Um ano depois de fechar sua sede na Gávea para obras de reformas e restauro, que incluem a construção de um novo prédio anexo para abrigar salas de exposições e parte dos acervos, o IMS volta a receber pesquisadores no Rio, agora em sua sede temporária, na Rua do Russel 270. Para isso, reservou uma sala no segundo andar do prédio no bairro da Glória, a Sala de Pesquisa, onde o pesquisador terá a assistência de um funcionário do instituto para acessar obras e documentos nas quatro grandes áreas em que o IMS atua na preservação e difusão de acervos: Fotografia, Iconografia, Literatura e Música. Em casos específicos, de obras originais e frágeis, a pesquisa ocorrerá nas áreas de trabalho de cada acervo, com o acompanhamento das equipes.
Para ter acesso a esse amplo universo de informações (só na Fotografia, são cerca de 2 milhões de imagens), o interessado deve enviar um e-mail para a área correspondente à sua pesquisa, adiantando o tema e solicitando o agendamento para comparecer ao IMS, com sete dias úteis de antecedência. São os seguintes os e-mails:
Coordenadoria de Fotografia:
[email protected]
Coordenadoria de Iconografia:
[email protected]
Coordenadoria de Literatura:
[email protected]
Coordenadoria de Música
[email protected]
Feito este primeiro contato, o pesquisador receberá um termo de compromisso com diversidade e inclusão, valores centrais do Instituto Moreira Salles. Ao assiná-lo, o visitante concorda com o Código de Conduta do IMS que garante a construção de ambientes e interações seguras para todos, todes e todas.
A partir daí, o processo é bem simples: será agendada, com a coordenadoria contactada, uma data para o pesquisador comparecer ao IMS. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, em dois turnos: de manhã, das 10h às 12h30; e, à tarde, das 14h às 17h30. No dia agendado, basta comparecer ao IMS Rio, na Rua do Russel, e seguir os protocolos sob orientação do atendente que o receberá: pertences como bolsas, mochilas e envelopes devem ser guardados num guarda-volume, cuja chave ficará com o pesquisador. Ele poderá subir à Sala de Pesquisa com celular e notebook pessoais, além de folhas e lápis (não é permitido o uso de caneta) para anotações. O uso de máquina fotográfica ou de filmagem deverá ser acordado no momento do agendamento com a área responsável pelo acervo – a reprodução de documentos só será permitida mediante solicitação por escrito. Estas e demais orientações, como as que garantem o manuseio correto e seguro de documentos originais, serão detalhadas ao pesquisador antes de sua visita, com o envio do regulamento da Sala de Pesquisa.
Alguns destaques do acervo
Os acervos do IMS são uma fonte preciosa de pesquisa, utilizada por acadêmicos, pesquisadores, escritores e documentaristas, entre outros. A Fotografia, por exemplo, reúne o mais importante conjunto de fotografias do século XIX no Brasil e a melhor compilação de fotografia nacional das sete primeiras décadas do século XX, com destaque para as obras de Marc Ferrez e Marcel Gautherot, ao lado de nomes significativos como José Medeiros, Thomas Farkas, Maureen Bisilliat, Otto Stupakoff e David Zingg, entre outros. Aquisições mais recentes, como os acervos de Evandro Teixeira, de Anna Mariani e de Januário Garcia, estão começando a ser organizados e catalogados.
A Iconografia tem um conjunto valioso de desenhos, gravuras e arquivos pessoais de artistas gráficos que ajudam a compor um panorama sobre a história da imagem impressa no Brasil, dividido em dois assuntos principais: uma Brasiliana, voltada para a iconografia brasileira, onde estão incluídas obras realizadas por artistas e naturalistas viajantes, entre eles Charles Landseer, Rugendas, Debret, Von Martius; e outro, voltado para a imprensa ilustrada, com acervos de artistas gráficos como J. Carlos e Millôr Fernandes. Recentemente, chegaram ao IMS a Coleção Cyrillo Hercules Florence (onde está a obra de Hercule Florence) e os arquivos Hilde Weber e Cássio Loredano.
Iniciado com o acervo do escritor Otto Lara Resende, o Departamento de Literatura preserva hoje uma biblioteca com mais de 30 mil volumes e um arquivo de aproximadamente 130 mil itens, com manuscritos, documentos e arquivos pessoais de nomes primordiais da letras brasileiras, como Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade. Há muitas preciosidades, entre elas o manuscrito de Carolina Maria de Jesus Um Brasil para os brasileiros, composto de dois cadernos originais da autora de Quarto de despejo, todo o arquivo pessoal da poeta Ana Cristina Cesar, e ainda os 55 cadernos de anotações do poeta e cronista Paulo Mendes Campos, que revelam seu criterioso método de trabalho.
Já a Música tem sob sua guarda vinte acervos com documentos de compositores, instrumentistas, pesquisadores e colecionadores, entre eles Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Baden Powell e José Ramos Tinhorão. Uma característica comum é a grande diversidade de suportes, que incluem de partituras (como um arranjo sinfônico de Pixinguinha, de 1938, para Carinhoso, com 69 partituras manuscritas por ele e por copistas) e gravações até livros, fotografias, documentos e registros de programas de rádio e entrevistas.
É importante lembrar que o IMS tem um banco de dados on-line para pesquisas e que desde março de 2023 disponibiliza para download gratuito parte de seu acervo fotográfico e iconográfico em domínio público. São cerca de 10 mil obras, entre fotografias – em maior quantidade –, gravuras, desenhos e pinturas, produzidas entre o século XVI e as três primeiras décadas do século XX por nomes como Marc Ferrez, Georges Leuzinger, Revert Henrique Klumb, Augusto Malta, Charles Landseer, Jean-Baptiste Debret, Marguerite Tollemache, Johann Moritz Rugendas, J. Carlos e outros. As imagens podem ser baixadas a partir do acervo online do IMS ou diretamente em acervos.ims.com.br.