Garapa (São Paulo/SP – 2008) é um coletivo de fotografia formado hoje pelos jornalistas e artistas visuais Paulo Fehlauer (Mal. Candido Rondon/PR – 1982) e Rodrigo Marcondes (São Paulo/SP – 1979), reunindo previamente Leo Caobelli (Pelotas/RS – 1980). A produção do grupo é marcada por projetos de fôlego que questionam as separações entre as linguagens jornalística, documental e fotográfica, abordando temas como memória das cidades e representação visual da violência. Em Postais para Charles Lynch (2015), vencedor da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS em 2014 e apresentado na exposição Corpo a Corpo (IMS, 2017), interferiram em arquivos digitais de imagens de linchamentos divulgadas na internet, associando o material aos cartões postais de episódios semelhantes que circularam nos Estados Unidos nos séculos 19 e 20. Também se destacaram com os projetos Morar (2007-2011), no qual acompanharam em três etapas o cotidiano dos moradores dos edifícios São Vito e Mercúrio, no centro de São Paulo, no período anterior e posterior à demolição dos prédios; e A Margem (2013), ensaios e montagens fotográficas que nasceram de uma expedição da nascente à foz do rio Tietê, inspirada nos diários de viajantes dos séculos 18 e 19 pela região.