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IMS volta a oferecer pesquisas presenciais no Rio

22 de março de 2024
A Sala de Pesquisa na sede temporária do IMS Rio, na Rua do Russel. As visitas são agendadas por e-mail. Foto de Carla Torres

 

Um ano depois de fechar sua sede na Gávea para obras de reformas e restauro, que incluem a construção de um novo prédio anexo para abrigar salas de exposições e parte dos acervos, o IMS volta a receber pesquisadores no Rio, agora em sua sede temporária, na Rua do Russel 270. Para isso, reservou uma sala no segundo andar do prédio no bairro da Glória, a Sala de Pesquisa, onde o pesquisador terá a assistência de um funcionário do instituto para acessar obras e documentos nas quatro grandes áreas em que o IMS atua na preservação e difusão de acervos: Fotografia, Iconografia, Literatura e Música. Em casos específicos, de obras originais e frágeis, a pesquisa ocorrerá nas áreas de trabalho de cada acervo, com o acompanhamento das equipes.

Para ter acesso a esse amplo universo de informações (só na Fotografia, são cerca de 2 milhões de imagens), o interessado deve enviar um e-mail para a área correspondente à sua pesquisa, adiantando o tema e solicitando o agendamento para comparecer ao IMS, com sete dias úteis de antecedência. São os seguintes os e-mails:

Coordenadoria de Fotografia:
fotografia.ims@ims.com.br

Coordenadoria de Iconografia:
iconografia@ims.com.br

Coordenadoria de Literatura:
literatura@ims.com.br

Coordenadoria de Música
musica@ims.com.br

Feito este primeiro contato, o pesquisador receberá um termo de compromisso com diversidade e inclusão, valores centrais do Instituto Moreira Salles. Ao assiná-lo, o visitante concorda com o Código de Conduta do IMS que garante a construção de ambientes e interações seguras para todos, todes e todas.

A partir daí, o processo é bem simples: será agendada, com a coordenadoria contactada, uma data para o pesquisador comparecer ao IMS. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, em dois turnos: de manhã, das 10h às 12h30; e, à tarde, das 14h às 17h30. No dia agendado, basta comparecer ao IMS Rio, na Rua do Russel, e seguir os protocolos sob orientação do atendente que o receberá:  pertences como bolsas, mochilas e envelopes devem ser guardados num guarda-volume, cuja chave ficará com o pesquisador. Ele poderá subir à Sala de Pesquisa com celular e notebook pessoais, além de folhas e lápis (não é permitido o uso de caneta) para anotações. O uso de máquina fotográfica ou de filmagem deverá ser acordado no momento do agendamento com a área responsável pelo acervo – a reprodução de documentos só será permitida mediante solicitação por escrito. Estas e demais orientações, como as que garantem o manuseio correto e seguro de documentos originais, serão detalhadas ao pesquisador antes de sua visita, com o envio do regulamento da Sala de Pesquisa.

Alguns destaques do acervo

Clique na imagem para ampliá-la
Página de rosto da parte de flauta e flautim do arranjo sinfônico de “Carinhoso”, manuscrito autógrafo de Pixinguinha. 29/08/1938. Acervo Pixinguinha/ IMS
Contrato de Carmen Miranda com a gravadora RCA Victor, 16/11/1932. Coleção José Ramos Tinhorão. Acervo de Música/ IMS
Página de rosto da partitura manuscrita da opereta “Forrobodó”, de Chiquinha Gonzaga, 05/09/1911. Acervo Chiquinha Gonzaga/ IMS
“Prólogo” do caderno Um Brasil para os brasileiros, manuscrito de Carolina Maria de Jesus. Arquivo Carolina Maria de Jesus. Acervo de Literatura/IMS
Otto Lara Resende, escritor cuja coleção foi o ponto de partida para o Acervo de Literatura. Foto de autoria desconhecida/ IMS
Parte do manuscrito de A hora da estrela, c. 1976. Obra de Clarice Lispector. Papel, medidas variadas. Arquivo Clarice Lispector. Acervo de Literatura/ IMS.
Série Guimarães Rosa. Vaqueiros conduzem boiada, c. 1966. Curvelo, MG. Foto de Maureen Bisilliat/ Acervo IMS
Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro, c. 1946. Foto de Marcel Gautherot no Acervo de Fotografia/ Acervo IMS
Caça a estudante durante a Sexta-Feira Sangrenta, série de manifestações contra a ditadura realizadas no centro do Rio e duramente reprimidas pelo regime. Rio de Janeiro, 21/6/1968. Foto de Evandro Teixeira no Acervo de Fotografia/ Acervo IMS
Palmetum Mauritiae Flexuosae in Insula Pautinga Archipelagi Paraënsis, Pará, c.1855. Carl Friedrich Philipp von Martius. Litografia a duas cores (preto e sépia) sobre papel 29,6 x 45,2 cm Coleção Martha e Erico Stickel no Acervo de Iconografia/ IMS
Planta da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1817 J. A. dos Reis. Água-forte e aquarela sobre papel 43,4 x 30 cm Coleção Martha e Erico Stickel no Acervo de Iconografia/ IMS
O Pif-paf. O Cruzeiro, ano XXXI, nº 16, 31.01.1959, pp. 68-69 Texto e ilustrações de Millôr Fernandes. Rotogravura sobre papel 32,5 x 50,0 cm (aproximadamente) Arquivo Millôr Fernandes no Acervo de Iconografia/ IMS
Sem título, 1975. Glauber Rocha. Caneta hidrográfica sobre papel 21,9 x 27,8 cm Arquivo Glauber Rocha no Acervo de Iconografia/ IMS

