IMS é formado pelas obras da exposição Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas, de curadoria do artista e de Thyago Nogueira, apresentada no IMS Paulista em 2022 e na Fundação Iberê Camargo em 2023.
