Viajante que absorvia o entorno, mas não deixava de se manter conectado ao mundo interno, Otto Lara Resende anotou num caderno observações e acontecimentos de uma viagem a Londres, em 1982. Nele, comentou a Guerra das Malvinas/Falklands, mas fez também uma curiosa reflexão sobre a fé. (Elvia Bezerra)
Entre 7 e 21 de janeiro de 1989, o jornalista e escritor mineiro preencheu dois cadernos com experiências vividas em Paris, que explodia em comemorações do bicentenário da Revolução Francesa. Um dos objetivos da viagem era deixar na cidade a filha Heleninha, à direita na foto. (Elvia Bezerra)
A viagem de navio que trouxe em 1959 Otto Lara Resende de volta da Europa, onde serviu dois anos na Embaixada do Brasil em Bruxelas, recheou um diário de bordo do escritor. Nele, Otto celebra o convívio com seus filhos André, Bruno e Cristiana (Helena ainda não havia nascido). (Elvia Bezerra)
“Devia ser proibido escrever romance antes dos 50 anos”, registrou Otto Lara Resende num pequeno caderno de 1989. Nele, o escritor, então com 67 anos, anotou suas angústias enquanto trabalhava na quinta versão de O braço direito, lançado em 1963. (Elvia Bezerra)
Uma foto pode provocar dúvidas cruciais sobre o que representa. Como esta de Otto Lara Resende (à direita na imagem), quando era adido cultural na embaixada do Brasil em Bruxelas. Uma carta do escritor a Fernando Sabino esclarece o divertido episódio: considerado caipira demais, seu chapéu foi queimado pelos colegas diplomatas, que lhe deram no lugar um requintado exemplar inglês. (Foto: Acervo IMS)
Atento à situação de fragilidade em que se encontram trabalhadores da cultura, o Instituto Moreira Salles lançou um novo programa de fomento à produção artística: o post Leituras do acervo inaugura a #IMSdeCasa comissionando atores e estudantes de teatro convidados a registrar em áudio poemas e crônicas dos acervos do Instituto.
Num dos 25 cadernos de Otto Lara Resende no acervo do IMS, a pesquisadora Elvia Bezerra encontrou as anotações de uma viagem que o escritor fez à Noruega com um grupo de jornalistas, em 1967. Padecendo de saudades de casa e da família, ele lamentou ter entrado naquela “ursada”. “Estou vazio por dentro”, escreveu.
Cuidadoso e implacável com seus próprios textos, Otto Lara Resende usou o mesmo rigor para responder a aspirantes a escritores na coluna “Correio Literário”, no Jornal de Letras, em torno de 1951. Sob o pseudônimo de Joaquim Leonel, era generoso, mas também severo, conta Elvia Bezerra, ao comentar os textos alheios. (Foto de Helena Lara Resende. Arquivo Otto Lara Resende/Acervo IMS)
Em setembro de 2018 um dos gêneros favoritos dos leitores ganhou casa própria. Elvia Bezerra e Humberto Werneck apresentam o Portal da Crônica Brasileira, que reúne inicialmente a produção de Rubem Braga, Rachel de Queiroz, Paulo Mendes Campos, Clarice Lispector, Otto Lara Resende e Antônio Maria.
Ao escrever os perfis que integrariam a coletânea, cuja segunda edição acaba de ser publicada, Otto Lara Resende certamente não contava com a inclusão do seu próprio, produzido a partir de uma entrevista feita por Paulo Mendes Campos. (Elvia Bezerra)
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