Caderno de prece: Clarice Lispector
Uma fervorosa oração de Clarice Lispector a Santo Antônio, encontrada nos manuscritos de Um sopro de vida, sob a guarda do IMS, mostra que ela amou PMC anos depois de acabado o romance. (Elvia Bezerra)
Uma fervorosa oração de Clarice Lispector a Santo Antônio, encontrada nos manuscritos de Um sopro de vida, sob a guarda do IMS, mostra que ela amou PMC anos depois de acabado o romance. (Elvia Bezerra)
Num caderno com capa de couro marrom, o jornalista, cronista e poeta anotou as impressões da viagem que fez, em 1956, à União Soviética, China e Polônia, registrando uma realidade nova e um cotidiano impregnado de lirismo. (Elvia Bezerra)
o IMS lançou uma edição especial do jornal imaginário criado por Paulo Mendes Campos na década de 1980, a partir de seus cadernos de notas e de textos de sua autoria previamente publicados na imprensa.
edição fac-similar da carta escrita por Paulo Mendes Campos em agosto de 1945 – poucos dias depois de se mudar para o Rio de Janeiro – para o amigo Otto Lara Resende, que ainda vivia em Belo Horizonte.
Jornalista de brilho singular e autor de um único e primoroso romance, O braço direito, foi considerado contista sombrio, em contraste com a personalidade solar que exibia quando em grupo e que, creem alguns, teria ofuscado sua obra, na qual o apuro da linguagem é constante.
Cronista que alargou as fronteiras do gênero, alternando textos longos, de caráter ensaístico, com textos curtos, costumava dizer que a literatura lhe tinha vindo “no sangue”. Foi ainda poeta e tradutor, e soube disfarçar erudição, que era muita, em prosa leve.
O que mais importa no acervo de um artista é, decerto, a sua obra. Mas não há patrimônio cultural que escape de certas miudezas de caráter pessoal – como o nariz de porco do David Zingg – que aguçam a curiosidade de pesquisadores e humanizam as joias da coroa de qualquer coleção.
“Tirem a roupa toda, se quiserem, mas não tirem o chapéu”, escreveu Paulo Mendes Campos, e como se vê nesta antologia de coberturas de cabeça seu amigo Otto Lara Resende parece ter seguido a orientação à risca. (Elvia Bezerra)
Paulo Mendes Campos certamente foi um dos mais produtivos entre os muitos escritores que mantiveram cadernos com anotações variadas. O IMS guarda 55 deles em seu acervo. Elvia Bezerra comenta sua importância na obra do cronista, que teve parte dos textos reunida, em 2015, no livro De um caderno cinzento: crônicas, aforismos e outras epifanias.
Dez anos após a morte do compositor e cronista, Paulo Mendes Campos publicou na revisa Manchete uma homenagem a quem chamava de “menino gordo que transpirava inacreditável quantidade de líquido e de tudo o mais que existia dentro dele: lirismo, senso cômico, irrisão, ternura, raivas, saudade, gula, inteligência, sofreguidão”.