Um dos fotojornalistas mais atuantes no Brasil, com uma produção que contemplou praticamente todas as áreas – política, esporte, cultura, comportamento, moda, turismo – Evandro Teixeira agora tem seu acervo sob a guarda do IMS. São mais de cem mil negativos, mas a aquisição inclui também tudo o que diz respeito às suas quase sete décadas de trabalho, das quais 47 anos num só veículo de imprensa: o Jornal do Brasil. Fazem parte do material equipamentos variados, como suas primeiras câmeras e aparelho de telefoto, além de revistas, livros, recortes de jornais, cartazes e catálogos de exposições. O acordo de aquisição foi concluído em novembro de 2019, e o acervo, em quase 50 caixas, chegou em dezembro à sede carioca do instituto, onde todo o material começará a ser catalogado, indexado e digitalizado, com ajuda do próprio autor. Para Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS, é uma oportunidade única poder contar com o fotógrafo na organização do acervo.
"O acervo de Evandro se insere num contexto de ações de fotojornalismo do instituto, que tem uma característica muito própria, específica da instituição, que é de não se concentrar apenas nas fotos, mas no arquivo do fotógrafo, tudo que possa ajudar a entender melhor a sua obra, a sua produção de vida. Hoje, são mais de 30 arquivos de nomes como Marcel Gautherot, Maureen Bisilliat, Chico Albuquerque, Thomaz Farkas, Otto Stupakoff, Peter Scheier e José Medeiros. Vamos trabalhar muito junto com ele na operação de catalogação e indexação, mas também, principalmente, no processo de registro, de memória, fazendo entrevistas com o Evandro e reunir tudo o que foi publicado, dele e sobre ele", explica Burgi.
O “tudo” de Evandro é realmente muita coisa. Aos 84 anos, o fotógrafo tem uma produção consistente, notabilizada por coberturas como a do golpe militar de 1964 no Brasil e as manifestações de 1968 contra a ditadura. Foi um período que rendeu registros icônicos, entre eles a tomada do Forte de Copacabana, a queda de um motociclista da FAB, o confronto de estudantes e policiais a cavalo no Centro do Rio, ou a Passeata dos Cem Mil. Seu portfólio inclui outro golpe militar, o do Chile, em 1973, com registros impactantes de prisioneiros políticos no Estádio Nacional de Santiago e o enterro de Pablo Neruda, que o próprio Evandro diz ser um dos trabalhos de que mais se orgulha – não só pelo resultado, mas pelo "momento histórico tão importante".
Agora, quando a produção de tantas décadas ganha o tratamento de uma obra, ele reflete: "Você é um conjunto de coisas que estão com você: é o teu olhar, a tua experiência, o teu conhecimento e, acima de tudo, sorte. Não me acho melhor do que ninguém", diz ele. Evandro teve a sorte de ser amigo de um capitão do Exército que o avisou da tomada do forte na madrugada de 1o de abril de 1964. A sorte também estava a seu lado quando soube que Neruda estava hospitalizado antes de qualquer outro profissional da imprensa – e eram dezenas deles no Chile nos dias que se seguiram à derrubada de Allende. E a sorte, sempre ela, lhe sorriu ao passar de carro ao lado do motociclista da FAB no exato momento em que ele caiu.
Mas, como ressalta ele, há o tal conjunto de coisas. O olhar de Evandro lhe permitiu ver libélulas pousadas em carabinas num evento protocolar. Seu conhecimento dos temas e personagens fotografados lhe garantiu a autorização da viúva de Neruda para seguir em seu carro após a morte do poeta. E a experiência lhe ensinou que era melhor se fazer de sonso diante de generais raivosos quando a foto publicada no jornal naquele dia, de sua autoria, ridicularizava o personagem.
Mas na lista citada por Evandro poderiam constar ainda humildade e ousadia. Sobre o primeiro, ele é enfático: "Nunca disse para meu chefe 'não vou fotografar buraco'. Porque quando você trabalha em jornal, às vezes tem que ir lá fazer o buraco da rua que atrapalha a vida das pessoas. Tem fotógrafo que diz 'não vou fazer uma merda de um buraco'. Para mim tudo é importante. É você que dá valor ao seu trabalho, seja buraco, golpe militar, presidente da República".
