Quatro professores testam a hipótese de que os humanos têm um déficit de álcool no sangue e precisam suprir essa falta para atingir seu potencial pleno em Druk – Mais uma rodada, de Thomas Vinterberg, que concorre aos Oscars de filme estrangeiro e direção. (José Geraldo Couto)

Doutor Gama, de Jeferson De, é um marco histórico, afirma José Geraldo Couto. Pela primeira vez um cineasta negro brasileiro realiza um longa-metragem sobre um importante personagem negro da história nacional, no caso o advogado e escritor abolicionista Luiz Gama, uma figura e tanto do século XIX.

Disponível para streaming gratuito, uma seleção com sete filmes de Glauber Rocha – incluindo duas obras-primas incontestáveis, Deus e o diabo na terra do sol e Terra em transe (foto) – permite uma revisão crítica de seu trabalho e a constatação de que continua vivo e inquietante como nunca. (José Geraldo Couto)

Filmes sobre personagens idosos sofrendo de decrepitude mental não são nada raros. Mas Meu pai, que concorre a meia dúzia de Oscars, não é bem isso. Mais do que um filme sobre a demência, é uma tentativa de imersão na demência, na fronteira incerta entre o fora e o dentro. Por isso é tão perturbador. (José Geraldo Couto)

Andam dizendo que O tigre branco está para a Índia como Parasita está para a Coreia do Sul. Ambos radiografam a estrutura desigual da sociedade por meio da infiltração de um pobre (ou um punhado deles) no mundo dos ricos, e observam o mundo social com sarcasmo e ironia. Mas as semelhanças param por aí. (José Geraldo Couto)

Não é preciso ser psicanalista, diz José Geraldo Couto, para perceber que boa parte do cinema de terror tem a ver, de alguma maneira, com sexo. Três clássicos disponíveis em streaming expõem essa conexão: O chicote e o corpo, de Mario Bava, O pássaro das plumas de cristal, de Dario Argento, e Repulsa ao sexo, de Roman Polanski.

A última floresta, de Luiz Bolognesi, é um filme magnífico. Filmado na aldeia Watoriki, em Roraima, entrelaça o registro documental do cotidiano e a narrativa mítica sobre a origem do povo Ianomâmi. A conexão é conduzida pelos próprios indígenas, para quem os mitos têm a densidade das coisas palpáveis. (José Geraldo Couto)

Marighella, de Wagner Moura, tem tudo para se tornar um filme-evento, uma dessas obras que ao tocar algum nervo exposto da sociedade viraram fatos políticos e culturais. Nesta época de exacerbação da disputa ideológica, discutir esse filme é caminhar sobre um campo minado. (José Geraldo Couto)

Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin, que concorre a seis Oscars, trafega com conforto na intersecção de dois filões seguros do cinema americano: o drama de tribunal e a releitura ficcionalizada de momentos importantes da história dos Estados Unidos. (José Geraldo Couto)

Relatos do mundo, de Paul Greengrass, é um desses faroestes reflexivos que aparecem para iluminar retrospectivamente o gênero, o mais tradicional do cinema dos EUA – um país nascido na base do tiro e da porrada, deixando uma porção de traumas e cicatrizes, algumas ainda muito vivas.