Os acervos do IMS são uma fonte preciosa de pesquisa, utilizada por acadêmicos, pesquisadores, escritores e documentaristas, entre outros. A Fotografia, por exemplo, reúne o mai​s importante conjunto de fotografias do século XIX no Brasil e a melhor compilação de fotografia nacional das sete primeiras décadas do século XX, com destaque para as obras de Marc Ferrez e Marcel Gautherot, ao lado de nomes significativos como José Medeiros, Thomas Farkas, Maureen Bisilliat, Otto Stupakoff e David Zingg, entre outros. Aquisições mais recentes, como os acervos de Evandro Teixeira, de Anna Mariani e de Januário Garcia, estão começando a ser organizados e catalogados.

A Iconografia tem um conjunto valioso de desenhos, gravuras e arquivos pessoais de artistas gráficos que ajudam a compor um panorama sobre a história da imagem impressa no Brasil, dividido em dois assuntos principais: uma Brasiliana, voltada para a iconografia brasileira, onde estão incluídas obras realizadas por artistas e naturalistas viajantes, entre eles Charles Landseer, Rugendas, Debret, Von Martius; e outro, voltado para a imprensa ilustrada, com acervos de artistas gráficos como J. Carlos e Millôr Fernandes. Recentemente, chegaram ao IMS a Coleção Cyrillo Hercules Florence (onde está a obra de Hercule Florence) e os arquivos Hilde Weber e Cássio Loredano.

Iniciado com o acervo do escritor Otto Lara Resende, o Departamento de Literatura preserva hoje uma biblioteca com mais de 30 mil volumes e um arquivo de aproximadamente 130 mil itens, com manuscritos, documentos e arquivos pessoais de nomes primordiais da letras brasileiras, como Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade. Há muitas preciosidades, entre elas o manuscrito de Carolina Maria de Jesus Um Brasil para os brasileiros, composto de dois cadernos originais da autora de Quarto de despejo, todo o arquivo pessoal da poeta Ana Cristina Cesar, e ainda os 55 cadernos de anotações do poeta e cronista Paulo Mendes Campos, que revelam seu criterioso método de trabalho.

Já a Música tem sob sua guarda vinte acervos com documentos de compositores, instrumentistas, pesquisadores e colecionadores, entre eles Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Baden Powell e José Ramos Tinhorão. Uma característica comum é a grande diversidade de suportes, que incluem de partituras (como um arranjo sinfônico de Pixinguinha, de 1938, para Carinhoso, com 69 partituras manuscritas por ele e por copistas) e gravações até livros, fotografias, documentos e registros de programas de rádio e entrevistas.

É importante lembrar que o IMS tem um banco de dados on-line para pesquisas e que desde março de 2023 disponibiliza para download gratuito parte de seu acervo fotográfico e iconográfico em domínio público. São cerca de 10 mil obras, entre fotografias – em maior quantidade –, gravuras, desenhos e pinturas, produzidas entre o século XVI e as três primeiras décadas do século XX por nomes como Marc FerrezGeorges LeuzingerRevert Henrique KlumbAugusto MaltaCharles LandseerJean-Baptiste DebretMarguerite TollemacheJohann Moritz RugendasJ. Carlos e outros. As imagens podem ser baixadas a partir do acervo online do IMS ou diretamente em acervos.ims.com.br.