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Em 2022 no IMS

17 DE DEZEMBRO DE 2021 | EQUIPE IMS

No ano que se aproxima, o Instituto Moreira Salles apresentará mostras temáticas em diálogo com o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência. A programação traz também exposições individuais de grandes nomes da fotografia brasileira e internacional, como Walter Firmo e Daido Moriyama, e itinerâncias das exposições de Clarice Lispector, Eduardo Coutinho, Miguel Rio Branco e Peter Scheier.

Ticumbi em Festa de São Benedito, c. 1989. Conceição da Barra, ES. Foto de Walter Firmo / Acervo IMS

 

IMS PAULISTA

A programação de exposições do centro cultural do IMS em São Paulo para 2022 foi definida a partir de duas importantes efemérides que marcam o ano no Brasil: o centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo e o bicentenário da Independência do país. Sem dedicar exposições específicas a esses eventos, o diálogo se desenvolverá equacionando suas perspectivas e questões por meio do estudo de contextos relevantes, que sejam contemporâneos ou que se articulem com eles em alguma medida. Conceitos de modernismo, modernidade e modernização, assim como questões da história e da memória das identidades culturais negras e indígenas marcarão exposições dedicadas no segundo semestre à fotografia e ao cinema (ausentes na Semana de Arte Moderna) no Brasil nas duas primeiras décadas do século XX, assim como às “Pequenas Áfricas” do Rio de Janeiro e ao Xingu.

Duas importantes mostras antológicas individuais serão dedicadas no primeiro semestre ao fotógrafo japonês Daido Moriyama e ao brasileiro Walter Firmo, apresentando em paralelo um dos nomes mais relevantes da fotografia brasileira contemporânea e um dos nomes de referência da fotografia japonesa do nosso tempo.

Em março, a exposição de Daido Moriyama (Ikeda, Japão, 1938) será a primeira grande retrospectiva do artista na América Latina, reunindo mais de 200 trabalhos e uma centena de publicações, que exemplificam diferentes momentos da trajetória de Moriyama, dos anos 1960 aos 1990.

Com abertura prevista para abril, a mostra do fotógrafo carioca Walter Firmo (Rio de Janeiro, 1937) inclui as principais obras do artista, cujo acervo está sob a guarda do IMS desde 2018. Ao longo de sua carreira de cerca de 70 anos como fotojornalista, Firmo documentou inúmeras regiões e personagens do país, além de manifestações culturais e religiosas. A exposição abre logo após o encerramento da mostra Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros, dedicada à autora mineira, que foi prorrogada até 27 de março, e dá continuidade à apresentação no IMS de relevantes intérpretes do Brasil, protagonistas das culturas e identidades negras no país.

Hayama, Kanagawa. 1967. Foto de Daido Moriyama

Além das mostras individuais de importantes personagens da história da fotografia das últimas décadas, a programação expositiva do IMS Paulista confrontará narrativas convencionais dos projetos de modernidade no Brasil, trazendo à tona assuntos menos conhecidos pelo grande público e ampliando os debates sobre o modernismo e as ideias de modernidade no país. Modernidade fora de foco: Foto e filme no Brasil, 1889-1930 parte da constatação da ausência do cinema e da fotografia na Semana de 1922 e revela como essas duas artes retrataram o acelerado processo de urbanização ocorrido nas principais cidades brasileiras à época – Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre – durante a Primeira República (1889-1930).

Pequenas Áfricas volta-se para a vida carioca em torno das culturas negras na região do centro da cidade, então conhecida como Pequena África, na primeira metade do século XX. As modificações urbanísticas, as relações entre cultura popular e erudita, a pluralidade das identidades dessas culturas, o centenário da primeira emissão radiofônica no país, a emergência do samba, dos terreiros e suas várias expressões artísticas e culturais estarão no cerne da exposição.

Integrante do Coletivo Kuikuro de Cinema durante ritual do Kuarup na aldeia Afukuri, no Território Indígena do Xingu, em julho de 2021. Foto de Takumã Kuikuro

E, no ano em que são comemorados os 200 anos da Independência do Brasil, o IMS se propõe a confrontar a identidade brasileira a partir da história e da memória das culturas indígenas com a exposição Xingu, que tem abertura prevista para outubro. A mostra celebra os 60 anos de criação do Parque Nacional do Xingu e pretende trazer a memória de seus povos e culturas. Nesses tempos difíceis de luta e de resistência das populações indígenas, é importante lembrar que qualquer independência só é possível se considerar a história e os direitos dos povos originários do Brasil.


