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1984. 189min. 14 anos
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Em março de 1936, o escritor Graciliano Ramos, então diretor de instrução do estado de Alagoas, foi detido sem processo, sob suspeita de ter participado da Aliança Nacional Libertadora, reunião de diferentes tendências de esquerda em oposição ao governo de Getúlio Vargas. Graciliano deixou em Memórias do cárcere um cuidadoso relato da prisão em Maceió, do período em que ficou no quartel do exército do Recife, da viagem de navio para a Casa de Detenção no Rio de Janeiro, e daí para a colônia penal da ilha Grande. Nesse “testemunho generoso, aberto”, inspira-se o filme de Nelson Pereira dos Santos para mostrar “o cárcere como uma metáfora da sociedade brasileira”, segundo o diretor.
Memórias do cárcere é um dos títulos da Coleção de DVDs IMS. O crítico e idealizador da coleção, José Carlos Avellar, escreve no livreto que acompanha o DVD: “Na abertura, o Hino Nacional. No encerramento, o Hino Nacional. A história se passa aí no meio. O hino, na verdade, não é propriamente o hino – não é o hino tal como ele é, mas tal como permanece esquecido num canto da memória. É uma reconstrução, uma variação sinfônica a partir do tema do nosso. A música chega aos ouvidos sem o ar solene de um canto à nacionalidade. Tem algo de solene, sim (a começar pelo título, ‘Marcha solene brasileira’): o peso da sonoridade da orquestra. Tem algo de canto à nacionalidade, sim: a lembrança de um verso que já cantamos um dia. É o Hino Nacional que está ali, no começo de Memórias do cárcere, e de novo no final. Mas soa de modo diferente. Não canta a grandeza da pátria. O hino, aqui, limita a nacionalidade, marca o espaço. Define o local da ação. O cárcere é o país. O país é um cárcere.”
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