Direção
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1975. 112min. 14 anos
Formato de exibição
Sessão apresentada
Cercado por três bandidos, um violeiro cego e idoso conta uma história. Nela, uma mulher tem seu marido assassinado e decide levar seu filho num terreiro para fechar o corpo. Gabriel passa a ser imune à morte, desde que ele esteja com o amuleto de Ogum e sua mãe esteja viva. Vindo da Bahia, Gabriel desembarca em Duque de Caxias e passa a trabalhar para um bicheiro, que em breve se torna seu inimigo.
Com trilha (e breve atuação como o violeiro cego) de Jards Macalé, Nelson Pereira parte para mais um filme de baixo orçamento e com os colaboradores habituais, como Hélio Silva e Luiz Carlos Lacerda, neste que apesar de ser seu 11 o filme, ele o classifica como o primeiro. Conforme descreve Nelson em depoimento para o Jornal do Brasil, publicado em 23 de fevereiro de 1975, a aproximação com a umbanda foi fundamental no processo de realização:
“A informação que eu precisava para o filme tinha que vir de um pai de santo. Era preciso uma certa vivência para me situar melhor dentro da coisa toda. Descobrir a que santo estou ligado. Eu, meus filhos, minha mulher e as pessoas que estão no filme. E pedir permissão para fazer o filme, mostrar o roteiro ao pai de santo para ver se ele concordava.
O roteiro foi mostrado a vários pais de santos, não apenas a um ou a dois, mas a vários, para tirar uma média da opinião. Consultei vários terreiros e dentro do filme existe o próprio Erley, que interpreta o pai de santo que toma conta de Gabriel. Ele é um babalaô e estava sempre dando as dicas necessárias.
A preparação do filme foi muito desse jeito. A informação teórica dos estudiosos, as coisas que a gente pode receber em estudos, precedeu a preparação do roteiro. Depois de pronto, ele se modificou com as informações dos pais de santos. O objetivo era mostrar a umbanda sem os equívocos que existem quando ela é vista como uma crendice popular, como folclore. Deixar de mostrá-la como uma prática sub-religiosa, pretexto para sensacionalismo ou choque, como cenas onde se corta o pescoço de um galo sem explicar o que se encontra por trás daquilo. O que a gente procurou foi mostrar a umbanda como a coisa natural que ela é.”
Leia a íntegra do depoimento do diretor
A exibição do filme dia 12/10, no encerramento da mostra Nelson Pereira em cartaz no IMS Rio, será apresentada por Luiz Carlos Lacerda. Colaborador de Nelson em diversos projetos, em O amuleto de Ogum Lacerda assina a assistência de direção e também interpreta o personagem Madame Moustache.
O IMS Rio promoveu um debate com Emmanoel Cavalcanti, Jards Macalé, Severino Dadá e mediação do crítico Juliano Gomes no dia 26/5, após a sessão das 15h. O evento pode ser assistido no vídeo abaixo.
Não há sessões previstas para esse filme no momento.
12 de outubro, sábado, às 17h30
Sessão apresentada por Luiz Carlos Lacerda
Luiz Carlos Lacerda
Nascido no Rio de Janeiro, em 1945, foi assistente de Nelson Pereira dos Santos nos longas-metragens El Justicero, Fome de amor, Azyllo muito louco, Como era gostoso o meu francês, Quem é Beta?, e O amuleto de Ogum. Diretor de cerca de 30 curtas e médias-metragens sobre personagens da cultura brasileira e dos longas Mãos vazias, O princípio do prazer, Leila Diniz, For All, VIVA SAPATO!, Casa 9, A mulher de longe, Introdução à música do sangue, O que seria deste mundo sem paixão? e de séries para a televisão. Atualmente finaliza a série de ficção RUA DO SOBE E DESCE, NÚMERO QUE DESAPARECE. É também professor do Curso de Cinema da Universidade Estácio de Sá, da Escuela Internacional de Cine y Television,em Cuba, e da Escola de Cinema Darcy Ribeiro.
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