Já no quesito ousadia – e, por que não?, cara de pau – ele é craque. Foi assim que, sem as credenciais necessárias para acompanhar certa vez o lançamento das coleções de prêt-à-porter em Paris, fotografou com uma tele o documento no peito de um colega de profissão, manipulou o resultado numa lan house, fabricou a sua credencial e saiu dos desfiles com fotos tão boas ou melhores do que os mais experientes fotógrafos de moda. Também não hesitou em enfiar a câmera pela janela entreaberta do carro em que a rainha Elizabeth, em visita ao Brasil, se ajeitava para sentar.
O percurso até se tornar um dos nomes de destaque do fotojornalismo brasileiro na segunda metade do século XX tem sua origem em Irajuba, onde ele nasceu em 25 de dezembro de 1935. Foi no povoado baiano, a 307 quilômetros de Salvador, que Evandro folheou pela primeira vez revistas como O Cruzeiro, compradas na capital pelo pai de um colega de escola, e se encantou com as fotografias. Anos mais tarde, já em Ipiaú, para onde se mudou, sozinho, a fim de prosseguir os estudos, viu na mesma revista o anúncio de um curso de fotografia por correspondência. Seu professor seria José Medeiros, cujo trabalho já admirava. Esperto e com vontade de vencer, aceitou o empurrão de um amigo e desembarcou no Rio, em 1957, com uma carta de recomendação para o chefe de reportagem do jornal Diário da Noite, dos Diários Associados. Começou como fotógrafo da seção de casamentos, fez trabalhos como o primeiro concurso de Miss Brasília, logo após a inauguração da capital. Em 1963, aceitou o convite do Jornal do Brasil. "Ali, tive a honra de fazer parte de uma incrível equipe de fotojornalismo, comandada pelo grande Alberto Ferreira", diz ele. Alberto Ferreira, para quem não sabe, é autor da célebre foto da bicicleta do Pelé. Trabalhou no JB até 27 de agosto de 2010, três dias antes da última edição impressa do jornal. Antes de sair, negociou os direitos sobre todo o trabalho produzido até 2002 – seu período de maior brilho –, agora transferidos para o Instituto Moreira Salles.
Além de sua produção no JB, o arquivo de Evandro que chega ao IMS inclui projetos independentes, como a farta documentação que fez de Canudos. O trabalho está no livro Canudos – 100 anos, mas para além dele e dos negativos de vários anos de trabalho, há toda uma história de bastidores da sua aproximação com os descendentes do massacre no sertão da Bahia – parte da memória oral que deverá ser preservada em entrevistas.
"Ele de fato é um grande fotógrafo mas o mais importante é que tudo o que fez tem uma qualidade inegável. E o que mais me impressiona é a versatilidade", comenta o fotógrafo e pesquisador Pedro Karp Vásquez. "A gente que trabalhou em jornal sabe que nem todo fotógrafo é bom em tudo. Geralmente um sujeito que cobre cultura é péssimo no esporte, e vice-versa. São mundos que têm uma dinâmica diferente. Ele, não. Transita em todas as áreas, e em todas muito bem. Em quase cinco décadas no JB, Evandro construiu uma obra, e essa obra é uma crônica do Brasil moderno", diz.
