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Conflitos

Fotografia e violência política no Brasil 1889-1964

08 Revolução de 1924

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Gustavo Prugner
Indústria Gráfica Duprat, na rua 25 de Março. São Paulo, 1924
Cartão-postal, gelatina/prata. Coleção Ruy Souza e Silva
Gustavo Prugner
Oficinas Duprat após incêndio produzido por granada. São Paulo, 1924
Impressão digital em jato de tinta em papel de algodão a partir de cartão-postal. Acervo IMS

As vítimas civis passaram de dois milheiros, quase todas estraçalhadas de modo horroroso por estilhaços de granada. O número de prédios destruídos ou simplesmente estragados subiu a milhares. Dia e noite os canhões legalistas despejavam metralha às tontas, sem o menor objetivo militar [...]. Havia lá dentro 3 mil rebeldes disseminados no seio de uma massa de 800 mil civis. O mais rudimentar cálculo faria ver que, por força do bombardeio às tontas, seria mister massacrar 270 civis para dar cabo de um revoltoso.

Monteiro Lobato, “O bombardeio de São Paulo”

A maioria dos registros fotográficos da Revolução de 1924 é sobre a destruição causada pelos bombardeios das tropas de Artur Bernardes em São Paulo. Um exemplo é a imagem do que restou da Gráfica Duprat, na rua 25 de Março, feita pelo fotógrafo e editor Gustavo Prugner. A foto mostra o maquinário da indústria transformado num emaranhado de ferros retorcidos, logo após o incêndio causado pelo bombardeio do local.

Os cartões-postais de Gustavo Prugner mostrando trincheiras improvisadas e a destruição de regiões de São Paulo tiveram grande sucesso comercial. Os bairros mais atingidos foram o Centro, Brás, Mooca, Belenzinho, Ipiranga, Cambuci e Vila Mariana. O conjunto forma um dos mais importantes registros fotográficos sobre esse conflito. Além de circular na forma de cartão-postal, suas fotos eram colecionadas em álbuns e, eventualmente, publicadas em revistas ilustradas como Careta e Revista da Semana.

Desde a segunda metade do século XIX, cartões-postais de temas variados abriram caminho para a popularização da fotografia. Eles podiam ser colecionados em álbuns, como meio de entretenimento, além de servirem como um rico registro histórico.