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A felicidade das pequenas coisas, filme do Butão que ganhou visibilidade com a indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, está chegando finalmente ao streaming. O filme evita o exotismo e o sentimentalismo sem perder a ternura pelos personagens nem fechar os olhos para a beleza majestosa do Himalaia.

Está entrando em cartaz um dos grandes filmes do ano, o japonês Drive my car, de Ryûsuke Hamaguchi, premiado em Cannes e no Bafta e concorrente ao Oscar em quatro categorias: melhor filme, direção, roteiro adaptado e produção estrangeira. O roteiro é baseado em contos de Haruki Murakami.

Entraram em cartaz em streaming dois filmes curiosamente complementares, ambos de diretores brasileiros estreantes em longas. Madalena (foto), um dos filmes mais originais e interessantes da nova safra, que trata do assassinato de uma mulher trans no interior do país, e Valentina, também protagonizado por uma garota trans.

Comunista, católico e homossexual, o italiano Pier Paolo Pasolini (foto) faria cem anos em 5 de março e foi um dos grandes artistas e intelectuais do século XX, seja na poesia, no romance, no cinema ou no ensaio. Sua obra radical e multifacetada está mais viva do que nunca.

“Delicioso” certamente não é uma categoria de crítica cinematográfica, mas talvez seja a que melhor defina Licorice Pizza, uma festa para os olhos, os ouvidos e a inteligência do espectador. Fazia tempo que Paul Thomas Anderson não encontrava essa leveza de toque, hoje tão rara.

O beco do pesadelo, de Guillermo del Toro, que concorre ao Oscar de melhor filme, é uma refilmagem do clássico noir O beco das almas perdidas, de 1947. Del Toro, que trafega com desenvoltura pelo fantástico, adentra aqui um terreno estritamente “realista”.

Todos os filmes de Pedro Almodóvar são, em alguma medida, filmes de amor, e também filmes políticos. Em Mães paralelas, talvez essas duas forças encontrem seu ponto máximo de fusão. É, desde o título, um filme de mulheres, do qual os homens estão virtualmente ausentes.

Titane, de Julia Ducournau, ganhador da Palma de Ouro em Cannes, não é para todos os gostos, nem para todos os estômagos. Pode afastar muitos espectadores logo nos primeiros quinze minutos. Os que resistirem serão recompensados com uma obra forte, original e, à sua maneira, bela.

Um dos artistas mais originais e encantadores da história do cinema tem disponível em streaming quase toda a sua obra, exígua em quantidade mas imensa em importância. Em três décadas, Jacques Tati (foto) dirigiu apenas cinco longas-metragens.

A tragédia de Macbeth, de Joel Coen (desta vez desacompanhado de seu irmão Ethan na direção), disponível via streaming, poderia ser apenas “mais uma” versão cinematográfica da peça de Shakespeare. Mas pelo menos duas circunstâncias o impedem de cair na vala comum da irrelevância: sua deslumbrante construção visual e a presença de Denzel Washington.