Dez fotos comentadas pelo autor
A tomada do forte
Evandro morava no Posto 6, em Copacabana, e tinha uma turma de amigos com os quais jogava vôlei na praia. Um deles, Lino, era capitão do Exército. "Às 5h da manhã do dia 1 de abril, ele bateu na minha porta: 'Evandro, o golpe está acontecendo, os militares tomaram o Forte de Copacabana.' Disse que estava entrando oficial fardado, não fardado, e me orientou como agir. Ele ia entrar na frente, bater continência e eu tinha que inventar um nome e fazer o mesmo, falando duro. Entrei com a Leica escondida, mas lá dentro tirei a câmera e fui fotografando tudo. De repente chegou o Castello Branco. Para garantir o que já tinha feito, com medo de me pegarem, tirei o filme da câmera e escondi na meia. Mas eles acharam que eu era fotógrafo do Exército, e foram me pedindo para registrar tudo. 'Seu fotógrafo, tira o retrato da gente', diziam. Fui fotografando, e o Lino a certa altura deu a ordem: 'Te pica daqui!'." Evandro foi para casa, já de manhã, e ligou para Alberto Dines, então editor do Jornal do Brasil. Dines exultou, pedindo que seguisse imediatamente para a redação. "Esta foi a foto que abriram bem grande na primeira página do jornal", conta ele. "A do Castello Branco publicaram menorzinha, dentro."
Passeata dos Cem Mil
No dia 25 de junho de de 1968, véspera da de uma grande mobilização contra o regime organizada por estudantes, o editor do Jornal do Brasil chamou Evandro e o escalou para cobrir a manifestação, com a missão de "ficar na cola" do líder estudantil Vladimir Palmeira. "O Vladimir estava super visado, ninguém sabia o que podia acontecer com ele, falavam que o brigadeiro (João Paulo) Burnier estava prometendo matá-lo", relata. "Fui para a escadaria da Câmara (dos Vereadores), na Cinelândia, onde fiz esta foto, com uma meia tele. Depois fiz outra, para mostrar a grandiosidade da passeata (que entraria para a História como a Passeata dos Cem Mil)." Naquela época, conta Evandro, "moravam" no JB dois militares, encarregados de censurar o que lhes parecesse desabonador ao regime militar. Escolhida para ser estampada na capa do jornal, esta foto foi vetada pelos censores. No lugar dela, saiu outra, sem a faixa com os dizeres "abaixo a ditadura".
Casamento em Paraty
Em 1969, Evandro foi a Paraty fazer uma matéria de turismo com o repórter Fritz Utzeri, para o Jornal do Brasil. "Na época não tinha ainda a Rio-Santos, levamos dois dias para chegar. E, chegando lá, vi esses noivos saindo de uma igreja, achei lindo, pedi para fotografar. Depois disso, eles foram caminhando, e os acompanhei. Foram até um boteco, compraram um litro de leite, um pacote de cream cracker, e celebraram, fizeram uma festa com isso. Só quem estava lá viu a grandiosidade desse momento." Um dia, muito tempo depois, Evandro estava em Paris, fotografando para o JB o lançamento das coleções de prêt-à-porter. Num momento de folga, visitou o Centro Georges Pompidou, e a foto estava lá, numa exposição de fotografia latino-americana. "Eu nem sabia", diz.
O enterro do anjinho
"Fomos eu e meu colega Orlando Brito fazer uma palestra sobre fotojornalismo na Universidade Federal do Ceará, em 1992, e alugamos um carro, para ir até o norte do estado, na fronteira com o Piauí. Quando chegamos a Aprazível (distrito de Sobral) vi essa cena comovente: um casal de bicicleta carregando o pequeno caixão de uma criança. Passamos por eles, paramos o carro e me deitei no chão, esperando que passassem por mim. Repara que em primeiro plano o que aparece é o pedregulho, a aridez. Depois acenei para que parassem, e conversamos um pouco. Eles me contaram, com muita naturalidade, que o filho de três meses havia morrido e estavam indo enterrá-lo."
