Aniversário de São Paulo: cidades são feitas de pessoas

As 137 imagens do fotógrafo italiano Vincenzo Pastore que integram o acervo do IMS foram realizadas entre 1910 e 1915. Um dos fotógrafos profissionais mais ativos de São Paulo na época, desembarcou na capital paulista em 1894, já decidido a abrir o que viria a ser um bem-sucedido estúdio, inclusive posteriormente com uma filial em Bari, na Itália.

Guilherme Gaensly nasceu na Suíça, mas passa a viver com a família em Salvador em 1848, aos cinco anos. Depois de um período de aprendizado com Alberto Henschel, abre seu próprio estúdio fotográfico, onde atuou com sucesso por três décadas, inclusive numa filial em São Paulo, e produziu retratos e paisagens em estilo próprio e rigoroso.

Formado pelos educadores e pesquisadores Carolina Piai Vieira, Raissa Albano de Oliveira e Pedro Alves, o Coletivo Cartografia Negra realiza mensalmente, há dois anos, a Volta Negra, uma caminhada aberta na qual são compartilhados registros sobre as vivências da população negra nos séculos XVIII e XIX na região central da cidade de São Paulo. O trabalho é fruto de uma pesquisa que o grupo desenvolve desde 2017 sobre esses espaços e narrativas.

Chico Albuqurque foi fotógrafo pioneiro da publicidade brasileira. Destacou-se no início da carreira como exímio retratista de personalidades e membro ativo do Foto Cine Clube Bandeirante (SP). Documentou arquitetura e paisagem urbana e foi ensaísta da paisagem natural de sua terra de nascimento, o Ceará, onde aos 25 anos foi fotógrafo de cena de It’s All True, de Orson Welles.

Juca Martins trabalhou como repórter fotográfico para diversos jornais e revistas de circulação nacional. Em 1979 foi cofundador da Agência F4 de fotojornalismo. É autor de vários livros, com destaque para A greve do ABC, de 1980, e Festas populares brasileiras, de 1987. Recebeu prêmios como o Esso e o Vladimir Herzog de Direitos Humanos.

Roger Cipó nasceu na periferia de Diadema e é fotógrafo, tendo como foco de trabalho o cotidiano e as celebrações das comunidades negras. Criou nas redes sociais a plataforma Olhar de um Cipó, em que documenta as religiões de matriz africana. Participou do FOTORio em 2016 com a exposição individual AFÉTO.

Descobriu-se fotógrafo em 2019 participando de um projeto cultural da Ação Educativa com jovens de periferia. Naquele mesmo ano participou de duas exposições: Humanocidade, que ficou em cartaz na Ação Educativa, e São Paulo, na visão dos cria, realizada pelo IMS em parceria com a Ação Educativa, ambas com curadoria de Marcelo Rocha. Lucas segue se dedicando ao ofício de fotógrafo atuando na cobertura de eventos culturais e com ensaios por ele concebidos, como este que apresenta no Convida, que oferece um olhar particular sobre a pandemia do coronavírus.

Fotógrafa e produtora cultural, integrou os coletivos Fabicine e Cinecachoerinha. Atuou como videomaker e fotógrafa no Centro Cultural da Juventude. Seus registros da Mostra de Artes Cênicas – Estéticas das Periferias renderam duas exposições individuais (Corpos em Expressão I e II – Arte, Cultura e Afeto). Atualmente, toca sua própria produtora, Elo Produções.

Uma versão online da mostra São Paulo: Três ensaios visuais, que esteve em cartaz no Estúdio do IMS Paulista de 20 de setembro de 2017 a 15 de março de 2020, composta por uma trinca de vídeos interligados mas autônomos: Personagens, Construção/Demolição e Letreiros. (Foto: Jorge Bodanzky/Acervo IMS)

Assista ao vídeo da conversa com Sergio Burgi, em que o coordenador de Fotografia do IMS faz um panorama histórico da fotografia paulistana a partir de imagens de São Paulo guardadas no acervo do instituto, de Hercule Florence aos dias atuais.

Comemorando os 465 anos da fundação de São Paulo, a ZUM selecionou dez fotolivros que registram as últimas quatro décadas da megalópole. A cidade surge cheia de contradições e perguntas nas lentes de Daido Moriyama, Marina Nacamuli, Mauro Restiffe (destaque), João Luiz Musa e Dulce Soares, entre outros.

Guilherme Gaensly fotografou a cidade de São Paulo nas primeiras décadas do século XX, em plena transição para a modernidade, tendo registrado todos os aspectos urbanos da nova metrópole que surgia.

Conhecida como o maior shopping a céu aberto da América Latina, a rua 25 de Março, no Centro de São Paulo, é o destaque da série “Avenidas e ruas do Brasil”. As fotografias do fim do século XIX e início do século XX mostram que o local já era bastante movimentado, com feirantes, engraxates e vassoureiros.  (Foto: Vincenzo Pastore/ IMS) 

A pesquisadora Fabiana Beltramim analisa as imagens do fotógrafo ítalo-brasileiro Vincenzo Pastore (1865-1918), feitas na capital paulista na década de 1910, e que hoje integram o acervo do IMS.

A rua da Esperança, na região da atual Praça da Sé, ganha destaque na série “Avenidas e ruas do Brasil”, aparecendo em dois momentos: com seu casario erguido e demolido. As fotos são do italiano Vincenzo Pastore, importante cronista visual de São Paulo da segunda metade do século XIX ao início do século XX.

Um dos símbolos da cidade de São Paulo, a Avenida Paulista ganha destaque na série Avenidas e ruas do Brasil. Os registros fotográficos mostram os primórdios da alameda inaugurada oficialmente em 8 de dezembro de 1891 e ocupada com palacetes de famílias abastadas da época. (Foto: Guilherme Gaensly/ IMS)