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Escrever com a imagem e ver com a palavra

Fotografia e literatura na obra de Maureen Bisilliat

Chorinho doce

Maureen Bisilliat (fotografias) e Adélia Prado (texto).
São Paulo: Alternativa/Iochpe-Maxion, 1995, 64 pp.
Espírito, se for de Deus, eu adoro,
se for de homem, eu testo
com meus seis instrumentos.
Fico gostando ou perdoo.
Procuro sol, porque sou bicho de corpo.
Sombra terei depois, a mais fria.

Adélia Prado

Foi também acompanhada de seu marido, Jacques, em viagens para coletar coletar peças de arte popular para sua O Bode (que funcionava na residência deles no bairro dos Jardins, em São Paulo), que Maureen fez as imagens que ilustrariam Chorinho doce.

Ela admirava a poesia da mineira Adélia Prado, e propôs que fizessem um livro em conjunto. Diferentemente, como se verá, das vezes anteriores em que publicou livros assim, foi a própria escritora que fez a seleção dos poemas. A publicação foi patrocinada por uma empresa que comemorava um ano de presença no estado de Minas Gerais.

Aos versos simples, quase domésticos e, ao mesmo tempo, carregados de paixão de Adélia – Maureen a compara a Santa Teresa d’Ávila, por conta da relação entre o sagrado e o profano –, ela justapôs fotografias de personagens e paisagens do vale do Jequitinhonha, que não servem para ilustrar os poemas, mas “para acompanhar – calma e quietamente – o seu andar”, como escreve numa nota introdutória ao livro.

Todas em cores, as imagens são carregadas de nostalgia e parecem, como aquele lugar, suspensas no tempo. Traduzem, talvez, o sentimento da própria fotógrafa: poucos anos antes do lançamento, seu cônjuge falecera – é a ele que o livro é dedicado – e, a seguir, O Bode fechara.

Do livro Chorinho doce (Alternativa/Iochpe-Maxion, 1995), de Maureen Bisilliat, com poemas de Adélia Prado.
Do livro Chorinho doce (Alternativa/Iochpe-Maxion, 1995), de Maureen Bisilliat, com poemas de Adélia Prado.
Do livro Chorinho doce (Alternativa/Iochpe-Maxion, 1995), de Maureen Bisilliat, com poemas de Adélia Prado.
Do livro Chorinho doce (Alternativa/Iochpe-Maxion, 1995), de Maureen Bisilliat, com poemas de Adélia Prado.

 

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