IMS RIO

Já o centro cultural do Rio de Janeiro abre duas exposições em 2022. Prevista para o mês de maio, a mostra Constelação Clarice será adaptada à casa da Gávea, investigando a poética da escritora Clarice Lispector (1920-1977), a partir da relação de textos e das pinturas da célebre escritora com as obras de 26 artistas visuais mulheres, que atuaram na mesma época de Clarice, entre as décadas de 1940 e 1970.

Série Babel Blues, 2005, de Miguel Rio Branco. Obra na exposição Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas

 

Em novembro, o centro cultural recebe a individual Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas, do fotógrafo Miguel Rio Branco. Organizada de forma cronológica, a seleção reúne mais de 200 trabalhos, produzidos desde os anos 1970, quando Rio Branco iniciava as experimentações com a fotografia, até os dias de hoje. As obras tocam em temas caros ao artista, como a sexualidade, a violência, a dor e a solidão.


IMS POÇOS

Poços de Caldas receberá as mostras Arquivo Peter Scheier e Ocupação Eduardo Coutinho. A primeira, prevista para o mês de abril, reúne mais de 300 itens do fotógrafo Peter Scheier (1908-1979), cujo acervo está sob a guarda do IMS. Fruto de uma pesquisa de dois anos, a exposição traça um panorama da obra de Scheier, que registrou momentos marcantes da história do país, como a 1ª Bienal de São Paulo e a construção de Brasília.

Eduardo Coutinho em seu filme O Fim e o Princípio. Foto de Tuca Vieira

Resultado de uma parceria do Itaú Cultural com o IMS, a Ocupação Eduardo Coutinho será inaugurada em outubro. A exposição revela os principais aspectos da vida e obra de Coutinho (1933-2014), um dos nomes mais importantes do documentário no Brasil, conhecido, sobretudo, por tensionar os limites entre realidade e ficção. A seleção inclui documentos, fotografias, roteiros de filmes e cadernos de anotações, entre outros itens.

 

Veja abaixo as aberturas de exposições nos três centros culturais em 2022:

IMS PAULISTA

Daido Moriyama: uma retrospectiva

26 de março de 2022 a 14 de agosto de 2022
Curadoria: Thyago Nogueira
Galerias 1 e 2

 

Walter Firmo

(título provisório)
30 de abril de 2022 a 11 de setembro de 2022
Curadoria: Sergio Burgi
Galeria 3

 

Pequenas Áfricas

21 de outubro de 2023 a 21 de abril de 2024
Curadoria: Equipe IMS (Beatriz Paes Leme, Julia Kovensky, Paulo Roberto Pires, Rachel Valença), em diálogo com Angélica Ferrarez, Luiz Antônio Simas, Vinicius Natal e Ynaê Lopes Dos Santos
Galeria 2

 

Modernidade fora de foco: Foto e filme no Brasil, 1889-1930

(título provisório)
13 de setembro de 2022 a 26 de fevereiro de 2023
Curadoria: Heloisa Espada
Galeria 1

 

Xingu

(título provisório)
8 de outubro de 2022 a 2 de abril de 2023
Curadoria: Guilherme Freitas e Takumã Kuikuro
Galeria 3

IMS RIO

Constelação Clarice

21 de maio de 2022 a 9 de outubro de 2022
Curadoria: Eucanaã Ferraz e Veronica Stigger

 

Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas

Miguel Rio Branco
5 de novembro de 2022 a 26 de março de 2023
Curadoria: Thyago Nogueira e Miguel Rio Branco

 

 

IMS POÇOS

Arquivo Peter Scheier

2 de abril de 2022 a 18 de setembro de 2022
Curadoria: Heloisa Espada

 

Ocupação Eduardo Coutinho

8 de outubro de 2022 a 2 de abril de 2023
Curadoria: Carlos Alberto Mattos e equipe Itaú Cultural

Programação

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