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Dez anos da Bolsa ZUM/IMS


Artistas participantes

A exposição apresenta obras de Aleta Valente, Aline Motta, Bárbara Wagner, Castiel Vitorino, Coletivo Garapa, Coletivo Trema, Dias & Riedweg, Dora Longo Bahia, Eustáquio Neves, Glicéria Tupinambá, Helena Martins-Costa, Igi Ayedun, João Castilho, Letícia Ramos, Rafael BQueer, Sofia Borges, Tatewaki Nio, Tiago Sant´Ana, Val Souza e Vijai Patchinelaam. A curadoria é de Thyago Nogueira, Daniele Queiroz e Ângelo Manjabosco. As obras da exposição pertencem à Coleção Contemporânea do Instituto Moreira Salles.

Aleta Valente

(Rio de Janeiro, RJ, 1986)

Aleta Valente estreia como diretora, apresentadora e personagem neste filme documentário sobre a avenida Brasil, que trata das relações entre o corpo e a cidade ao longo da via expressa mais importante da cidade do Rio de Janeiro.

Aline Motta

(Niterói, RJ, 1974)

A carioca Aline Motta une audiovisual, fotografia e texto em um livro de artista para tratar de relações familiares e, ao mesmo tempo, coletivas. A artista apresenta seu projeto de longa duração A água é uma máquina do tempo, que contou com o apoio da Bolsa ZUM/IMS, para tratar dos apagamentos e memórias que acompanham as travessias atlânticas de pessoas e famílias negras.

Bárbara Wagner

(Brasília, 1980)

Bárbara Wagner estuda manifestações populares ligadas principalmente à música e à dança. Na exposição, apresenta uma série de fotografias feitas durante as gravações de videoclipes de brega-funk no Recife e funk ostentação em São Paulo, em parceria com as produtoras Pro Rec e KL.

Castiel Vitorino Brasileiro

(Vitória, ES, 1996)

Artista, escritora e psicóloga clínica, Castiel lida com conceitos da ontologia Bantu, assumindo a cura como um momento de liberdade, através de noções sobre espiritualidade e ancestralidade. Seu livro de artista, composto de fotos, textos, desenhos e outras intervenções, narra a experiência de um corpo que se desloca não mais pela necessidade de fuga ou como resposta à violência, mas impulsionado por sinais de liberdade. O projeto foi feito com a colaboração da artista maranhense Gê Viana.

Coletivo Garapa

(São Paulo, SP, 2008)

O coletivo é formado pelos jornalistas e artistas visuais Leo Caobelli, Paulo Fehlauer e Rodrigo Marcondes. No livro de artista Postais para Charles Lynch, o coletivo discute a representação visual do linchamento no Brasil contemporâneo, a partir de um episódio de violência acontecido no Rio de Janeiro em 2014.

Coletivo Trëma

(São Paulo, SP, 2013)

O coletivo Trëma, composto pelos fotógrafos Felipe Redondo, Gabo Morales, Leonardo Soares e Rodrigo Capote, dedicou-se à fotografia documental e editorial. Em Memento, o coletivo cria fotografias a partir das memórias de Dany Vásquez, da Colômbia, e Theresa Senga, de Angola, dois imigrantes que chegaram e vivem no Brasil.

Dias & Riedweg

(1993)

Dupla criada em 1993, é formada por Maurício Dias e pelo suíço Walter Riedweg. Participou da Bienal de Veneza em 1999, Bienal de São Paulo em 2002 e Documenta 12 em Kassel, 2017. Há alguns anos desenvolvem trabalhos sobre o universo psiquiátrico. A instalação audiovisual Casulo/palco registra o cotidiano de um grupo de pacientes do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, para tornar visível o território designado à loucura e às novas formas de clausura a que esses pacientes são submetidos durante tratamento psiquiátrico.

Dora Longo Bahia

(São Paulo, SP, 1961)

Doutora em poéticas visuais pela ECA USP, possui pós-doutorado em filosofia pela FFLCH USP. A videoinstalação Brasil x Argentina exibe os efeitos do aquecimento global e das políticas ambientais dos dois países na Amazônia e na Patagônia. Questão recorrente no trabalho da artista, a obra põe em evidência a violência – na forma de degeneração ambiental – como consequência de um sistema econômico e social insustentável.

Eustáquio Neves

(Juatuba, MG, 1955)

Químico de formação e fotógrafo autodidata, Eustáquio desenvolve um trabalho marcado pela manipulação e intervenção em negativos e cópias, através do qual aborda a identidade e memória de pessoas afrodescendentes no Brasil. No projeto Retrato falado, o artista parte de descrições de parentes, de semelhanças de família e de recursos analógicos e digitais de manipulação fotográfica para reconstruir em objetos fotográficos o retrato do avô, a quem não conheceu e de quem não há, nos álbuns da família, nenhuma imagem.

