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Tempo de celebrar Clarice

6 de dezembro de 2019 |

Criado pelo Instituto Moreira Salles em 2011 para celebrar a obra de Clarice Lispector, o evento Hora de Clarice, que acontece todo dia 10 de dezembro – aniversário de nascimento da autora – no IMS Paulista, IMS Rio e IMS Poços, vem ganhando novos palcos a cada ano. Não apenas no Brasil, onde a ucraniana de nascimento se tornou um dos principais nomes da literatura nacional, como também no exterior, num movimento que acompanha o aumento das traduções de seus livros. A homenagem a Clarice, cujo arquivo contendo biblioteca, manuscritos, fotos e documentos está abrigado no IMS desde 2004, já ganhou tanta força que, mesmo em alguns países de língua estrangeira, o nome do evento permanece em português. Caso de França, Eslováquia e Holanda, por exemplo.

“O sucesso da comemoração de aniversário de Clarice Lispector, a que o IMS deu o nome de Hora de Clarice, parece-me uma decorrência da intensa popularização de seu nome e de sua obra. O fato de não traduzirem para outras línguas o título da festa acaba por ser também uma homenagem à língua portuguesa”, afirma Eucanaã Ferraz, consultor de Literatura do IMS e responsável pelo site especial sobre a escritora. “Lembro-me do tempo, e ele não está tão distante, em que Clarice era uma escritora chamada de – ou acusada de – difícil, que interessava somente a críticos literários e estudantes de letras. Mas os romances, contos e crônicas mostraram uma força muito além disso. E, cada vez mais, Clarice Lispector é um nome sólido, e mágico, que se espalha com a exuberância dos clássicos. Ela é um clássico. E, simultaneamente, pop”.

Clarice Lispector, Rio de Janeiro, 1964. Fotógrafo não identificado. Arquivo Lêdo Ivo / Acervo IMS

 

Em 2019, a programação do IMS para lembrar a escritora, cujo centenário de nascimento se completa em 2020, inclui leitura com a atriz Simone Spoladore e uma palestra com a escritora Vilma Arêas (no IMS Paulista); uma leitura performatizada com a atriz Mariana Lima, que criou um texto inédito a partir das adaptações de obras de Clarice feitas pelo dramaturgo Fauzi Arap (no IMS Rio); e uma conversa com o professor de literatura Sérgio Roberto Montero Aguiar (no IMS Poços).

Pelo mundo, a Hora de Clarice será celebrada em países como Portugal, Suécia, Egito, Eslováquia, França, Estônia, Alemanha e Itália, em leituras, debates e divulgação intensa nas redes sociais das editoras que publicam a obra da escritora. Apenas no segundo semestre o volume Todos os contos, publicado no Brasil pela Editora Rocco, foi lançado em Holanda, Alemanha, Albânia, Polônia e Itália. Hoje a autora de A paixão segundo G.H., Laços de família, Água viva está presente em 40 países, ganhando cada vez mais leitores em línguas mais distantes como o grego, o chinês, o árabe e o japonês.

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