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Conflitos

Fotografia e violência política no Brasil 1889-1964

07 Revolução de 1924

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Aniceto de Barros Lobo
Secretaria do 1o Batalhão do Quartel da Luz. São Paulo, 1924
Fotografia/papel, gelatina/prata. Acervo IMS
Fac-símile de A Cigarra, Rio de Janeiro, 01.09.1924, ano XIII, n. 236, p. 32
Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil

O fotojornalismo começou a ser delineado como profissão no início do século XX. Nessa época, diversos estúdios produziam os tradicionais retratos de família e imagens de paisagens urbanas. Além disso, faziam imagens documentais que circulavam na forma de cartão-postal ou eram vendidas para jornais e revistas. É o caso das fotografias de Aniceto de Barros Lobo e Gustavo Prugner sobre o bombardeio da capital paulista pelas tropas de Artur Bernardes, em 1924.

 Esta fotografia foi tirada por Barros Lobo logo depois que os militares revoltosos abandonaram a cidade. A imagem apareceu na revista A Cigarra em setembro de 1924. Ela destaca um estado de grande desordem, com móveis quebrados, papéis e livros bagunçados, e o chão tomado de entulho. Em contraponto, o guarda uniformizado que aparece ao fundo, sentado no centro do quadro, pontua a volta da ordem e da normalidade. À esquerda, vê-se um segundo fotógrafo na mesma direção em que estaria a câmera de Barros Lobo, mas do lado oposto, funcionando quase como um espelho do próprio autor da imagem.

Aniceto de Barros Lobo foi uma das primeiras vozes a defender os direitos autorais dos fotógrafos no Brasil. Fazia isso nas páginas da revista Illustração Photographica, uma das primeiras sobre fotografia no país, lançada em 1919. Era jornalista e fotógrafo, além de proprietário do estúdio Photo Lobo, que funcionava como uma espécie de agência de imagens.