Idioma EN
Contraste

IMS Rio fecha para reforma em março; programação segue com parcerias

17 de fevereiro DE 2023
Vista da fachada do novo anexo da sede carioca do Instituto Moreira Salles. Crédito: Render de Bernardes Arquitetura

O Instituto Moreira Salles realizará a partir de abril uma grande reforma em sua sede no Rio de Janeiro, com o objetivo de ampliar e qualificar suas instalações para melhor receber o público. As obras acontecem em duas frentes: o restauro da casa modernista e a construção de um novo edifício substituindo o prédio que hoje abriga uma galeria e parte das reservas de acervos. Durante os trabalhos, cuja previsão de duração é de cerca de quatro anos, o centro cultural permanecerá fechado ao público. É possível visitar o IMS Rio até 26 de março, data de encerramento da exposição Miguel Rio Branco. Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas, atualmente em cartaz no centro cultural. O restaurante da sede, Empório Jardim, também funcionará normalmente até 26/3.

Durante o período em que o IMS Rio ficará fechado para as obras, a instituição pretende assegurar sua presença na cidade com programação cultural. Para isso, mantém entendimentos com instituições cariocas a fim de firmar parcerias e realizar exposições e eventos. Entre as parcerias já estabelecidas, estão as com o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, que apresenta até março a retrospectiva Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, exibida em 2022 no IMS Paulista, e o Museu de Arte do Rio – MAR, que, a partir de junho, recebe a mostra Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros, também exibida anteriormente na sede de São Paulo (veja aqui a página da mostra no IMS Paulista).

Já os acervos e a administração do IMS Rio ficarão sediados na Rua do Russel, no bairro da Glória, onde as equipes que cuidam dos acervos continuarão trabalhando e atendendo apenas pesquisadores que desejem consultar documentos e imagens. A previsão é que o atendimento, atualmente suspenso para a transferência das reservas, retorne no segundo trimestre de 2023.

Projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos em 1948 e inaugurada em 1951 como residência da família Moreira Salles, a casa que é sede do IMS Rio está situada no alto da Gávea, em um terreno de aproximadamente 10 mil metros quadrados, em meio à mata da floresta da Tijuca. Em 1999, passou por adaptações para se transformar em centro cultural. Tanto a casa como seus jardins, projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx, são tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal do Rio de Janeiro. O projeto de restauro da casa passará pela aprovação dos órgãos competentes e seguirá todas as normas que regem a preservação de patrimônio histórico. Segundo o diretor-geral do IMS, Marcelo Araújo, “todas as intervenções previstas para a residência serão de restauro, com o intuito de garantir que a casa continue sendo visitada como uma referência da melhor qualidade da arquitetura residencial moderna brasileira”.

Entrada principal do IMS Rio. A casa inaugurada em 1951 e tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal do Rio de Janeiro será restaurada. Foto de Roberto Polidori/ Acervo IMS

 

O prédio que hoje abriga parte das reservas técnicas de acervos e uma sala expositiva será demolido para a construção de um novo edifício, projetado de acordo com parâmetros de acessibilidade e sustentabilidade. O novo edifício terá duas salas de exposição, com aproximadamente 300 m2 cada uma, um auditório para sessões de cinema e eventos, com cerca de 120 lugares e sistema acústico de ponta, e um novo espaço para restaurante e áreas para guarda e processamento de acervos.

O projeto é do escritório Bernardes Arquitetura. O arquiteto Francisco Abreu, sócio diretor do escritório, comenta o trabalho: “O projeto prevê uma requalificação total da sede da Gávea, criando uma nova galeria de padrão internacional ao mesmo tempo que resgata o projeto original da casa. O novo edifício servirá de articulador do conjunto, abrigando as galerias, auditório, restaurante, acervo, além de funcionar como acesso principal do público. Dessa forma, a casa passa a ser uma parte da visitação como acervo permanente da história do IMS.”

Em seus mais de 20 anos de funcionamento, o IMS Rio apresentou exposições de grande relevância, como Rio: primeiras poses, Richard Serra: desenhos na casa da Gávea, Claudia Andujar: a luta Yanomami, Constelação Clarice, além de ter sediado evento anuais, como Dia D e Hora de Clarice, dedicados aos escritores Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade, e o Escuta Festival, evento de difusão da produção cultural das periferias da cidade que, na edição deste ano, reuniu mais de 4.000 pessoas. Com o aperfeiçoamento de suas instalações, o centro cultural ampliará ainda mais sua presença na cidade, recebendo o público da melhor forma possível.