Desobediência pelo afeto
Stefania Bril: desobediência pelo afeto, com curadoria de Ileana Pradilla Ceron e Miguel Del Castillo, é a primeira exposição dedicada à obra da fotógrafa e crítica nos últimos trinta anos. Polonesa de nascimento, Stefania Bril aportou no Brasil em 1950, já formada em química, e só mais tarde se iniciou na fotografia. Sua breve mas intensa obra fotográfica gerou cerca de 11 mil fotogramas, produzidos entre 1969 e 1980, e que, juntamente com seu arquivo, fazem parte do acervo do IMS. A desobediência parece ser um dos principais traços que marcaram sua vida e seu trabalho, que questiona certos critérios tradicionais de valoração da fotografia. As diversas camadas de leitura que suas fotos possuem revelam tanto um olhar esperançoso e empático como uma posição crítica, alguém que enxerga a falência da cidade moderna e que aposta no afeto como antídoto à violência estrutural, no cotidiano como espaço de resistência – inclusive em meio a contextos totalitários, como os anos de chumbo no Brasil.
A mostra está organizada em seis núcleos. Os dois primeiros e mais expressivos perfazem o ensaio fotográfico principal, com imagens ampliadas digitalmente a partir dos negativos, e abrangem duas de suas grandes temáticas: a cidade e os seres humanos que a habitam. A seguir, uma seleção de cópias de época realizadas por Stefania exemplifica o modo como organizou seu trabalho em séries, e, depois, dois núcleos com vídeos e materiais documentais dão conta de seu trabalho como crítica, curadora e articuladora do campo fotográfico. Uma alentada narrativa biográfica encerra a exposição.
Online expostefaniabril.ims.com.br | #ExpoStefaniaBrilnoIMS
Imprensa (11) 3371-4455 | [email protected]
Stefania Bril: desobediência pelo afeto
27/8/2024 a 26/1/2025
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424, São Paulo/SP - Brasil
Entrada gratuita
Terça a domingo e feriados das 10h às 20h (fechado às segundas). Última admissão: 30 minutos antes do encerramento.
Preparamos recursos de Acessibilidade para uso por pessoas com ou sem deficiência, em páginas que facilitam o acesso por leitores de tela. Para Stefania Bril: desobediência pelo afeto temos informações sobre o espaço expositivo, audiodescrições de algumas obras, áudios com leituras de textos da exposição, comentários da curadoria em áudio e interpretação em Libras para os textos da exposição.
Não há novos eventos previstos.
Stefania Bril nasceu em Gdansk, na atual Polônia, e viveu a infância e adolescência em Varsóvia. Ao lado de seus pais, sobreviveu ao Holocausto, adotando uma identidade falsa e contando com a ajuda de organizações da resistência. Ao término da guerra, já casada, mudou-se para a Bélgica, onde se graduou em Química. Em 1950, Stefania e o marido migraram para o Brasil. Residindo em São Paulo, trabalhou com pesquisas nas áreas de bioquímica e química nuclear. Sua atuação na fotografia começou relativamente tarde, aos 47 anos, quando se matriculou na escola Enfoco. Após aprender o ofício, dedicou-se a fotografar com intensidade na década de 1970, produzindo especialmente ensaios.
No fim dos anos 1970, passou também a atuar como crítica e curadora. Foi a primeira pessoa a assinar como crítica de fotografia na imprensa brasileira, escrevendo por mais de uma década no jornal O Estado de S.Paulo e na revista Iris Foto. Em suas colunas analisou boa parte da produção fotográfica brasileira e internacional apresentada em São Paulo nos anos 1980. Stefania organizou ainda os primeiros festivais de fotografia no Brasil, os Encontros de Campos do Jordão, em 1978 e 1979, e concebeu a Casa da Fotografia Fuji, primeiro centro cultural em São Paulo voltado exclusivamente para o ensino e a divulgação da fotografia, que coordenou de 1990 a 1992.
O acervo de Stefania Bril inclui sua obra fotográfica, sua produção como crítica e sua biblioteca. A coleção foi adquirida pelo IMS em duas etapas: a primeira em 2001 e a segunda em 2012. O arquivo possui aproximadamente 15.000 imagens entre ampliações de época, negativos e cromos, além de farta documentação textual.
Autorretrato de Stefania Bril, c. 1971. Acervo IMS / Arquivo Stefania Bril