Vinicius, Chico e Tom
Era aniversário de 66 anos de Vinicius de Moraes, em 1979, e ele comemorava a data com amigos na Carreta, churrascaria em Ipanema, muito frequentada por artistas. "Você, que é amigo dele, vai lá", disse o chefe de Evandro no JB. "Eu já tinha fotografado o Vinicius várias vezes, quando cheguei ele estava numa mesa com o Chico (Buarque) e o Tom (Jobim). Expliquei que tinha ido fazer uma página gráfica para o Caderno B – eles queriam um ensaio fotográfico – e o Vinicius, que já estava "tocado", continuou a beber. Dava um gole no whisky e um beijo na Martita (a argentina Marta Rodriguez Santamaria, oitava de suas nove mulheres), um gole no whisky e um beijo na Martita", recorda-se Evandro. O tempo ia passando e ele se exasperando. Até que pediu ao poetinha: "Vinicius, eu disse a você que queria uma foto diferenciada, não posso voltar sem ela". Vinicius se levantou, balanceante, agarrou Chico e Tom e pediu ao conhecidíssimo maître da casa: "Teixeirinha, traz um tamborete". O tamborete era para Evandro, pois àquela altura Vinicius já estava se deitando numa mesa da churrascaria com os amigos. "Subi no tamborete, fiz um clique, me desequilibrei e caí, não tinha estabilidade. Nesse momento o disparador travou, fiquei tenso, não dava para fazer mais nenhuma foto, e não sabia se tinha ficado boa. Quando cheguei no jornal, expliquei ao Alberto Ferreira, editor de fotografia, o que tinha acontecido. Foram revelar o filme e, quando voltou, tinha essa foto, aberta em seis colunas na capa do Caderno B. Não precisou de outras."
Rainha Elizabeth
Em mais de seis décadas de reinado, a rainha da Inglaterra fez uma única visita ao Brasil, em 1968. Evandro Teixeira acompanhou a viagem, pelo Jornal do Brasil. Um dos muitos compromissos da monarca foi a inauguração da sede do Museu de Arte de São Paulo, o Masp, na Avenida Paulista, em 7 de novembro. "Quando ela saiu do museu, saí correndo na frente, já com uma grande angular na câmera, que te dá profundidade de campo, e vi que os chefes da segurança deram uma bobeada. O lado por onde ela estava entrando no carro estava bem guardado, mas deixaram o outro descoberto. Meti o braço com a câmera dentro do carro, fiz o clique, foi tudo muito rápido. O segurança me arrancou de lá, deu um golpe, caí na Paulista. Fraturei o cotovelo, mas a foto está aí."
Baionetas e libélulas
Evandro fez a foto acima durante uma exposição do material bélico do Exército, em 1966, comemorativa do centenário da Batalha de Tuiuti, uma das mais sangrentas da Guerra do Paraguai. O general Costa e Silva, então presidente do governo militar, inaugurou a mostra junto ao Monumento aos Mortos da Segunda Guerra, no Aterro do Flamengo, e seu retrato na cerimônia deveria, em princípio, ser a imagem publicada no jornal no dia seguinte. Mas o olhar de Evandro foi capturado para a cena de soldados enfileirados com baionetas, e na ponta delas, libélulas pousadas. A foto, é claro, foi para a primeira página (22/5). "Os generais no dia seguinte ficaram loucos", conta o fotógrafo. "Um dia cheguei no Palácio Laranjeiras, eu era credenciado lá, e o Costa e SIlva manda me chamar. 'Como é que o senhor publica uma merda daquela, em vez da foto do presidente?, perguntou, exaltado. Expliquei que edição não era comigo, eu só fotografava. Saí de lá debaixo de puxão de orelha, tapa, porque desrespeitei a autoridade." A ousadia de ter respondido que era uma "questão de edição" rendeu a Evandro uma noite na prisão.
