Mostra de filmes
Retrospectiva integral do cineasta, debates e sessões especiais com convidados
IMS Rio
Sala José Carlos Avellar
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea - Rio de Janeiro/RJ
Quando
Novembro de 2018 a novembro de 2019
Ingressos
Vendas na recepção do IMS Rio e no site Ingresso.com
A partir de novembro de 2018, o IMS Paulista e o IMS Rio apresentam uma retrospectiva integral do cineasta Nelson Pereira dos Santos (1928-2018). Um dos precursores do Cinema Novo, o diretor construiu uma carreira ampla, com diferentes formatos e estilos. Todos seus longas-metragens – um total de 25 títulos – serão exibidos nos centros culturais ao longo de um ano.
A retrospectiva de Nelson Pereira do Santos também acontece no IMS Paulista.
A homenagem foi inaugurada com a exibição dos dois primeiros longas-metragens da carreira do diretor – Rio, 40 graus (1955) e Rio, Zona Norte (1957), em cópias restauradas em DCP.
Segundo Marcia Pereira dos Santos, produtora e filha do cineasta, o intuito é ampliar o acesso à obra de Nelson, marcada por uma grande variedade de estilos e gêneros, da ficção de influência neorrealista à cinebiografia histórica, passando também pela realização de documentários. “Além de marcar os 90 anos do Nelson, pensamos em criar iniciativas que mantenham a obra acessível e presente na vida das pessoas”, afirma.
Em sua vasta produção, Nelson representou as tensões da realidade brasileira, já presentes em Rio, 40 graus, seu primeiro longa. Influenciado pela estética do neorrealismo italiano, o filme transforma os representantes das camadas populares do Rio de Janeiro em protagonistas da narrativa. O longa-metragem mostra a vida de cinco vendedores de amendoim, garotos negros, que vivem no morro e trabalham nos pontos turísticos da capital. Filmado com uma câmera emprestada pelo INCE (Instituto Nacional de Cinema Educativo), com poucos recursos, Rio, 40 graus foi censurado e apenas liberado após a posse de Juscelino Kubitschek como presidente da República.
Em Rio, Zona Norte, seu segundo filme, o diretor continua a investigação dos modos de vida dos grupos populares. O filme conta a trágica história do compositor Espírito da Luz (Grande Otelo), que luta para gravar suas músicas. O cineasta Glauber Rocha escreveu sobre a obra: “Nelson Pereira dos Santos arma um trabalho capaz de agradar gregos e troianos: aos que buscam o filme como mero divertimento, lá estão Angela Maria e Grande Otelo cantando grandes sambas. Para os que desejam arte, poderão encontrar um argumento bem escrito e dialogado, vazando muito bem numa linguagem direta objetiva e correta.”
Em dezembro de 2018, os dois centros culturais exibiram Boca de Ouro (1962), em cópia 35 mm. Quarto longa-metragem de Nelson Pereira dos Santos, o filme é uma adaptação da peça do escritor Nelson Rodrigues. Em janeiro de 2019, foram projetados Mandacaru vermelho (1961), baseado na tradição da literatura de cordel, e Vidas secas (1963), inspirado no livro homônimo de Graciliano Ramos. A programação dos meses restantes será divulgada em breve.
Além da mostra no IMS, a obra de Nelson Pereira dos Santos será celebrada em uma série de eventos internacionais. O Festival de Cannes de 2019, na sessão Cannes Classics, exibirá os filmes Vidas secas e Memórias do cárcere. Ambos foram premiados no festival, em 1964 e 1984 respectivamente. Em 2019, também haverá uma retrospectiva do diretor nos prestigiados cinemas Metrograph, em Nova York, e outra mostra em Berkeley, São Francisco. A Cineteca do México e a Cinemateca Francesa, que guarda cópias dos filmes no exterior, também programam mostras em homenagem ao cineasta.
“Como disse o Caetano Veloso, Nelson Pereira dos Santos é um dos construtores deste país. Mas um país melhor que esse em que vivemos, eu acho. Talvez por isso seus filmes viajem tanto”, conta Diogo Dahl, filho do cineasta.
Não há mais sessões previstas.
IMS Rio
R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.
OUTUBRO 2019
Nelson filma – O trajeto do cinema independente no Brasil (1971)
O amuleto de Ogum (1975)
A luz do Tom (2013)
A música segundo Tom Jobim (2012)
SETEMBRO 2019
Meu compadre Zé Keti (2001) + Cinema de lágrimas (1995)
Brasília 18% (2006)
AGOSTO 2019
Jubiabá (1987)
A terceira margem do rio (1994)
JULHO 2019
Memórias do cárcere (1984)
JUNHO 2019
Estrada da vida (1980)
A missa do galo + Um ladrão (1981)
MAIO 2019
Tenda dos milagres (1977)
O amuleto de Ogum (1975)
ABRIL 2019
Quem é Beta? (1973)
Raízes do Brasil - parte 1 (2004)
Raízes do Brasil - parte 2 (2004)
MARÇO 2019
Azyllo muito louco (1970)
Como era gostoso o meu francês (1971)
FEVEREIRO 2019
El justicero (1967)
Fome de amor (1968)
JANEIRO 2019
Mandacaru vermelho (1961)
Vidas secas (1963)
DEZEMBRO 2018
Boca de ouro (1963)
NOVEMBRO 2018
Rio, 40 graus (1955)
Rio, Zona Norte (1957)
Próximos
Insônia (1981)
Jubiabá (1987)
A terceira margem do rio (1994)
Cinema de lágrimas (1995)
Casa grande & senzala (2000)
Meu cumpadre Zé Keti (2003)
Brasília 18% (2006)
A música segundo Tom Jobim (2012)
A luz do Tom (2013)
Consagrado diretor de cinema, considerado um dos mais importantes cineastas do país, Nelson Pereira dos Santos foi um dos precursores do cinema novo. Aos 27 anos, em 1955, lançou seu primeiro longa-metragem, Rio, 40 graus. Ao longo da sua carreira, fez mais de 20 filmes, entre eles Rio, Zona Norte, Amuleto de Ogum, Como era gostoso o meu francês, A música segundo Tom Jobim e Memórias do cárcere, que recebeu o prêmio da Fipresci no Festival de Cannes de 1984. Seu filme Vidas secas é um dos títulos brasileiros mais premiados de todos os tempos. Nelson, ao longo de sua extensa carreira de 70 anos de cinema, exerceu a profissão passando por vários momentos políticos do país, enfrentando a diversidade socioeconômica da profissão, sempre abordando temas diversos em sua cinematografia, da política e da realidade brasileira à religião, das adaptações literárias a ensaio de ficção científica, passando pela linguagem do documentário, entre outros elementos presentes na riqueza de sua obra. O cineasta também fundou as escolas de Cinema da UFF e da UnB, recebeu o título de professor honoris causa da Universidade de Nanterre, Paris, França e foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras em 2006.
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