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Fotografias, vídeos, objetos, instalações: no ar, a coleção Contemporânea

30 de março de 2023
Mosaico com recorte de obras de artistas da coleção Contemporânea do IMS. Em cima a partir da esquerda, trabalhos de Bárbara Wagner e da dupla Dias & Riedweg; embaixo, obras de Eustáquio Neves, Susan Meiselas, Sofia Borges e Vijai Patchineelam. Coleção Contemporânea/ Acervo IMS

Acervo que começou a ser formado em 2013, com a criação da Bolsa ZUM/IMS de Fotografia Contemporânea, a coleção Contemporânea do Instituto Moreira Salles ganha espaço para que o público possa acessar, conhecer e pesquisar a qualquer momento as obras de seus artistas. O site do instituto, que já reúne as páginas dos titulares de acervo da Fotografia, da Iconografia, Literatura e Música, passa a contar também com os autores da mais recente produção visual no país (e, em alguns casos, no exterior). Num primeiro momento, serão disponibilizadas as páginas de 15 deles: Bárbara Wagner, Caio Reisewitz, Dias & Riedweg, Dora Longo Bahia, Eustáquio Neves, Jonathas de Andrade, Lucia Mindlin-Loeb, Mauro Restiffe, Michael Wesely, Sofia Borges, Susan Meiselas, Vijai Pratchineelam e os coletivos Garapa, Mídia Ninja e Trëma. As outras serão publicadas aos poucos.

A Bolsa ZUM/IMS, cujos dez anos estão sendo celebrados a partir desta sexta-feira, 1/4, com a exposição Entre nós: 10 anos da Bolsa ZUM/IMS no espaço Pivô, em São Paulo, foi o ponto de partida da coleção (os dois premiados a cada ano desenvolvem projetos que são incorporados ao acervo do instituto) mas ela é enriquecida continuamente de outras maneiras. Uma parceria com a X Bienal de Arquitetura de São Paulo legou ao IMS 20 imagens de Brasil: o espetáculo do crescimento, de Tuca Vieira. O trabalho Água Escondida, de Caio Reisewitz, chegou ao instituto através de uma colaboração com o Arq.Futuro, plataforma de discussão sobre o futuro das cidades. E há ainda as fotografias do projeto Magnum Offside Brazil (2014), em que dez fotógrafos (quatro estrangeiros da mítica agência e seis brasileiros) percorreram o país durante a Copa do Mundo, produzindo material diariamente. O IMS abriga parte dessas imagens feitas tanto pelos estrangeiros (os americanos Susan Meiselas e David Harvey, o italiano Alex Majoli e o norueguês Jonas Bendiksen), como pelos brasileiros Bárbara Wagner, Pio Figueiroa, André Vieira, Breno Rotatori e pelos coletivos Garapa e Mídia Ninja.

A área na qual a coleção Contemporânea se insere, Fotografia Contemporânea, atua em diferentes frentes. Além da Bolsa ZUM, há a revista ZUM, que publica ensaios visuais, artigos, portfólios e entrevistas de artistas e pensadores da cultura visual, e o Festival ZUM, que promove conversas e debates em torno da imagem contemporânea. Paralelamente a isso, produz exposições como Claudia Andujar: A luta Yanomami e Daido Moriyama: uma retrospectiva, ambas em circulação por vários países, e Miguel Rio Branco. Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas, que acaba de ser encerrada no IMS Rio. A criação da coleção surgiu com o objetivo de ampliar a a participação do IMS nesse universo e, como diz Thyago Nogueira, coordenador da área, oferecer a fotógrafos e artistas um porto seguro para que pudessem desenvolver os seus trabalhos. "A perspectiva da área é fomentar esta produção, divulgar e também preservar esta produção pro futuro, para que ela possa estudada pelas próximas gerações", diz ele.