Pablo Neruda
O golpe militar que derrubou Salvador Allende da presidência do Chile, em setembro de 1973, foi acompanhado de perto por Evandro Teixeira. Em Santiago, preso no hotel depois do toque de recolher, ficou amigo da mulher de um diplomata que lhe contou que o poeta Pablo Neruda estava hospitalizado. Evandro tentou entrar no quarto, não conseguiu fazer a foto. Naquela mesma noite Neruda morria, e no dia seguinte o hospital estava cercado. "Estou lá, rondando o hospital, e de repente abre uma porta lateral, olho, tiro a Leica, sempre deixo preparada para dois metros, o que der, deu. Entro, Neruda está na maca, dona Matilde, sua mulher, sentada com o irmão dela. Fiz a foto e só depois perguntei: 'dona Matilde, sou o fotógrafo do Jorge Amado, lembra? (Evandro havia fotografado os dois escritores juntos em Salvador, anos antes). 'Meus sentimentos. Queria permissão para fotografar.' 'Meu filho, Jorge Amado era nosso irmão, tua presença aqui é muito importante', ela respondeu. Não era o Evandro o importante, frisa o fotógrafo. "Era a câmera. Ela sabia o valor do registro, do testemunho, num momento como aquele". Dona Matilde pediu que ele a acompanhasse. "Lá dentro fiz a maca, fiz várias fotos, apavorado. Eu olhava em volta, pensava naquele mundo de fotógrafos em Santiago e dizia pra mim mesmo: não, não é possível, só eu aqui, só eu?", conta. Evandro foi no carro da mulher do poeta até La Chascona, residência do casal, passou a noite lá e, no dia seguinte, no caminho para o cemitério, viu a multidão que os poucos se integrava ao cortejo. "Quando chegamos no cemitério, o velho aqui chorou, porque não aguentou a emoção. O povo cantando, declamando versos, tudo lindo. E o (general Augusto) Pinochet, que estava evitando a imprensa depois de mais de dez dias do golpe, resolveu convocar uma coletiva naquele momento, para esvaziar o enterro do Neruda. Foda-se o Pinochet, pensei. Subi com o fotógrafo da Paris Match numa tumba e fiz esta foto de cima. Acho que esse foi um dos momentos mais importantes da minha história no jornalismo."
João Butão e seus cabritos
Evandro foi a primeira vez a Canudos em 1994, e, desde então, nunca mais deixou de ir. "Minha avó era daquela região do sertão da Bahia, e eu nasci ouvindo ela falar de Canudos, de Antonio Conselheiro. Li Os sertões, de Euclides da Cunha, quando era estudante, mas só consegui ir lá jornalista, já muito tarde. Porque queria encontrar os personagens, os descendentes dos sobreviventes do massacre (ocorrido em 15 de outubro de 1897)." Encontrou todos muito velhinhos, mas se encantou pela história e pelos personagens que fotografou para seu livro (Canudos – 100 anos, de 1997). "A história de Canudos me conquistou de tal maneira, é de tamanha grandeza, que volto todo ano lá, religiosamente", conta. Entre os muitos personagens, estão dona Ana de Bendengó, que guardava a bala de que matou seus avós. João Butão, na foto, era bebê quando os pais foram mortos, e Evandro o conheceu quase centenário. "Ele contava a história chorando. Bebia muito, quando eu estava lá levava ele para a feira, ele tomava umas canas e começava a chorar", lembra Evandro. Os velhinhos de Evandro morreram todos, o que o entristece, mas o fato de ter conseguido registrar os descendentes de Canudos é, ao lado da cobertura da morte de Neruda, o projeto de que o fotógrafo mais se orgulha.
Balé na comunidade
Certo dia de 1996, uma professora brasileira de balé que Evandro conhecera em Cuba, onde ela estava estudando, ligou para ele no Jornal do Brasil, contando das aulas que ministrava para crianças e jovens das comunidades do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho no Ciep (Centro Integrado de Educação Pública) João Goulart, dentro do projeto Dançando para Não Dançar. "Fui lá conferir, era um fim de tarde lindo, pus as meninas naquele terraço do Ciep, e fiz esse registro da turma, com o sol se pondo", lembra-se ele. Recentemente, Evandro teve a felicidade de ser contactado por Ingrid Silva, primeira bailarina do Dance Theater of Harlem, nos Estados Unidos. Conversando com um fotógrafo brasileiro em Nova York, ela lembrou da sessão de fotos no Cantagalo, quando era ainda uma jovem participante de projeto social. Esse amigo, que trabalhara com Evandro e conhecia a foto (foi capa do Caderno B e bastante comentada) contactou o colega, que enviou a foto para ela. A imagem existe em duas versões, em preto e branco e colorida.
Nani Rubin é jornalista e integra a coordenadoria de internet do IMS.