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Pampulha: Gautherot e Farkas

20 de julho de 2016

Como quase tudo que Oscar Niemeyer projetou na paisagem brasileira a partir dos anos 1940, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha – declarado pela Unesco no domingo (17/07) Patrimônio Cultural da Humanidade – está documentado em detalhes no acervo de Marcel Gautherot sob a guarda do IMS. O fotógrafo francês que cruzou diversas vezes suas obras com as de Niemeyer, esteve em Belo Horizonte duas vezes, por volta de 1947 e de 1966, atraído pelo espírito vanguardista do centro de lazer e turismo da Pampulha. Sete das fotos aqui publicadas são uma pequena amostra deste material de arquivo. As outras três fazem parte de uma série de 1949 assinada por Thomaz Farkas, cujo acervo também está aos cuidados do IMS.

 

Igreja de São Francisco de Assis, c.1966. Pampulha, Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Marcel Gautherot / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Marco da arquitetura moderna brasileira, espécie de avant-première de alguns dos conceitos de intervenção urbana que quase 20 anos depois se consagrariam na construção de Brasília, o Conjunto da Pampulha foi, não por acaso, uma iniciativa do então prefeito da capital mineira Juscelino Kubitscheck que tomou forma no traço de Niemeyer. Integram a área agora considerada Patrimônio Cultural da Humanidade a Igreja de São Francisco de Assis (com painéis de Candido Portinari), o antigo Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (hoje Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e o Iate Golfe Clube (rebatizado Iate Tênis Clube), em meio ao paisagismo de Roberto Burle Marx.

Era, no início dos anos 1940, uma contestação à arquitetura retilínea que então predominava. Décadas depois, Oscar Niemeyer concluiu: “De Pampulha a Brasília eu segui o mesmo caminho, preocupado com a forma nova, com a invenção arquitetural. Fazer um projeto que não representasse nada de novo, uma repetição do que já existia, não me interessa. E nesse sentido, até Brasília eu caminhei. Mas senti que tinha que explicar as coisas, às vezes não era compreendido, que havia mesmo uma tendência a contestar essa liberdade de formas que eu prometia.”

Pampulha e Brasília estão agora para sempre associadas pelo título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco). A capital federal detém a distinção desde 1987.

 

Igreja de São Francisco de Assis, c.1966. Pampulha, Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Marcel Gautherot / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Igreja de São Francisco de Assis, c.1966. Pampulha, Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Marcel Gautherot / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Igreja de São Francisco de Assis, c.1966. Pampulha, Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Marcel Gautherot / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Igreja de São Francisco de Assis, c.1945. Pampulha, Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Marcel Gautherot / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Igreja de São Francisco de Assis, c.1966. Pampulha, Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Marcel Gautherot / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Cassino da Pampulha, c.1947. Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Marcel Gautherot / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Marquise do Cassino da Pampulha, c.1949. Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Thomaz Farkas / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Marquise do Cassino da Pampulha, c.1949. Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Thomaz Farkas / Acervo Instituto Moreira Salles

 

Cassino da Pampulha, c.1949. Belo Horizonte, MG – Brasil. Fotografia de Thomaz Farkas / Acervo Instituto Moreira Salles

 

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