Hora de Clarice

Aclamada pela crítica e fenômeno popular na internet, Clarice Lispector é considerada, internacionalmente, um dos grandes nomes da literatura do século XX. Misteriosa, obscura, reveladora, experimental, estranhamente mística ou filosófica – como definir a escrita da autora de A hora da estrela?

O podcast Clarice Lispector: Visões do esplendor, concebido e apresentado por Bruno Cosentino e Eucanaã Ferraz para a Hora de Clarice 2024, percorre a vida e a obra de escritora em cinco episódios, nos quais conversam com grandes especialistas, professores e pesquisadores. Inclui ainda trechos da obra de Clarice lidos pela cantora Maria Bethânia.

Os cinco episódios ficam disponíveis a partir de 10 de dezembro na Rádio Batuta e nos principais tocadores, como Spotify, Deezer e Apple Podcasts.

Episódio 1

com Nádia Battella Gotlib e Regina Pontieri

Canção: “Saudade de Pernambuco”, Luiz Gonzaga

Neste primeiro episódio falaremos da chegada de Clarice Lispector ao Brasil, quando ainda era uma criança de colo, acompanhada de sua família; da mudança de Recife, cidade onde passou a infância, para o Rio de Janeiro; dos estudos na Faculdade de Direito; das primeiras experiências profissionais; do casamento e dos três primeiros livros publicados: Perto do coração selvagem, O lustre e A cidade sitiada.

Episódio 2

com Yudith Rosenbaum e Zé Miguel Wisnik

Canção: “Janelas abertas nº2”, Ana Moura/Disco A tribute to Caetano Veloso (Caetano Veloso)

Neste segundo episódio, trataremos do período em que Clarice Lispector, separada de Mauri Gurgel Valente – e após 15 anos fora do Brasil – voltou a viver no Rio de Janeiro, com os filhos. Após mais de uma década sem publicar, Clarice lançou dois livros que vinham sendo escritos durante sua estadia no exterior: o romance A maçã no escuro e o livro de contos Laços de família.

Episódio 3

com Evando Nascimento e Flávia Trocoli

Canção: “Retrato em branco e preto”, Chico Buarque/Disco Chico Buarque de Hollanda volume 3 (Chico Buarque e Tom Jobim)

Neste terceiro episódio trataremos do período em que Clarice Lispector, já separada de Mauri Gurgel Valente e de volta ao Rio de Janeiro, morando no bairro do Leme, tornou a colaborar na imprensa assinando crônicas para o Jornal do Brasil e fazendo entrevistas para sua coluna na revista Manchete. Também nessa época, lançou os livros Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres e Felicidade Clandestina.

Episódio 4

com Carlos Mendes Sousa e João Camilo Penna

Canção: “O nome da cidade”, Adriana Calcanhotto/Disco Senhas (Caetano Veloso)

Neste quarto episódio enfocaremos o período em que Clarice Lispector escreveu um livro tão breve quanto perturbador: Água viva. É também nesse período que Clarice publica duas coletâneas de contos, ambos em 1974: A via crucis do corpo e Onde estivestes de noite. No ano seguinte, a autora participou do Congresso Internacional de Bruxaria, na Colômbia, onde leu o magnífico “O ovo e a galinha”.

Episódio 5

com Teresa Montero e Sônia Roncador

Canção: “Que o Deus venha”, Cássia Eller/Disco Cassia Eller (Cazuza)

Neste quinto e último episódio conversaremos sobre os últimos anos de Clarice Lispector, com destaque para seu derradeiro livro, A hora da estrela, e os manuscritos de Um sopro de vida, publicado postumamente. Também será enfocada a escrita voltada para o universo infantil em textos memorialísticos, publicados na reunião de contos Felicidade clandestina, e nos livros para crianças – O mistério do coelho pensante, A mulher que matou os peixes, A vida íntima de Laura, Quase de verdade, Como nasceram as estrelas.

Clarice Lispector, nome que recebeu no Brasil em substituição a Haia Lispector, nasceu em Tchechelnik, na Ucrânia, em 10 de dezembro de 1920, filha caçula de Pinkhouss Lispector e Mánia Lispector. Fugindo da dominação comunista no país durante a guerra civil (1918-1921) após a Revolução Bolchevique de 1917, o casal foi obrigado a fazer escala na aldeia de Tchechelnik para que nascesse aquela que viria a ser um dos ícones da literatura brasileira. Menos de dois anos depois, com as filhas mais velhas, Tânia e Elisa, e a caçula, os Lispector partiram rumo ao Brasil, desembarcando em Maceió (AL), em 1922.