Glicéria Tupinambá

(Terra Indígena Tupinambá de Olivença, BA, 1982)

No filme Nós somos pássaros que andam, a artista e professora Glicéria Tupinambá, também conhecida como Célia Tupinambá, narra sua missão de recuperar materialmente e culturalmente a tradição dos mantos tupinambá. O resgate do manto foi realizado na Terra Indígena Tupinambá, no sul da Bahia, a partir de imagens de museus europeus que hoje guardam os únicos exemplares disponíveis desses mantos sagrados. O filme conta com o apoio da cineasta Mariana Lacerda e da jornalista Patrícia Cornils.

Helena Martins-Costa

(Porto Alegre, RS, 1969)

É artista visual, bacharel em fotografia pelo Instituto de Artes da UFRGS e mestra em poéticas visuais pela ECA USP. Em seu trabalho Desvio, Helena apresenta fotografias de pessoas desconhecidas, resgatadas em sebos, feiras de antiguidades e coleções particulares para identificar tipologias e questionar os sistemas ópticos dos equipamentos fotográficos.

Igi Ayedun

(1990, São Paulo, SP)

Artista autodidata, diretora e fundadora da galeria/residência HOA e do MJOURNAL. Trabalha com pintura, desenho, texto, vídeo, imagens em 3D, fotografia e som. Em Eclosão de um sonho, uma fantasia, Igi apresenta imagens criadas artificialmente por programas de inteligência artificial e de interpretação de impulsos cerebrais como forma de superar o limite óptico das câmeras fotográficas ou mesmo do sistema ocular.

João Castilho

(Belo Horizonte, MG, 1978)

É artista visual, trabalha com fotografia, vídeo e instalação. Recebeu os prêmios Funarte Marc Ferrez de Fotografia em 2010 e o Prêmio Conrado Wessel de Arte em 2008. Em Zoo, Castilho fotografa diversos animais selvagens e silvestres em ambientes domésticos, com a intenção de “discutir as questões em torno da animalidade e abrir uma porta para a investigação do que chamei de ‘mistério humano’”, afirma.

Letícia Ramos

(Santo Antônio da Patrulha, RS, 1976)

Artista e videomaker, Letícia tem como foco de investigação artística a criação de aparatos fotográficos próprios para a captação e reconstrução de imagens e a criação de ficções com tais aparatos. No projeto Microfilme, a artista registra uma viagem de exploração a um local ermo, construindo evidências paleontológicas a partir de ampliações panorâmicas feitas com microfilmes e polaroides.

Rafael Bqueer

(Belém, PA, 1992)

Graduada em licenciatura e bacharelado no curso de artes visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Rafael Bqueer produziu quatro curtas-metragens estrelados por integrantes do coletivo drag Themônias, formado por mais de 150 pessoas que se montam e se apresentam na cena cultural de Belém. Bqueer é uma das fundadoras do coletivo.

Sofia Borges

(Ribeirão Preto, SP, 1984)

Formada em artes visuais pela Universidade de São Paulo em 2008, foi uma das fotógrafas indicadas ao Foam Paul Huf Award em 2010 e 2014. Publicou, em 2016, o livro The Swamp [O pântano]. Em Teatro para o artifício, Sofia Borges fotografa uma performance artística que utiliza fotografias, máscaras, colagens, para investigar a origem do mundo e de suas representações visuais.

Tatewaki Nio

(Kobe, Japão, 1971)

Formado em sociologia pela Universidade Sophia, em Tóquio, Nio estudou fotografia em São Paulo depois de viver por um ano em Salvador, onde descobriu o trabalho do antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger. Seu projeto Na espiral do Atlântico Sul retoma o tema do fluxo e refluxo de populações africanas entre os dois continentes, buscando traços da presença de escravizados libertos retornados do Brasil no estilo de arquitetura e promovendo reencontros imaginários entre imigrantes e refugiados nigerianos que vivem em São Paulo e suas famílias em diversas cidades da Nigéria.

Tiago Sant’Ana

(Santo Antônio de Jesus, BA, 1990)

Tiago é artista visual, curador e doutorando em cultura e sociedade pela Universidade Federal da Bahia. Seus trabalhos tratam da representação das identidades afro-brasileiras, refletindo sobre a permanência das estruturas coloniais, o racismo estrutural e as dinâmicas que envolvem a produção da história e da memória. O filme Chão de estrelas, gravado na Chapa Diamantina, investiga estratégias de fuga e libertação no período colonial brasileiro, discutindo como essas táticas revereberam no imaginário visual brasileiro.

Val Souza

(São Paulo, SP, 1985)

 

Vive entre São Paulo e Salvador. Selecionada no concurso Life Before Colonialism da Place Africa/ Black Academy em parceria com Goethe Mannheim (2022). Participou de exposições no Teatro Municipal de São Paulo, Instituto Tomie Ohtake, Pinacoteca do Ceará. Em 2023, foi selecionada pelo programa Nova Fotografia no Museu da Imagem e do Som de São Paulo.

Vijai Maia Patchineelam

(Niterói, RJ, 1983)

Filho de mãe baiana e pai indiano, Vijai cresceu em meio ao trabalho fotográfico do pai, geólogo que emigrou para o Brasil nos anos 1970. No livro Samba Shiva, Vijai edita o arquivo fotográfico paterno em busca de novas conexões artísticas.